Crítica

Crítica

'Raya e o Último Dragão' é a Disney fazendo o que sabe de melhor

6/3/2021

Mesmo seguindo uma fórmula não muito inovadora, Raya e o Último Dragão é uma animação maravilhosa, sustentada por seus personagens carismáticos e por sua forte mensagem sobre união.

escrito por
Luis Henrique Franco

Mesmo seguindo uma fórmula não muito inovadora, Raya e o Último Dragão é uma animação maravilhosa, sustentada por seus personagens carismáticos e por sua forte mensagem sobre união.

escrito por
Luis Henrique Franco
6/3/2021

Com o reino de Kumandra fragmentado em cinco facções rivais e ameaçado por uma força maligna que se alimenta de essência viva, Raya, a filha do guardião da grande pérola deixada pelos dragões, parte em uma jornada para encontrar o último dragão vivo e esperar que ele consiga trazer a paz e o equilíbrio de volta à terra. A história, em sua essência, não é muito inovadora dentro do padrão Disney: uma jornada de amadurecimento misturada com uma grande aventura cheia de fantasia e momentos divertidos. Contudo, Raya e o Último Dragão se sobressai à sua história já batida e apresenta uma narrativa bastante tocante e bela de se acompanhar.

Nova animação da Disney, disponível tanto no cinema quanto na plataforma do Disney+, Raya e o Último Dragão traz dentro de si vários aspectos que enriquecem a sua trama e a tornam algo único de se assistir. O primeiro desses aspectos é a forma como a sua história se desenvolve, sempre sustentada pela dupla ameaçada das facções em conflito constante e a presença dos Druun, seres sombrios que se alimentam da angústia humana e deixam para traz corpos aprisionados em pedra. Com o reino já praticamente consumido por essas criaturas, a jornada da heroína se torna muito mais urgente, enquanto torcemos para que Raya e o último dragão, Sisu, consigam, de alguma forma, unir os reinos contra essa ameaça em comum.

Outro grande aspecto do filme são seus personagens. Seguindo uma nova tendência entre as personagens femininas da Disney, Raya é uma mulher forte e bastante habilidosa, com uma grande determinação e um bom treinamento desde criança que lhe confere as habilidades que precisa para sobreviver. Interpretada por Kelly Marie Tran, que lhe confere uma personalidade forte, séria e, em vários momentos, teimosa, a protagonista apresenta inúmeras forças, mas também alguns defeitos que a tornam próxima do público e a colocam em uma jornada de amadurecimento para aprender a confiar nos que a cercam. Somados, esses aspectos ajudam a criar uma protagonista com a qual o público pode se identificar facilmente através de suas lutas e pensamentos.

E Raya não é a única grande personagem dessa animação. Ao seu lado está a dragão Sisu (Awkwafina), a última de sua raça e uma criatura doce e divertida, mas também ingênua e por vezes bondosa demais, o que cria uma boa contradição com a sempre desconfiada Raya e estabelece uma relação engraçada e bem estruturada entre as duas. A dublagem de Awkwafina é hilária, feita em um ritmo rápido e por vezes atropelado que dão à criatura mística um ar jovial e inexperiente, mas que consegue exprimir momentos de grande sabedoria sem quebrar a construção da personagem.

Gemma Chan também brilha no elenco, dublando a principal antagonista humana da história, Namaari, princesa do reino da Presa. Para todos os efeitos, Namaari se mostra como ameaçadora e compreensível ao mesmo tempo. Sua presença é bastante intimidadora e suas habilidades são grandes o bastante para rivalizarem com as da protagonista, com quem divide uma história que as une de uma maneira coerente e justifica sua grande rivalidade. Mas por trás desse aspecto de guerreira, Namaari se mostra como uma vilã bastante humana, movida a realizar os atos que pratica por conta da forma como foi educada e da presença constante de sua mãe.

