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As Maiores Adaptações de Stephen King nos Cinemas

25/8/2017

Stephen King é um dos mais famosos escritores da atualidade, e um dos mais adaptados para o cinema. Confira com a gente algumas de suas principais adaptações

escrito por
Luis Henrique Franco

Stephen King é um dos mais famosos escritores da atualidade, e um dos mais adaptados para o cinema. Confira com a gente algumas de suas principais adaptações

escrito por
Luis Henrique Franco
25/8/2017

Ele é um dos escritores mais famosos da atualidade e autor de alguns dos maiores best-sellers do suspense e do terror. Com 69 anos e mais de 30 de carreira, Stephen King possui mais de 400 milhões de cópias vendidas, com publicações em 40 países, e é o nono autor mais traduzido do mundo. Suas obras de horror fantástico misturam elementos da cultura com questões sobrenaturais, reviravoltas e finais chocantes que, nem sempre, são totalmente explicados deixando todos os leitores em eterno suspense.

Consagrado e com uma obra que cativa, o autor já foi adaptado inúmeras vezes para o cinema e, apesar de dificilmente gostar das produções feitas, os filmes baseados em livros de Stephen King tornaram-se, em sua grande maioria, clássicos da cultura pop e longas marcantes na história do cinema. Sob a direção de mestres renomados, como Rob Reiner, Stanley Kubrick e Brian de Palma, as adaptações ajudaram a iniciar uma nova linhagem de grandes filmes do suspense e do horror. Apesar disso, o próprio autor muitas vezes criticou as produções feitas.

A GRANDE OBRA CHEGA ÀS TELAS

Vamos começar pela mais recente adaptação do autor a sair no cinema. Com um filme lançado em 2017, A Torre Negra não é um único livro, mas uma série de livros escrita por King desde 1982, e que se tornou sua maior obra. No total, foram sete livros publicados: O Pistoleiro, A escolha dos Três, As Terras Devastadas, Mago e Vidro, Lobos de Calla, Canção de Susannah e A Torre Negra. Um novo livro, chamado de O Vento pela Fechadura, foi publicado em 2012, e se passa entre os livros 4 e 5.

A história é centrada no personagem Roland Deschain, dito como o último pistoleiro vivo (os pistoleiros nesse mundo seriam como uma ordem de cavaleiros, possuindo um rígido código de conduta e honra), e narra sua busca pela Torre Negra, que seria o eixo entre o tempo e o espaço entre os mundos. Acreditando que um feiticeiro conhecido apenas como Homem de Preto possui respostas para o seu destino, Roland o persegue pelo deserto e, em sua busca, encontra o garoto Jake Chambers, que habitava o nosso mundo normal até morrer em 1977 e ser misteriosamente transportado para o mundo do pistoleiro. Os livros sequenciais continuarão a saga do pistoleiro e dos aliados que ele encontra pelo caminho, em sua busca pela Torre Negra e pela proteção do equilíbrio entre tempo e espaço, ameaçado pelo Homem de Preto.

Lançado em 24 de agosto no Brasil, a adaptação cinematográfica conta com um elenco de peso, com Idris Elba como o Pistoleiro e Matthew McConaughey como o Homem de Preto. Apesar disso, o filme não foi bem visto pela crítica, e muitos veículos detonaram a produção. Curiosamente, o próprio autor elogiou a produção, afirmando que o livro possui uma complexidade altíssima e que nunca foi uma obra para ser adaptada para o cinema. King também afirmou que os fãs mais puristas do livro provavelmente não gostarão da produção.

O PRIMEIRO HORROR

O primeiro livro escrito por King e uma de suas obras mais marcantes. Carrie, a Estranha inaugurou o estilo de horror do autor ao misturar o suspense e a fantasia ao terror sobrenatural. Também foi um marco por ser uma história que não depende de grande sustos, mas que constrói a trama de maneira a manter o leitor e o espectador sempre em alerta para o que pode acontecer.

O livro utiliza de documentos ficcionais para dar um ar de maior realidade à história de Carrie White, uma menina tímida e excluída que foi educada com um punho de aço por sua mãe Margaret, uma cristã doentiamente fundamentalista. Isolada em seu mundo, Carrie não sabe nem o que é menstruação no começo do livro, o que a faz ser zoada e atacada por todos os seus colegas. Contudo, a menina possui um segredo: o dom da telecinese, que a permite mover as coisas com sua mente.

Trabalhando em um suspense construído em um ambiente o mais normal e comum possível, King narra o processo de dominação de Carrie sobre seu poder enquanto prepara a todos para o clímax da história: o baile de formatura do colégio, onde a principal garota que zoava Carrie, Chris Hargensen, prepara a humilhação final para a pobre menina. Banhada com sangue de porco no momento em que subiu ao palco para receber o título de rainha do baile, Carrie libera todo o seu poder, em um ato final de vingança contra todos os alunos da escola.

O livro possui duas adaptações para o cinema. A primeira, de 1976, foi dirigida por Brian de Palma e contou com Sissy Spacek no memorável papel de Carrie, além de Piper Laurie como Margaret. Ambas receberam Indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante. Em 2013, uma nova adaptação foi produzida pela diretora Kimberly Peirce e contou com Chloe Grace-Moretz no papel da protagonista, mas esta não foi bem recebida pelo público.

O CLÁSSICO NAS MÃOS DE DOIS GÊNIOS

Explorando a ideia do sobrenatural, da loucura e do isolamento, King produziu uma das histórias mais aterrorizantes de todos os tempos: O Iluminado. A ideia central explora um ambiente extremamente restrito (algo que o autor trabalha muito bem)  e um número pequeno de personagens (basicamente toda a ação é feita por uma única família, composta de pai, mãe e filho).

Quando Jack Torrance, aspirante a escritor, aceita o emprego de zelador no Hotel Overlook, ele leva sua esposa Wendy e seu filho Danny para viverem lá durante a baixa temporada, quando o hotel encontra-se totalmente esvaziado. Jack acredita que o emprego lhe renderá a tranquilidade necessária para finalizar seu livro, mas a realidade se mostra muito pior, quando a loucura começa a consumí-lo e ao seu filho, que passa a ver as alucinações de pessoas mortas naquele hotel (algo que ele pode fazer devido à sua dádiva de Iluminado). Após dias de estadia, a loucura de Jack o consome por completo, e ele se volta contra sua família com um desejo assassino.

