No items found.

Crítica

Crítica

A Freira: O Pior e o Relativamente Bom da Luta entre Bem e Mal

6/9/2018

A Freira é o novo filme do universo de Invocação do Mal e narra a luta de um padre e uma noviça contra um terror indescritível em uma abadia na Romênia. Confira

escrito por
Luis Henrique Franco

A Freira é o novo filme do universo de Invocação do Mal e narra a luta de um padre e uma noviça contra um terror indescritível em uma abadia na Romênia. Confira

escrito por
Luis Henrique Franco
6/9/2018

Após o suicídio de uma freira em um convento afastado na Romênia, a Igreja Católica envia o padre Burke (Demian Bichir), um especialista em fenômenos estranhos ocorridos em localidades da Igreja Católica, para investigar. Acompanhado pela Irmã Irene (Taíssa Farmiga), uma noviça prestes a fazer seus votos, o padre logo descobre que o local não é mais sagrado, e que um antigo horror vaga pelos corredores do convento.

A Freira é mais um título na longa franquia iniciada por James Wan em Invocação do Mal, e traz alguns demônios e ideias já conhecidos, ao mesmo tempo em que explora novas localidades e personagens. Como outros filmes na franquia, atém-se a uma ideia muito própria de terror, baseado principalmente em jump-scares e sequências de tensão. Por causa disso, é um filme que acaba não empolgando tanto o espectador, mais porque mantém essa ideia já batida e não busca inová-la do que por ser algo mau feito. Buscando as origens do demônio Valak, introduzido em Invocação do Mal 2, o filme é interessante para aqueles que acompanham a franquia desde o início, mas não se sustenta como uma ideia própria e não acrescenta muito mais à história da saga além do fato de ser apenas mais um capítulo.

Os personagens também não são os mais cativantes já vistos. Muito embora Bichir e Farmiga façam um bom trabalho e mantenham seus personagens firmes ao longo da narrativa, o enredo em si não dá a eles muita chance de se desenvolverem. Quanto ao resto do elenco, pode se dizer que são bastante substituíveis. Um outro rapaz, que acompanha a dupla, ganha um pouco mais de destaque, mas acaba caindo no estereótipo do mocinho cafajeste e torna-se mais um alívio cômico em meio ao terror. Quanto ao restante das freiras, elas têm tão pouca participação no filme que são facilmente esquecíveis.

Um ponto positivo do filme é que, mesmo baseando seu terror em jump-scares, pode-se perceber a experiência do produtor James Wan em construir a tensão que leva a esses momentos de susto, superando um pouco (mas não completamente) a previsibilidade do medo e do que vai acontecer em seguida.

SIMBOLISMOS E O PECADO DO EXAGERO

Um outro aspecto interessante de A Freira reside em sua construção estética. Mais do que qualquer outro na franquia, o filme brinca com o jogo de luz e sombras, entre o branco e o preto, presentes tanto nas vestimentas dos personagens (a irmã Irene, a heroína, é a única a usar roupas completamente brancas) quanto na iluminação, que se baseia em ambientes pouco iluminados e muito escuros, mas com focos de luz marcantes, contraste esse que realça a ideia de combate entre o sagrado e o profano na qual o filme se inspira.

O simbolismo também é algo muito presente no filme, que faz grande uso de imagens como a relíquia sagrada, as contas do rosário, o sangue, as serpentes, tudo para construir a ideia de seus personagens e do antagonista. Contudo, nesse momento o longa escorrega em uma questão perigosa: o exagero. Em vários momentos, algumas ideias são repetidas tão desnecessariamente com a única explicação de querer reforçar um conceito, como se os espectadores não fossem capazes de entende-los sozinhos. E quando essa repetição se torna constante no filme, tudo o que se provoca é cansaço.

Um bom exemplo é o uso incessante da imagem da cruz. Mesmo se tratando de um filme com um apelo religioso muito forte, o uso desse símbolo é tão exagerado que chega a ser ridículo. Literalmente, existem cruzes em todos os lugares nesse filme, mesmo aonde não se espera que haja uma cruz, mesmo em momentos onde é praticamente impossível essa imagem aparecer, mesmo em momentos onde seu uso é o mais desnecessário possível, pois a ideia já está representada por outros elementos. E tudo isso acaba por tirar significado dos momentos onde esse simbolismo realmente faz sentido.