Outros personagens também se juntam à trama e proporcionam momentos divertidos com suas personalidades únicas e bastante diversas, apesar de não possuírem muito tempo de tela para se desenvolverem melhor.

O último aspecto que faz dessa animação uma grande história é a sua mensagem. Valendo-se de sua temática de união, o filme trabalha a necessidade de se confiar nos outros para se construir um futuro melhor. Contudo, não é uma história cega às dificuldades de se estabelecer laços de confiança, especialmente após anos de conflitos e traições entre as pessoas. Compreendendo isso, o filme mostra uma jornada agravada por erros de muitos personagens, tanto antagonistas quanto protagonistas, e trabalha a ideia da necessidade de se dar o primeiro passo e de que, apesar de difícil, a confiança é algo possível de se construir, mesmo em um reino fragmentado.

Raya e o Último Dragão não é uma história extremamente original. Na realidade, nos quesitos de trama, temos um bom exemplo da Disney apostando no seguro e em fórmulas que já funcionaram no passado. Mas, se por um lado esse "esqueleto" é batido e conhecido do público, por outro a forma como ele é preenchido mostra todo o potencial que a Disney sabe explorar em suas animações. Sua narrativa nos proporciona momentos genuínos de riso e de satisfação, mas também é capaz de arrancar diversas lágrimas inesperadas e nos convencer de uma mensagem extremamente importante nos dias de hoje. Não é a Disney trazendo algo novo, mas com certeza é a Disney fazendo o que sabe fazer de melhor, da melhor maneira que consegue.

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Raya e o Último Dragão

Raya e o Último Dragão

Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
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Mesmo seguindo uma fórmula não muito inovadora, Raya e o Último Dragão é uma animação maravilhosa, sustentada por seus personagens carismáticos e por sua forte mensagem sobre união.

crítica por
Luis Henrique Franco
6/3/2021

Com o reino de Kumandra fragmentado em cinco facções rivais e ameaçado por uma força maligna que se alimenta de essência viva, Raya, a filha do guardião da grande pérola deixada pelos dragões, parte em uma jornada para encontrar o último dragão vivo e esperar que ele consiga trazer a paz e o equilíbrio de volta à terra. A história, em sua essência, não é muito inovadora dentro do padrão Disney: uma jornada de amadurecimento misturada com uma grande aventura cheia de fantasia e momentos divertidos. Contudo, Raya e o Último Dragão se sobressai à sua história já batida e apresenta uma narrativa bastante tocante e bela de se acompanhar.

Nova animação da Disney, disponível tanto no cinema quanto na plataforma do Disney+, Raya e o Último Dragão traz dentro de si vários aspectos que enriquecem a sua trama e a tornam algo único de se assistir. O primeiro desses aspectos é a forma como a sua história se desenvolve, sempre sustentada pela dupla ameaçada das facções em conflito constante e a presença dos Druun, seres sombrios que se alimentam da angústia humana e deixam para traz corpos aprisionados em pedra. Com o reino já praticamente consumido por essas criaturas, a jornada da heroína se torna muito mais urgente, enquanto torcemos para que Raya e o último dragão, Sisu, consigam, de alguma forma, unir os reinos contra essa ameaça em comum.

Outro grande aspecto do filme são seus personagens. Seguindo uma nova tendência entre as personagens femininas da Disney, Raya é uma mulher forte e bastante habilidosa, com uma grande determinação e um bom treinamento desde criança que lhe confere as habilidades que precisa para sobreviver. Interpretada por Kelly Marie Tran, que lhe confere uma personalidade forte, séria e, em vários momentos, teimosa, a protagonista apresenta inúmeras forças, mas também alguns defeitos que a tornam próxima do público e a colocam em uma jornada de amadurecimento para aprender a confiar nos que a cercam. Somados, esses aspectos ajudam a criar uma protagonista com a qual o público pode se identificar facilmente através de suas lutas e pensamentos.