Escrito por King com base em suas experiências pessoais durante uma recuperação de alcoolismo no Hotel Stanley, no Colorado, em 1974, O Iluminado se tornou uma história marcante no horror sobrenatural e um dos maiores livros do autor. Em 1981, uma adaptação para o cinema foi realizada pelo gênio Stanley Kubrick, e contou com a atuação de Jack Nicholson como Jack Torrance.

Apesar de inúmeras críticas de King contra a adaptação, principalmente no que diz respeito à mudanças na história original e nos personagens, O Iluminado se tornou um dos filmes mais marcantes da década de 80 e um dos maiores clássicos do suspense e do horror na história do cinema.

O MELHOR AMIGO DO HOMEM?

Entre as principais abordagens de King, as mais conhecidas envolvem mudanças repentinas e totais de comportamento dos personagens do filme. Em alguns casos, essa mudança é causada por uma possessão, em outros é pela loucura que toma conta do personagem. Em Cujo, a causa é a mordida de um morcego.

Adaptado da obra Cão Raivoso, de 1981, o enredo gira em torno de um são bernardo chamado Cujo, que durante uma caçada no mato, foi mordido por um morcego raivoso e contraiu a doença. Sucumbindo à raiva, o cão amigável se torna uma fera incontrolável, matando seu próprio dono e seu vizinho antes de atacar a família Trenton, que se prende dentro de um carro para escapar. É nesse momento que King um de seus maiores talentos: construir o terror em espaços pequenos, sem nada para auxiliar na fuga, enquanto o agressor ronda por perto. A claustrofobia entra em cena quando mãe e filho são forçados a permanecerem dentro de um carro por três dias, sofrendo com a fome, a sede e as alucinações causadas pelo calor escaldante.

Lançada em 1983 e dirigida por Lewis Teague, a adaptação cinematográfica aterrorizou as pessoas no começo da década de 80, tornando o cachorro Cujo um dos animais mais aterrorizantes já vistos no gênero do terror.

UM CONTO DE AMIZADE ENTRE TANTOS DE HORROR

Mesmo que seus horrores tenham-no feito famoso, Stephen King escreveu outros gêneros ao longo de sua carreira. E, mesmo que possua sua dose de suspense, a história O Outono da Inocência – O Corpo foi um dos maiores dramas do autor, refletindo sobre temas como amizade e auto-conhecimento.

A história  se baseia nas lembranças de um velho escritor sobre sua época de infância, quando ele e seus quatro amigos decidem partir em busca de um corpo desaparecido. Muito jovens, os amigos enfrentam aventuras e desafios que os aproximam ao longo do trajeto e os ajudam a refletir sobre suas vidas e sobre o que eles desejariam fazer no futuro. No final, quando eles finalmente encontram o corpo do desaparecido, é como se eles houvessem chegado ao fim da jornada da vida, observando o que aguardava eles no final de tudo e sofrendo, por consequência, um amadurecimento final em suas vidas.

Adaptado para o cinema em 1986, sob o nome de Conta Comigo, dirigido por Rob Reiner, a história contou com um elenco juvenil bem forte e se tornou um dos maiores clássicos da década de 80 e uma bela história sobre juventude, crescimento e verdadeira amizade.

CUIDADO: FÃS ENLOUQUECIDOS

Uma outra questão bem presente nos livros de King são os protagonistas escritores, algo que funciona quase como uma autorreflexão do autor sobre si mesmo e sobre o comportamento da maioria das pessoas de sua área de trabalho.

Em Louca Obsessão, o protagonista escritor se una a outra grande característica muito explorada por King: o ambiente restrito e pouco espaçoso, que garante a sensação de claustrofobia no leitor. Dessa vez, esse ambiente é o quarto da casa de Annie Wilkes, uma fã obsessiva que resgata seu autor favorito, Paul Sheldon, de um acidente de trânsito e cuida de suas feridas. Annie é apaixonada por uma personagem das histórias de Sheldon, Misery Chastain, e não recebe muito bem o último livro da série, quando o autor decide matar a personagem. Usando de todo o controle dela sobre o ferido, Annie força Sheldon a escrever uma nova história na qual Misery voltaria de volta à vida. Para isso, ela inclusive usa de técnicas de tortura para subjugar o escritor.

Com uma visão radical sobre fãs obsessivos, King descreve um ambiente de insanidade e internação compulsória com maestria, enquanto tece a luta psicológica do escritor para escapar das garras de sua captora. Em 1991, uma adaptação cinematográfica foi lançada, contando com James Caan no papel de Sheldon e Kathy Bates no papel de Annie. O filme se tornou um sucesso e rendeu um Oscar para Kathy Bates, por sua grande atuação.

A INTELIGÊNCIA DE UM PRISIONEIRO

Mais uma vez adentrando na área de romances mais dramáticos, King escreveu um de seus melhores contos com Shawshank Redemption, que integra o livro Quatro Estações, do qual também faz parte o conto inspirador do filme Conta Comigo. Nessa nova história, o autor explora conceitos de sobrevivência, adaptabilidade, investimento, explorando muito mais as situações mais comuns do que suas outras histórias.

Na história, Andy Dufresne, um banqueiro bem sucedido, mas extremamente frio, é acusado do duplo assassinato de sua esposa e do amante dela e enviado para a penitenciária de Shawshank, onde conhece Red, um dos presidiários, que contrabandeia coisas do mundo exterior para dentro da prisão. Durante sua estadia, Andy usa seu conhecimento como banqueiro para ajudar os guardas com seus impostos e colaborar em um esquema de lavagem de dinheiro para o diretor da prisão, obtendo assim proteção para si mesmo. Ele também auxilia muito os prisioneiros em quesitos como educação, tornando-se amigo de boa parte deles. Ao mesmo tempo, ele passa anos planejando a sua própria fuga, de maneira a, inclusive, evitar a prisão perpétua.