O DEMÔNIO

Sobre o próprio Valak, é possível dizer que o personagem se mantém conforme o conhecemos em Invocação do Mal 2. A conexão entre esse demônio e o filme original, inclusive, é muito bem feita e desperta a atenção, principalmente dos fãs mais vidrados na saga. Algumas cenas com o demônio são bem conhecidas dos amantes da franquia, e o uso da criatura é bem aplicado nos primeiros momentos do filme, com aparições esporádicas para sustos e a mescla da sua imagem com as sombras ao seu redor.

Ao final do filme, contudo, o filme peca por sua superexposição, o que resulta em uma sequência de cenas que tira muito do aspecto sobrenatural do demônio e acaba por transformá-lo mais em um vilão de um filme de super-herói, o que talvez seja o ponto mais irritante de um filme que, embora comece muito bem ao construir o suspense em volta do caso, falha em sua sequência final catastrófica e é salvo pela conexão final dessa história com o restante da franquia.

Para os amantes de filme de terror e da saga Invocação do Mal, A Freira estreia nos cinemas dia 6 de setembro e é um filme interessante para se assistir descompromissadamente, assim como a maioria dos terrores comerciais.

No items found.
botão de dar play no vídeo
No items found.

Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
saiba mais sobre o filme
saiba mais sobre a série

A Freira é o novo filme do universo de Invocação do Mal e narra a luta de um padre e uma noviça contra um terror indescritível em uma abadia na Romênia. Confira

crítica por
Luis Henrique Franco
6/9/2018

Após o suicídio de uma freira em um convento afastado na Romênia, a Igreja Católica envia o padre Burke (Demian Bichir), um especialista em fenômenos estranhos ocorridos em localidades da Igreja Católica, para investigar. Acompanhado pela Irmã Irene (Taíssa Farmiga), uma noviça prestes a fazer seus votos, o padre logo descobre que o local não é mais sagrado, e que um antigo horror vaga pelos corredores do convento.

A Freira é mais um título na longa franquia iniciada por James Wan em Invocação do Mal, e traz alguns demônios e ideias já conhecidos, ao mesmo tempo em que explora novas localidades e personagens. Como outros filmes na franquia, atém-se a uma ideia muito própria de terror, baseado principalmente em jump-scares e sequências de tensão. Por causa disso, é um filme que acaba não empolgando tanto o espectador, mais porque mantém essa ideia já batida e não busca inová-la do que por ser algo mau feito. Buscando as origens do demônio Valak, introduzido em Invocação do Mal 2, o filme é interessante para aqueles que acompanham a franquia desde o início, mas não se sustenta como uma ideia própria e não acrescenta muito mais à história da saga além do fato de ser apenas mais um capítulo.

Os personagens também não são os mais cativantes já vistos. Muito embora Bichir e Farmiga façam um bom trabalho e mantenham seus personagens firmes ao longo da narrativa, o enredo em si não dá a eles muita chance de se desenvolverem. Quanto ao resto do elenco, pode se dizer que são bastante substituíveis. Um outro rapaz, que acompanha a dupla, ganha um pouco mais de destaque, mas acaba caindo no estereótipo do mocinho cafajeste e torna-se mais um alívio cômico em meio ao terror. Quanto ao restante das freiras, elas têm tão pouca participação no filme que são facilmente esquecíveis.

Um ponto positivo do filme é que, mesmo baseando seu terror em jump-scares, pode-se perceber a experiência do produtor James Wan em construir a tensão que leva a esses momentos de susto, superando um pouco (mas não completamente) a previsibilidade do medo e do que vai acontecer em seguida.