E Raya não é a única grande personagem dessa animação. Ao seu lado está a dragão Sisu (Awkwafina), a última de sua raça e uma criatura doce e divertida, mas também ingênua e por vezes bondosa demais, o que cria uma boa contradição com a sempre desconfiada Raya e estabelece uma relação engraçada e bem estruturada entre as duas. A dublagem de Awkwafina é hilária, feita em um ritmo rápido e por vezes atropelado que dão à criatura mística um ar jovial e inexperiente, mas que consegue exprimir momentos de grande sabedoria sem quebrar a construção da personagem.

Gemma Chan também brilha no elenco, dublando a principal antagonista humana da história, Namaari, princesa do reino da Presa. Para todos os efeitos, Namaari se mostra como ameaçadora e compreensível ao mesmo tempo. Sua presença é bastante intimidadora e suas habilidades são grandes o bastante para rivalizarem com as da protagonista, com quem divide uma história que as une de uma maneira coerente e justifica sua grande rivalidade. Mas por trás desse aspecto de guerreira, Namaari se mostra como uma vilã bastante humana, movida a realizar os atos que pratica por conta da forma como foi educada e da presença constante de sua mãe.

Outros personagens também se juntam à trama e proporcionam momentos divertidos com suas personalidades únicas e bastante diversas, apesar de não possuírem muito tempo de tela para se desenvolverem melhor.

O último aspecto que faz dessa animação uma grande história é a sua mensagem. Valendo-se de sua temática de união, o filme trabalha a necessidade de se confiar nos outros para se construir um futuro melhor. Contudo, não é uma história cega às dificuldades de se estabelecer laços de confiança, especialmente após anos de conflitos e traições entre as pessoas. Compreendendo isso, o filme mostra uma jornada agravada por erros de muitos personagens, tanto antagonistas quanto protagonistas, e trabalha a ideia da necessidade de se dar o primeiro passo e de que, apesar de difícil, a confiança é algo possível de se construir, mesmo em um reino fragmentado.

Raya e o Último Dragão não é uma história extremamente original. Na realidade, nos quesitos de trama, temos um bom exemplo da Disney apostando no seguro e em fórmulas que já funcionaram no passado. Mas, se por um lado esse "esqueleto" é batido e conhecido do público, por outro a forma como ele é preenchido mostra todo o potencial que a Disney sabe explorar em suas animações. Sua narrativa nos proporciona momentos genuínos de riso e de satisfação, mas também é capaz de arrancar diversas lágrimas inesperadas e nos convencer de uma mensagem extremamente importante nos dias de hoje. Não é a Disney trazendo algo novo, mas com certeza é a Disney fazendo o que sabe fazer de melhor, da melhor maneira que consegue.

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Mesmo seguindo uma fórmula não muito inovadora, Raya e o Último Dragão é uma animação maravilhosa, sustentada por seus personagens carismáticos e por sua forte mensagem sobre união.

escrito por
Luis Henrique Franco
6/3/2021
nascimento

Mesmo seguindo uma fórmula não muito inovadora, Raya e o Último Dragão é uma animação maravilhosa, sustentada por seus personagens carismáticos e por sua forte mensagem sobre união.

escrito por
Luis Henrique Franco
6/3/2021

Com o reino de Kumandra fragmentado em cinco facções rivais e ameaçado por uma força maligna que se alimenta de essência viva, Raya, a filha do guardião da grande pérola deixada pelos dragões, parte em uma jornada para encontrar o último dragão vivo e esperar que ele consiga trazer a paz e o equilíbrio de volta à terra. A história, em sua essência, não é muito inovadora dentro do padrão Disney: uma jornada de amadurecimento misturada com uma grande aventura cheia de fantasia e momentos divertidos. Contudo, Raya e o Último Dragão se sobressai à sua história já batida e apresenta uma narrativa bastante tocante e bela de se acompanhar.