A história é um grande conto sobre a inteligência de um homem em um ambiente que o teria devorado e dilacerado, a julgar pela sua aparência (O personagem Red, inclusive, chega a fazer uma aposta de que Andy seria o primeiro do novo lote de prisioneiros a ser quebrado pelo ambiente). Contrariando todas as expectativas, Andy não só sobrevive, como também se torna uma peça fundamental na máquina penitenciária. A história também aborda a adaptabilidade dos prisioneiros que são liberados e a dificuldade por eles encontrada de retornar ao mundo normal após anos na prisão.

Estrelando Tim Robbins e Morgan Freeman, uma adaptação cinematográfica dirigida por Frank Darabont foi lançada em 1994, e se tornou um dos melhores filmes da década de 90 e um dos mais famosos até hoje. A produção foi indicada a sete Oscars em 1995. É considerado um dos melhores filmes estadounidenses já produzidos.

MISTICISMO E FÉ NA PRISÃO

Ainda na temática da prisão, Stephen King presenteou seu público com uma história extremamente tocante, envolvendo questões de confiança, inocência, fé e misticismo.

Lançado em 1996, o livro À Espera de um Milagre é narrado em primeira pessoa pelo personagem Paul Edgecombe, um idoso de um asilo que recorda seus dias como um guarda na prisão de Cold Mountain, responsável pela segurança do corredor da morte. Um dia, a prisão recebe o detento John Coffey, acusado de assassinar duas irmãs gêmeas. Ao estabelecerem contato com Coffey, porém, os guardas da prisão não vêem um assassino, mas um homem apavorado e com um bom coração.

Aos poucos, constrói-se uma relação entre Paul e Coffey, baseada principalmente na descoberta de um dom misterioso e milagroso do detento, que é capaz de curar o que quer que ele toque com suas mãos. Devido  a essa relação, Paul se envolve em um conflito moral entre cumprir seu dever como guarda e levá-lo à sua sentença quando chegar a hora, ou libertá-lo e poupar a vida do homem, que em sua cabeça não pode ter sido o responsável pelo crime brutal.

Em 1999, Frank Darabont voltou a fazer uma adaptação de King ao dirigir o longa The Green Mile, baseado nesse livro. A trama colocou Tom Hanks no papel de Paul e rendeu uma indicação ao Oscar para o falecido Michael Clarke Duncan, por sua grande atuação como Coffey.

QUEM TEM MEDO DE PALHAÇOS?

Entre todas as criaturas e assombrações que Stephen King criou ao longo de sua carreira, talvez nenhum seja mais lembrada e aterrorizante do que o palhaço Pennywise, assombração e personagem principal de seu longo livro It – A Coisa.

A trama principal gira em torno de sete indivíduos que, quando crianças, tiveram um encontro com o dito palhaço, uma criatura milenar que sobrevivia ao se alimentar do medo das pessoas, e que era o responsável pelo desaparecimento de inúmeras crianças na cidade fictícia de Derry, no Maine. Após verem o terror da criatura, chamada ou de Pennywise ou apenas de “A Coisa”, os sete, cujas características são bem distintas e bem explicadas por King, juram combatê-la sempre que ela retornasse. Trinta anos depois, o palhaço retorna e volta a matar crianças na cidade, forçando os sete a se unirem novamente para honrar seu juramento, algo que pode custar-lhes a vida.

Em 1990, uma adaptação foi feita para o cinema. Dividida em duas partes, a trama conta primeiro as aventuras do grupo quando crianças, enquanto a segunda parte trata do retorno de Pennywise e da missão deles como adultos. A tramam se tornou um marco do terror no cinema e o papel mais icônico do ator Tim Curry, o Pennywise do filme.

Em 2017, uma nova adaptação será lançada, contando com Bill Skarsgard como o palhaço e com Finn Wolfhard, de Stranger Things, como uma das crianças do grupo.

Essas são algumas das maiores adaptações de Stephen King para o cinema. Existe inúmeras outras, é claro, visto que o autor escreveu dezenas de livros e continua a escrevê-los. Tem alguma adaptação favorita que não foi listada? Não deixe de comentar abaixo! Já assistiu à Torre Negra? Comente o que achou!

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Criação:
Roteirista 1
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Roteirista 3
Diretor 1
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Ator 1
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Stephen King é um dos mais famosos escritores da atualidade, e um dos mais adaptados para o cinema. Confira com a gente algumas de suas principais adaptações

crítica por
Luis Henrique Franco
25/8/2017

Ele é um dos escritores mais famosos da atualidade e autor de alguns dos maiores best-sellers do suspense e do terror. Com 69 anos e mais de 30 de carreira, Stephen King possui mais de 400 milhões de cópias vendidas, com publicações em 40 países, e é o nono autor mais traduzido do mundo. Suas obras de horror fantástico misturam elementos da cultura com questões sobrenaturais, reviravoltas e finais chocantes que, nem sempre, são totalmente explicados deixando todos os leitores em eterno suspense.

Consagrado e com uma obra que cativa, o autor já foi adaptado inúmeras vezes para o cinema e, apesar de dificilmente gostar das produções feitas, os filmes baseados em livros de Stephen King tornaram-se, em sua grande maioria, clássicos da cultura pop e longas marcantes na história do cinema. Sob a direção de mestres renomados, como Rob Reiner, Stanley Kubrick e Brian de Palma, as adaptações ajudaram a iniciar uma nova linhagem de grandes filmes do suspense e do horror. Apesar disso, o próprio autor muitas vezes criticou as produções feitas.

A GRANDE OBRA CHEGA ÀS TELAS

Vamos começar pela mais recente adaptação do autor a sair no cinema. Com um filme lançado em 2017, A Torre Negra não é um único livro, mas uma série de livros escrita por King desde 1982, e que se tornou sua maior obra. No total, foram sete livros publicados: O Pistoleiro, A escolha dos Três, As Terras Devastadas, Mago e Vidro, Lobos de Calla, Canção de Susannah e A Torre Negra. Um novo livro, chamado de O Vento pela Fechadura, foi publicado em 2012, e se passa entre os livros 4 e 5.