SIMBOLISMOS E O PECADO DO EXAGERO

Um outro aspecto interessante de A Freira reside em sua construção estética. Mais do que qualquer outro na franquia, o filme brinca com o jogo de luz e sombras, entre o branco e o preto, presentes tanto nas vestimentas dos personagens (a irmã Irene, a heroína, é a única a usar roupas completamente brancas) quanto na iluminação, que se baseia em ambientes pouco iluminados e muito escuros, mas com focos de luz marcantes, contraste esse que realça a ideia de combate entre o sagrado e o profano na qual o filme se inspira.

O simbolismo também é algo muito presente no filme, que faz grande uso de imagens como a relíquia sagrada, as contas do rosário, o sangue, as serpentes, tudo para construir a ideia de seus personagens e do antagonista. Contudo, nesse momento o longa escorrega em uma questão perigosa: o exagero. Em vários momentos, algumas ideias são repetidas tão desnecessariamente com a única explicação de querer reforçar um conceito, como se os espectadores não fossem capazes de entende-los sozinhos. E quando essa repetição se torna constante no filme, tudo o que se provoca é cansaço.

Um bom exemplo é o uso incessante da imagem da cruz. Mesmo se tratando de um filme com um apelo religioso muito forte, o uso desse símbolo é tão exagerado que chega a ser ridículo. Literalmente, existem cruzes em todos os lugares nesse filme, mesmo aonde não se espera que haja uma cruz, mesmo em momentos onde é praticamente impossível essa imagem aparecer, mesmo em momentos onde seu uso é o mais desnecessário possível, pois a ideia já está representada por outros elementos. E tudo isso acaba por tirar significado dos momentos onde esse simbolismo realmente faz sentido.

O DEMÔNIO

Sobre o próprio Valak, é possível dizer que o personagem se mantém conforme o conhecemos em Invocação do Mal 2. A conexão entre esse demônio e o filme original, inclusive, é muito bem feita e desperta a atenção, principalmente dos fãs mais vidrados na saga. Algumas cenas com o demônio são bem conhecidas dos amantes da franquia, e o uso da criatura é bem aplicado nos primeiros momentos do filme, com aparições esporádicas para sustos e a mescla da sua imagem com as sombras ao seu redor.

Ao final do filme, contudo, o filme peca por sua superexposição, o que resulta em uma sequência de cenas que tira muito do aspecto sobrenatural do demônio e acaba por transformá-lo mais em um vilão de um filme de super-herói, o que talvez seja o ponto mais irritante de um filme que, embora comece muito bem ao construir o suspense em volta do caso, falha em sua sequência final catastrófica e é salvo pela conexão final dessa história com o restante da franquia.

Para os amantes de filme de terror e da saga Invocação do Mal, A Freira estreia nos cinemas dia 6 de setembro e é um filme interessante para se assistir descompromissadamente, assim como a maioria dos terrores comerciais.

confira o trailer

Crítica

A Freira é o novo filme do universo de Invocação do Mal e narra a luta de um padre e uma noviça contra um terror indescritível em uma abadia na Romênia. Confira

escrito por
Luis Henrique Franco
6/9/2018
nascimento

A Freira é o novo filme do universo de Invocação do Mal e narra a luta de um padre e uma noviça contra um terror indescritível em uma abadia na Romênia. Confira

escrito por
Luis Henrique Franco
6/9/2018

Após o suicídio de uma freira em um convento afastado na Romênia, a Igreja Católica envia o padre Burke (Demian Bichir), um especialista em fenômenos estranhos ocorridos em localidades da Igreja Católica, para investigar. Acompanhado pela Irmã Irene (Taíssa Farmiga), uma noviça prestes a fazer seus votos, o padre logo descobre que o local não é mais sagrado, e que um antigo horror vaga pelos corredores do convento.

A Freira é mais um título na longa franquia iniciada por James Wan em Invocação do Mal, e traz alguns demônios e ideias já conhecidos, ao mesmo tempo em que explora novas localidades e personagens. Como outros filmes na franquia, atém-se a uma ideia muito própria de terror, baseado principalmente em jump-scares e sequências de tensão. Por causa disso, é um filme que acaba não empolgando tanto o espectador, mais porque mantém essa ideia já batida e não busca inová-la do que por ser algo mau feito. Buscando as origens do demônio Valak, introduzido em Invocação do Mal 2, o filme é interessante para aqueles que acompanham a franquia desde o início, mas não se sustenta como uma ideia própria e não acrescenta muito mais à história da saga além do fato de ser apenas mais um capítulo.