Nova animação da Disney, disponível tanto no cinema quanto na plataforma do Disney+, Raya e o Último Dragão traz dentro de si vários aspectos que enriquecem a sua trama e a tornam algo único de se assistir. O primeiro desses aspectos é a forma como a sua história se desenvolve, sempre sustentada pela dupla ameaçada das facções em conflito constante e a presença dos Druun, seres sombrios que se alimentam da angústia humana e deixam para traz corpos aprisionados em pedra. Com o reino já praticamente consumido por essas criaturas, a jornada da heroína se torna muito mais urgente, enquanto torcemos para que Raya e o último dragão, Sisu, consigam, de alguma forma, unir os reinos contra essa ameaça em comum.

Outro grande aspecto do filme são seus personagens. Seguindo uma nova tendência entre as personagens femininas da Disney, Raya é uma mulher forte e bastante habilidosa, com uma grande determinação e um bom treinamento desde criança que lhe confere as habilidades que precisa para sobreviver. Interpretada por Kelly Marie Tran, que lhe confere uma personalidade forte, séria e, em vários momentos, teimosa, a protagonista apresenta inúmeras forças, mas também alguns defeitos que a tornam próxima do público e a colocam em uma jornada de amadurecimento para aprender a confiar nos que a cercam. Somados, esses aspectos ajudam a criar uma protagonista com a qual o público pode se identificar facilmente através de suas lutas e pensamentos.

E Raya não é a única grande personagem dessa animação. Ao seu lado está a dragão Sisu (Awkwafina), a última de sua raça e uma criatura doce e divertida, mas também ingênua e por vezes bondosa demais, o que cria uma boa contradição com a sempre desconfiada Raya e estabelece uma relação engraçada e bem estruturada entre as duas. A dublagem de Awkwafina é hilária, feita em um ritmo rápido e por vezes atropelado que dão à criatura mística um ar jovial e inexperiente, mas que consegue exprimir momentos de grande sabedoria sem quebrar a construção da personagem.

Gemma Chan também brilha no elenco, dublando a principal antagonista humana da história, Namaari, princesa do reino da Presa. Para todos os efeitos, Namaari se mostra como ameaçadora e compreensível ao mesmo tempo. Sua presença é bastante intimidadora e suas habilidades são grandes o bastante para rivalizarem com as da protagonista, com quem divide uma história que as une de uma maneira coerente e justifica sua grande rivalidade. Mas por trás desse aspecto de guerreira, Namaari se mostra como uma vilã bastante humana, movida a realizar os atos que pratica por conta da forma como foi educada e da presença constante de sua mãe.

Outros personagens também se juntam à trama e proporcionam momentos divertidos com suas personalidades únicas e bastante diversas, apesar de não possuírem muito tempo de tela para se desenvolverem melhor.

O último aspecto que faz dessa animação uma grande história é a sua mensagem. Valendo-se de sua temática de união, o filme trabalha a necessidade de se confiar nos outros para se construir um futuro melhor. Contudo, não é uma história cega às dificuldades de se estabelecer laços de confiança, especialmente após anos de conflitos e traições entre as pessoas. Compreendendo isso, o filme mostra uma jornada agravada por erros de muitos personagens, tanto antagonistas quanto protagonistas, e trabalha a ideia da necessidade de se dar o primeiro passo e de que, apesar de difícil, a confiança é algo possível de se construir, mesmo em um reino fragmentado.

Raya e o Último Dragão não é uma história extremamente original. Na realidade, nos quesitos de trama, temos um bom exemplo da Disney apostando no seguro e em fórmulas que já funcionaram no passado. Mas, se por um lado esse "esqueleto" é batido e conhecido do público, por outro a forma como ele é preenchido mostra todo o potencial que a Disney sabe explorar em suas animações. Sua narrativa nos proporciona momentos genuínos de riso e de satisfação, mas também é capaz de arrancar diversas lágrimas inesperadas e nos convencer de uma mensagem extremamente importante nos dias de hoje. Não é a Disney trazendo algo novo, mas com certeza é a Disney fazendo o que sabe fazer de melhor, da melhor maneira que consegue.

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