A história é centrada no personagem Roland Deschain, dito como o último pistoleiro vivo (os pistoleiros nesse mundo seriam como uma ordem de cavaleiros, possuindo um rígido código de conduta e honra), e narra sua busca pela Torre Negra, que seria o eixo entre o tempo e o espaço entre os mundos. Acreditando que um feiticeiro conhecido apenas como Homem de Preto possui respostas para o seu destino, Roland o persegue pelo deserto e, em sua busca, encontra o garoto Jake Chambers, que habitava o nosso mundo normal até morrer em 1977 e ser misteriosamente transportado para o mundo do pistoleiro. Os livros sequenciais continuarão a saga do pistoleiro e dos aliados que ele encontra pelo caminho, em sua busca pela Torre Negra e pela proteção do equilíbrio entre tempo e espaço, ameaçado pelo Homem de Preto.

Lançado em 24 de agosto no Brasil, a adaptação cinematográfica conta com um elenco de peso, com Idris Elba como o Pistoleiro e Matthew McConaughey como o Homem de Preto. Apesar disso, o filme não foi bem visto pela crítica, e muitos veículos detonaram a produção. Curiosamente, o próprio autor elogiou a produção, afirmando que o livro possui uma complexidade altíssima e que nunca foi uma obra para ser adaptada para o cinema. King também afirmou que os fãs mais puristas do livro provavelmente não gostarão da produção.

O PRIMEIRO HORROR

O primeiro livro escrito por King e uma de suas obras mais marcantes. Carrie, a Estranha inaugurou o estilo de horror do autor ao misturar o suspense e a fantasia ao terror sobrenatural. Também foi um marco por ser uma história que não depende de grande sustos, mas que constrói a trama de maneira a manter o leitor e o espectador sempre em alerta para o que pode acontecer.

O livro utiliza de documentos ficcionais para dar um ar de maior realidade à história de Carrie White, uma menina tímida e excluída que foi educada com um punho de aço por sua mãe Margaret, uma cristã doentiamente fundamentalista. Isolada em seu mundo, Carrie não sabe nem o que é menstruação no começo do livro, o que a faz ser zoada e atacada por todos os seus colegas. Contudo, a menina possui um segredo: o dom da telecinese, que a permite mover as coisas com sua mente.

Trabalhando em um suspense construído em um ambiente o mais normal e comum possível, King narra o processo de dominação de Carrie sobre seu poder enquanto prepara a todos para o clímax da história: o baile de formatura do colégio, onde a principal garota que zoava Carrie, Chris Hargensen, prepara a humilhação final para a pobre menina. Banhada com sangue de porco no momento em que subiu ao palco para receber o título de rainha do baile, Carrie libera todo o seu poder, em um ato final de vingança contra todos os alunos da escola.

O livro possui duas adaptações para o cinema. A primeira, de 1976, foi dirigida por Brian de Palma e contou com Sissy Spacek no memorável papel de Carrie, além de Piper Laurie como Margaret. Ambas receberam Indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante. Em 2013, uma nova adaptação foi produzida pela diretora Kimberly Peirce e contou com Chloe Grace-Moretz no papel da protagonista, mas esta não foi bem recebida pelo público.

O CLÁSSICO NAS MÃOS DE DOIS GÊNIOS

Explorando a ideia do sobrenatural, da loucura e do isolamento, King produziu uma das histórias mais aterrorizantes de todos os tempos: O Iluminado. A ideia central explora um ambiente extremamente restrito (algo que o autor trabalha muito bem)  e um número pequeno de personagens (basicamente toda a ação é feita por uma única família, composta de pai, mãe e filho).

Quando Jack Torrance, aspirante a escritor, aceita o emprego de zelador no Hotel Overlook, ele leva sua esposa Wendy e seu filho Danny para viverem lá durante a baixa temporada, quando o hotel encontra-se totalmente esvaziado. Jack acredita que o emprego lhe renderá a tranquilidade necessária para finalizar seu livro, mas a realidade se mostra muito pior, quando a loucura começa a consumí-lo e ao seu filho, que passa a ver as alucinações de pessoas mortas naquele hotel (algo que ele pode fazer devido à sua dádiva de Iluminado). Após dias de estadia, a loucura de Jack o consome por completo, e ele se volta contra sua família com um desejo assassino.

Escrito por King com base em suas experiências pessoais durante uma recuperação de alcoolismo no Hotel Stanley, no Colorado, em 1974, O Iluminado se tornou uma história marcante no horror sobrenatural e um dos maiores livros do autor. Em 1981, uma adaptação para o cinema foi realizada pelo gênio Stanley Kubrick, e contou com a atuação de Jack Nicholson como Jack Torrance.

Apesar de inúmeras críticas de King contra a adaptação, principalmente no que diz respeito à mudanças na história original e nos personagens, O Iluminado se tornou um dos filmes mais marcantes da década de 80 e um dos maiores clássicos do suspense e do horror na história do cinema.

O MELHOR AMIGO DO HOMEM?

Entre as principais abordagens de King, as mais conhecidas envolvem mudanças repentinas e totais de comportamento dos personagens do filme. Em alguns casos, essa mudança é causada por uma possessão, em outros é pela loucura que toma conta do personagem. Em Cujo, a causa é a mordida de um morcego.

Adaptado da obra Cão Raivoso, de 1981, o enredo gira em torno de um são bernardo chamado Cujo, que durante uma caçada no mato, foi mordido por um morcego raivoso e contraiu a doença. Sucumbindo à raiva, o cão amigável se torna uma fera incontrolável, matando seu próprio dono e seu vizinho antes de atacar a família Trenton, que se prende dentro de um carro para escapar. É nesse momento que King um de seus maiores talentos: construir o terror em espaços pequenos, sem nada para auxiliar na fuga, enquanto o agressor ronda por perto. A claustrofobia entra em cena quando mãe e filho são forçados a permanecerem dentro de um carro por três dias, sofrendo com a fome, a sede e as alucinações causadas pelo calor escaldante.

Lançada em 1983 e dirigida por Lewis Teague, a adaptação cinematográfica aterrorizou as pessoas no começo da década de 80, tornando o cachorro Cujo um dos animais mais aterrorizantes já vistos no gênero do terror.