Os personagens também não são os mais cativantes já vistos. Muito embora Bichir e Farmiga façam um bom trabalho e mantenham seus personagens firmes ao longo da narrativa, o enredo em si não dá a eles muita chance de se desenvolverem. Quanto ao resto do elenco, pode se dizer que são bastante substituíveis. Um outro rapaz, que acompanha a dupla, ganha um pouco mais de destaque, mas acaba caindo no estereótipo do mocinho cafajeste e torna-se mais um alívio cômico em meio ao terror. Quanto ao restante das freiras, elas têm tão pouca participação no filme que são facilmente esquecíveis.

Um ponto positivo do filme é que, mesmo baseando seu terror em jump-scares, pode-se perceber a experiência do produtor James Wan em construir a tensão que leva a esses momentos de susto, superando um pouco (mas não completamente) a previsibilidade do medo e do que vai acontecer em seguida.

SIMBOLISMOS E O PECADO DO EXAGERO

Um outro aspecto interessante de A Freira reside em sua construção estética. Mais do que qualquer outro na franquia, o filme brinca com o jogo de luz e sombras, entre o branco e o preto, presentes tanto nas vestimentas dos personagens (a irmã Irene, a heroína, é a única a usar roupas completamente brancas) quanto na iluminação, que se baseia em ambientes pouco iluminados e muito escuros, mas com focos de luz marcantes, contraste esse que realça a ideia de combate entre o sagrado e o profano na qual o filme se inspira.

O simbolismo também é algo muito presente no filme, que faz grande uso de imagens como a relíquia sagrada, as contas do rosário, o sangue, as serpentes, tudo para construir a ideia de seus personagens e do antagonista. Contudo, nesse momento o longa escorrega em uma questão perigosa: o exagero. Em vários momentos, algumas ideias são repetidas tão desnecessariamente com a única explicação de querer reforçar um conceito, como se os espectadores não fossem capazes de entende-los sozinhos. E quando essa repetição se torna constante no filme, tudo o que se provoca é cansaço.

Um bom exemplo é o uso incessante da imagem da cruz. Mesmo se tratando de um filme com um apelo religioso muito forte, o uso desse símbolo é tão exagerado que chega a ser ridículo. Literalmente, existem cruzes em todos os lugares nesse filme, mesmo aonde não se espera que haja uma cruz, mesmo em momentos onde é praticamente impossível essa imagem aparecer, mesmo em momentos onde seu uso é o mais desnecessário possível, pois a ideia já está representada por outros elementos. E tudo isso acaba por tirar significado dos momentos onde esse simbolismo realmente faz sentido.

O DEMÔNIO

Sobre o próprio Valak, é possível dizer que o personagem se mantém conforme o conhecemos em Invocação do Mal 2. A conexão entre esse demônio e o filme original, inclusive, é muito bem feita e desperta a atenção, principalmente dos fãs mais vidrados na saga. Algumas cenas com o demônio são bem conhecidas dos amantes da franquia, e o uso da criatura é bem aplicado nos primeiros momentos do filme, com aparições esporádicas para sustos e a mescla da sua imagem com as sombras ao seu redor.

Ao final do filme, contudo, o filme peca por sua superexposição, o que resulta em uma sequência de cenas que tira muito do aspecto sobrenatural do demônio e acaba por transformá-lo mais em um vilão de um filme de super-herói, o que talvez seja o ponto mais irritante de um filme que, embora comece muito bem ao construir o suspense em volta do caso, falha em sua sequência final catastrófica e é salvo pela conexão final dessa história com o restante da franquia.

Para os amantes de filme de terror e da saga Invocação do Mal, A Freira estreia nos cinemas dia 6 de setembro e é um filme interessante para se assistir descompromissadamente, assim como a maioria dos terrores comerciais.

ARTIGOS relacionados

deixe seu comentário