UM CONTO DE AMIZADE ENTRE TANTOS DE HORROR

Mesmo que seus horrores tenham-no feito famoso, Stephen King escreveu outros gêneros ao longo de sua carreira. E, mesmo que possua sua dose de suspense, a história O Outono da Inocência – O Corpo foi um dos maiores dramas do autor, refletindo sobre temas como amizade e auto-conhecimento.

A história  se baseia nas lembranças de um velho escritor sobre sua época de infância, quando ele e seus quatro amigos decidem partir em busca de um corpo desaparecido. Muito jovens, os amigos enfrentam aventuras e desafios que os aproximam ao longo do trajeto e os ajudam a refletir sobre suas vidas e sobre o que eles desejariam fazer no futuro. No final, quando eles finalmente encontram o corpo do desaparecido, é como se eles houvessem chegado ao fim da jornada da vida, observando o que aguardava eles no final de tudo e sofrendo, por consequência, um amadurecimento final em suas vidas.

Adaptado para o cinema em 1986, sob o nome de Conta Comigo, dirigido por Rob Reiner, a história contou com um elenco juvenil bem forte e se tornou um dos maiores clássicos da década de 80 e uma bela história sobre juventude, crescimento e verdadeira amizade.

CUIDADO: FÃS ENLOUQUECIDOS

Uma outra questão bem presente nos livros de King são os protagonistas escritores, algo que funciona quase como uma autorreflexão do autor sobre si mesmo e sobre o comportamento da maioria das pessoas de sua área de trabalho.

Em Louca Obsessão, o protagonista escritor se una a outra grande característica muito explorada por King: o ambiente restrito e pouco espaçoso, que garante a sensação de claustrofobia no leitor. Dessa vez, esse ambiente é o quarto da casa de Annie Wilkes, uma fã obsessiva que resgata seu autor favorito, Paul Sheldon, de um acidente de trânsito e cuida de suas feridas. Annie é apaixonada por uma personagem das histórias de Sheldon, Misery Chastain, e não recebe muito bem o último livro da série, quando o autor decide matar a personagem. Usando de todo o controle dela sobre o ferido, Annie força Sheldon a escrever uma nova história na qual Misery voltaria de volta à vida. Para isso, ela inclusive usa de técnicas de tortura para subjugar o escritor.

Com uma visão radical sobre fãs obsessivos, King descreve um ambiente de insanidade e internação compulsória com maestria, enquanto tece a luta psicológica do escritor para escapar das garras de sua captora. Em 1991, uma adaptação cinematográfica foi lançada, contando com James Caan no papel de Sheldon e Kathy Bates no papel de Annie. O filme se tornou um sucesso e rendeu um Oscar para Kathy Bates, por sua grande atuação.

A INTELIGÊNCIA DE UM PRISIONEIRO

Mais uma vez adentrando na área de romances mais dramáticos, King escreveu um de seus melhores contos com Shawshank Redemption, que integra o livro Quatro Estações, do qual também faz parte o conto inspirador do filme Conta Comigo. Nessa nova história, o autor explora conceitos de sobrevivência, adaptabilidade, investimento, explorando muito mais as situações mais comuns do que suas outras histórias.

Na história, Andy Dufresne, um banqueiro bem sucedido, mas extremamente frio, é acusado do duplo assassinato de sua esposa e do amante dela e enviado para a penitenciária de Shawshank, onde conhece Red, um dos presidiários, que contrabandeia coisas do mundo exterior para dentro da prisão. Durante sua estadia, Andy usa seu conhecimento como banqueiro para ajudar os guardas com seus impostos e colaborar em um esquema de lavagem de dinheiro para o diretor da prisão, obtendo assim proteção para si mesmo. Ele também auxilia muito os prisioneiros em quesitos como educação, tornando-se amigo de boa parte deles. Ao mesmo tempo, ele passa anos planejando a sua própria fuga, de maneira a, inclusive, evitar a prisão perpétua.

A história é um grande conto sobre a inteligência de um homem em um ambiente que o teria devorado e dilacerado, a julgar pela sua aparência (O personagem Red, inclusive, chega a fazer uma aposta de que Andy seria o primeiro do novo lote de prisioneiros a ser quebrado pelo ambiente). Contrariando todas as expectativas, Andy não só sobrevive, como também se torna uma peça fundamental na máquina penitenciária. A história também aborda a adaptabilidade dos prisioneiros que são liberados e a dificuldade por eles encontrada de retornar ao mundo normal após anos na prisão.

Estrelando Tim Robbins e Morgan Freeman, uma adaptação cinematográfica dirigida por Frank Darabont foi lançada em 1994, e se tornou um dos melhores filmes da década de 90 e um dos mais famosos até hoje. A produção foi indicada a sete Oscars em 1995. É considerado um dos melhores filmes estadounidenses já produzidos.

MISTICISMO E FÉ NA PRISÃO

Ainda na temática da prisão, Stephen King presenteou seu público com uma história extremamente tocante, envolvendo questões de confiança, inocência, fé e misticismo.

Lançado em 1996, o livro À Espera de um Milagre é narrado em primeira pessoa pelo personagem Paul Edgecombe, um idoso de um asilo que recorda seus dias como um guarda na prisão de Cold Mountain, responsável pela segurança do corredor da morte. Um dia, a prisão recebe o detento John Coffey, acusado de assassinar duas irmãs gêmeas. Ao estabelecerem contato com Coffey, porém, os guardas da prisão não vêem um assassino, mas um homem apavorado e com um bom coração.

Aos poucos, constrói-se uma relação entre Paul e Coffey, baseada principalmente na descoberta de um dom misterioso e milagroso do detento, que é capaz de curar o que quer que ele toque com suas mãos. Devido  a essa relação, Paul se envolve em um conflito moral entre cumprir seu dever como guarda e levá-lo à sua sentença quando chegar a hora, ou libertá-lo e poupar a vida do homem, que em sua cabeça não pode ter sido o responsável pelo crime brutal.

Em 1999, Frank Darabont voltou a fazer uma adaptação de King ao dirigir o longa The Green Mile, baseado nesse livro. A trama colocou Tom Hanks no papel de Paul e rendeu uma indicação ao Oscar para o falecido Michael Clarke Duncan, por sua grande atuação como Coffey.

QUEM TEM MEDO DE PALHAÇOS?

Entre todas as criaturas e assombrações que Stephen King criou ao longo de sua carreira, talvez nenhum seja mais lembrada e aterrorizante do que o palhaço Pennywise, assombração e personagem principal de seu longo livro It – A Coisa.

A trama principal gira em torno de sete indivíduos que, quando crianças, tiveram um encontro com o dito palhaço, uma criatura milenar que sobrevivia ao se alimentar do medo das pessoas, e que era o responsável pelo desaparecimento de inúmeras crianças na cidade fictícia de Derry, no Maine. Após verem o terror da criatura, chamada ou de Pennywise ou apenas de “A Coisa”, os sete, cujas características são bem distintas e bem explicadas por King, juram combatê-la sempre que ela retornasse. Trinta anos depois, o palhaço retorna e volta a matar crianças na cidade, forçando os sete a se unirem novamente para honrar seu juramento, algo que pode custar-lhes a vida.

Em 1990, uma adaptação foi feita para o cinema. Dividida em duas partes, a trama conta primeiro as aventuras do grupo quando crianças, enquanto a segunda parte trata do retorno de Pennywise e da missão deles como adultos. A tramam se tornou um marco do terror no cinema e o papel mais icônico do ator Tim Curry, o Pennywise do filme.

Em 2017, uma nova adaptação será lançada, contando com Bill Skarsgard como o palhaço e com Finn Wolfhard, de Stranger Things, como uma das crianças do grupo.

Essas são algumas das maiores adaptações de Stephen King para o cinema. Existe inúmeras outras, é claro, visto que o autor escreveu dezenas de livros e continua a escrevê-los. Tem alguma adaptação favorita que não foi listada? Não deixe de comentar abaixo! Já assistiu à Torre Negra? Comente o que achou!

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Artigo em Lista

Stephen King é um dos mais famosos escritores da atualidade, e um dos mais adaptados para o cinema. Confira com a gente algumas de suas principais adaptações

escrito por
Luis Henrique Franco
25/8/2017
nascimento

Stephen King é um dos mais famosos escritores da atualidade, e um dos mais adaptados para o cinema. Confira com a gente algumas de suas principais adaptações

escrito por
Luis Henrique Franco
25/8/2017

Ele é um dos escritores mais famosos da atualidade e autor de alguns dos maiores best-sellers do suspense e do terror. Com 69 anos e mais de 30 de carreira, Stephen King possui mais de 400 milhões de cópias vendidas, com publicações em 40 países, e é o nono autor mais traduzido do mundo. Suas obras de horror fantástico misturam elementos da cultura com questões sobrenaturais, reviravoltas e finais chocantes que, nem sempre, são totalmente explicados deixando todos os leitores em eterno suspense.

Consagrado e com uma obra que cativa, o autor já foi adaptado inúmeras vezes para o cinema e, apesar de dificilmente gostar das produções feitas, os filmes baseados em livros de Stephen King tornaram-se, em sua grande maioria, clássicos da cultura pop e longas marcantes na história do cinema. Sob a direção de mestres renomados, como Rob Reiner, Stanley Kubrick e Brian de Palma, as adaptações ajudaram a iniciar uma nova linhagem de grandes filmes do suspense e do horror. Apesar disso, o próprio autor muitas vezes criticou as produções feitas.

A GRANDE OBRA CHEGA ÀS TELAS

Vamos começar pela mais recente adaptação do autor a sair no cinema. Com um filme lançado em 2017, A Torre Negra não é um único livro, mas uma série de livros escrita por King desde 1982, e que se tornou sua maior obra. No total, foram sete livros publicados: O Pistoleiro, A escolha dos Três, As Terras Devastadas, Mago e Vidro, Lobos de Calla, Canção de Susannah e A Torre Negra. Um novo livro, chamado de O Vento pela Fechadura, foi publicado em 2012, e se passa entre os livros 4 e 5.

A história é centrada no personagem Roland Deschain, dito como o último pistoleiro vivo (os pistoleiros nesse mundo seriam como uma ordem de cavaleiros, possuindo um rígido código de conduta e honra), e narra sua busca pela Torre Negra, que seria o eixo entre o tempo e o espaço entre os mundos. Acreditando que um feiticeiro conhecido apenas como Homem de Preto possui respostas para o seu destino, Roland o persegue pelo deserto e, em sua busca, encontra o garoto Jake Chambers, que habitava o nosso mundo normal até morrer em 1977 e ser misteriosamente transportado para o mundo do pistoleiro. Os livros sequenciais continuarão a saga do pistoleiro e dos aliados que ele encontra pelo caminho, em sua busca pela Torre Negra e pela proteção do equilíbrio entre tempo e espaço, ameaçado pelo Homem de Preto.

Lançado em 24 de agosto no Brasil, a adaptação cinematográfica conta com um elenco de peso, com Idris Elba como o Pistoleiro e Matthew McConaughey como o Homem de Preto. Apesar disso, o filme não foi bem visto pela crítica, e muitos veículos detonaram a produção. Curiosamente, o próprio autor elogiou a produção, afirmando que o livro possui uma complexidade altíssima e que nunca foi uma obra para ser adaptada para o cinema. King também afirmou que os fãs mais puristas do livro provavelmente não gostarão da produção.

O PRIMEIRO HORROR

O primeiro livro escrito por King e uma de suas obras mais marcantes. Carrie, a Estranha inaugurou o estilo de horror do autor ao misturar o suspense e a fantasia ao terror sobrenatural. Também foi um marco por ser uma história que não depende de grande sustos, mas que constrói a trama de maneira a manter o leitor e o espectador sempre em alerta para o que pode acontecer.

O livro utiliza de documentos ficcionais para dar um ar de maior realidade à história de Carrie White, uma menina tímida e excluída que foi educada com um punho de aço por sua mãe Margaret, uma cristã doentiamente fundamentalista. Isolada em seu mundo, Carrie não sabe nem o que é menstruação no começo do livro, o que a faz ser zoada e atacada por todos os seus colegas. Contudo, a menina possui um segredo: o dom da telecinese, que a permite mover as coisas com sua mente.

Trabalhando em um suspense construído em um ambiente o mais normal e comum possível, King narra o processo de dominação de Carrie sobre seu poder enquanto prepara a todos para o clímax da história: o baile de formatura do colégio, onde a principal garota que zoava Carrie, Chris Hargensen, prepara a humilhação final para a pobre menina. Banhada com sangue de porco no momento em que subiu ao palco para receber o título de rainha do baile, Carrie libera todo o seu poder, em um ato final de vingança contra todos os alunos da escola.

O livro possui duas adaptações para o cinema. A primeira, de 1976, foi dirigida por Brian de Palma e contou com Sissy Spacek no memorável papel de Carrie, além de Piper Laurie como Margaret. Ambas receberam Indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante. Em 2013, uma nova adaptação foi produzida pela diretora Kimberly Peirce e contou com Chloe Grace-Moretz no papel da protagonista, mas esta não foi bem recebida pelo público.

O CLÁSSICO NAS MÃOS DE DOIS GÊNIOS

Explorando a ideia do sobrenatural, da loucura e do isolamento, King produziu uma das histórias mais aterrorizantes de todos os tempos: O Iluminado. A ideia central explora um ambiente extremamente restrito (algo que o autor trabalha muito bem)  e um número pequeno de personagens (basicamente toda a ação é feita por uma única família, composta de pai, mãe e filho).

Quando Jack Torrance, aspirante a escritor, aceita o emprego de zelador no Hotel Overlook, ele leva sua esposa Wendy e seu filho Danny para viverem lá durante a baixa temporada, quando o hotel encontra-se totalmente esvaziado. Jack acredita que o emprego lhe renderá a tranquilidade necessária para finalizar seu livro, mas a realidade se mostra muito pior, quando a loucura começa a consumí-lo e ao seu filho, que passa a ver as alucinações de pessoas mortas naquele hotel (algo que ele pode fazer devido à sua dádiva de Iluminado). Após dias de estadia, a loucura de Jack o consome por completo, e ele se volta contra sua família com um desejo assassino.

Escrito por King com base em suas experiências pessoais durante uma recuperação de alcoolismo no Hotel Stanley, no Colorado, em 1974, O Iluminado se tornou uma história marcante no horror sobrenatural e um dos maiores livros do autor. Em 1981, uma adaptação para o cinema foi realizada pelo gênio Stanley Kubrick, e contou com a atuação de Jack Nicholson como Jack Torrance.

Apesar de inúmeras críticas de King contra a adaptação, principalmente no que diz respeito à mudanças na história original e nos personagens, O Iluminado se tornou um dos filmes mais marcantes da década de 80 e um dos maiores clássicos do suspense e do horror na história do cinema.

O MELHOR AMIGO DO HOMEM?

Entre as principais abordagens de King, as mais conhecidas envolvem mudanças repentinas e totais de comportamento dos personagens do filme. Em alguns casos, essa mudança é causada por uma possessão, em outros é pela loucura que toma conta do personagem. Em Cujo, a causa é a mordida de um morcego.

Adaptado da obra Cão Raivoso, de 1981, o enredo gira em torno de um são bernardo chamado Cujo, que durante uma caçada no mato, foi mordido por um morcego raivoso e contraiu a doença. Sucumbindo à raiva, o cão amigável se torna uma fera incontrolável, matando seu próprio dono e seu vizinho antes de atacar a família Trenton, que se prende dentro de um carro para escapar. É nesse momento que King um de seus maiores talentos: construir o terror em espaços pequenos, sem nada para auxiliar na fuga, enquanto o agressor ronda por perto. A claustrofobia entra em cena quando mãe e filho são forçados a permanecerem dentro de um carro por três dias, sofrendo com a fome, a sede e as alucinações causadas pelo calor escaldante.

Lançada em 1983 e dirigida por Lewis Teague, a adaptação cinematográfica aterrorizou as pessoas no começo da década de 80, tornando o cachorro Cujo um dos animais mais aterrorizantes já vistos no gênero do terror.

UM CONTO DE AMIZADE ENTRE TANTOS DE HORROR

Mesmo que seus horrores tenham-no feito famoso, Stephen King escreveu outros gêneros ao longo de sua carreira. E, mesmo que possua sua dose de suspense, a história O Outono da Inocência – O Corpo foi um dos maiores dramas do autor, refletindo sobre temas como amizade e auto-conhecimento.

A história  se baseia nas lembranças de um velho escritor sobre sua época de infância, quando ele e seus quatro amigos decidem partir em busca de um corpo desaparecido. Muito jovens, os amigos enfrentam aventuras e desafios que os aproximam ao longo do trajeto e os ajudam a refletir sobre suas vidas e sobre o que eles desejariam fazer no futuro. No final, quando eles finalmente encontram o corpo do desaparecido, é como se eles houvessem chegado ao fim da jornada da vida, observando o que aguardava eles no final de tudo e sofrendo, por consequência, um amadurecimento final em suas vidas.

Adaptado para o cinema em 1986, sob o nome de Conta Comigo, dirigido por Rob Reiner, a história contou com um elenco juvenil bem forte e se tornou um dos maiores clássicos da década de 80 e uma bela história sobre juventude, crescimento e verdadeira amizade.

CUIDADO: FÃS ENLOUQUECIDOS

Uma outra questão bem presente nos livros de King são os protagonistas escritores, algo que funciona quase como uma autorreflexão do autor sobre si mesmo e sobre o comportamento da maioria das pessoas de sua área de trabalho.

Em Louca Obsessão, o protagonista escritor se una a outra grande característica muito explorada por King: o ambiente restrito e pouco espaçoso, que garante a sensação de claustrofobia no leitor. Dessa vez, esse ambiente é o quarto da casa de Annie Wilkes, uma fã obsessiva que resgata seu autor favorito, Paul Sheldon, de um acidente de trânsito e cuida de suas feridas. Annie é apaixonada por uma personagem das histórias de Sheldon, Misery Chastain, e não recebe muito bem o último livro da série, quando o autor decide matar a personagem. Usando de todo o controle dela sobre o ferido, Annie força Sheldon a escrever uma nova história na qual Misery voltaria de volta à vida. Para isso, ela inclusive usa de técnicas de tortura para subjugar o escritor.

Com uma visão radical sobre fãs obsessivos, King descreve um ambiente de insanidade e internação compulsória com maestria, enquanto tece a luta psicológica do escritor para escapar das garras de sua captora. Em 1991, uma adaptação cinematográfica foi lançada, contando com James Caan no papel de Sheldon e Kathy Bates no papel de Annie. O filme se tornou um sucesso e rendeu um Oscar para Kathy Bates, por sua grande atuação.

A INTELIGÊNCIA DE UM PRISIONEIRO

Mais uma vez adentrando na área de romances mais dramáticos, King escreveu um de seus melhores contos com Shawshank Redemption, que integra o livro Quatro Estações, do qual também faz parte o conto inspirador do filme Conta Comigo. Nessa nova história, o autor explora conceitos de sobrevivência, adaptabilidade, investimento, explorando muito mais as situações mais comuns do que suas outras histórias.

Na história, Andy Dufresne, um banqueiro bem sucedido, mas extremamente frio, é acusado do duplo assassinato de sua esposa e do amante dela e enviado para a penitenciária de Shawshank, onde conhece Red, um dos presidiários, que contrabandeia coisas do mundo exterior para dentro da prisão. Durante sua estadia, Andy usa seu conhecimento como banqueiro para ajudar os guardas com seus impostos e colaborar em um esquema de lavagem de dinheiro para o diretor da prisão, obtendo assim proteção para si mesmo. Ele também auxilia muito os prisioneiros em quesitos como educação, tornando-se amigo de boa parte deles. Ao mesmo tempo, ele passa anos planejando a sua própria fuga, de maneira a, inclusive, evitar a prisão perpétua.

A história é um grande conto sobre a inteligência de um homem em um ambiente que o teria devorado e dilacerado, a julgar pela sua aparência (O personagem Red, inclusive, chega a fazer uma aposta de que Andy seria o primeiro do novo lote de prisioneiros a ser quebrado pelo ambiente). Contrariando todas as expectativas, Andy não só sobrevive, como também se torna uma peça fundamental na máquina penitenciária. A história também aborda a adaptabilidade dos prisioneiros que são liberados e a dificuldade por eles encontrada de retornar ao mundo normal após anos na prisão.

Estrelando Tim Robbins e Morgan Freeman, uma adaptação cinematográfica dirigida por Frank Darabont foi lançada em 1994, e se tornou um dos melhores filmes da década de 90 e um dos mais famosos até hoje. A produção foi indicada a sete Oscars em 1995. É considerado um dos melhores filmes estadounidenses já produzidos.

MISTICISMO E FÉ NA PRISÃO

Ainda na temática da prisão, Stephen King presenteou seu público com uma história extremamente tocante, envolvendo questões de confiança, inocência, fé e misticismo.

Lançado em 1996, o livro À Espera de um Milagre é narrado em primeira pessoa pelo personagem Paul Edgecombe, um idoso de um asilo que recorda seus dias como um guarda na prisão de Cold Mountain, responsável pela segurança do corredor da morte. Um dia, a prisão recebe o detento John Coffey, acusado de assassinar duas irmãs gêmeas. Ao estabelecerem contato com Coffey, porém, os guardas da prisão não vêem um assassino, mas um homem apavorado e com um bom coração.

Aos poucos, constrói-se uma relação entre Paul e Coffey, baseada principalmente na descoberta de um dom misterioso e milagroso do detento, que é capaz de curar o que quer que ele toque com suas mãos. Devido  a essa relação, Paul se envolve em um conflito moral entre cumprir seu dever como guarda e levá-lo à sua sentença quando chegar a hora, ou libertá-lo e poupar a vida do homem, que em sua cabeça não pode ter sido o responsável pelo crime brutal.

Em 1999, Frank Darabont voltou a fazer uma adaptação de King ao dirigir o longa The Green Mile, baseado nesse livro. A trama colocou Tom Hanks no papel de Paul e rendeu uma indicação ao Oscar para o falecido Michael Clarke Duncan, por sua grande atuação como Coffey.

QUEM TEM MEDO DE PALHAÇOS?

Entre todas as criaturas e assombrações que Stephen King criou ao longo de sua carreira, talvez nenhum seja mais lembrada e aterrorizante do que o palhaço Pennywise, assombração e personagem principal de seu longo livro It – A Coisa.

A trama principal gira em torno de sete indivíduos que, quando crianças, tiveram um encontro com o dito palhaço, uma criatura milenar que sobrevivia ao se alimentar do medo das pessoas, e que era o responsável pelo desaparecimento de inúmeras crianças na cidade fictícia de Derry, no Maine. Após verem o terror da criatura, chamada ou de Pennywise ou apenas de “A Coisa”, os sete, cujas características são bem distintas e bem explicadas por King, juram combatê-la sempre que ela retornasse. Trinta anos depois, o palhaço retorna e volta a matar crianças na cidade, forçando os sete a se unirem novamente para honrar seu juramento, algo que pode custar-lhes a vida.

Em 1990, uma adaptação foi feita para o cinema. Dividida em duas partes, a trama conta primeiro as aventuras do grupo quando crianças, enquanto a segunda parte trata do retorno de Pennywise e da missão deles como adultos. A tramam se tornou um marco do terror no cinema e o papel mais icônico do ator Tim Curry, o Pennywise do filme.

Em 2017, uma nova adaptação será lançada, contando com Bill Skarsgard como o palhaço e com Finn Wolfhard, de Stranger Things, como uma das crianças do grupo.

Essas são algumas das maiores adaptações de Stephen King para o cinema. Existe inúmeras outras, é claro, visto que o autor escreveu dezenas de livros e continua a escrevê-los. Tem alguma adaptação favorita que não foi listada? Não deixe de comentar abaixo! Já assistiu à Torre Negra? Comente o que achou!

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