Análise & Opinião

Análise & Opinião

Detetives No Cinema

11/12/2019

Entre Facas E Segredos é um filme que busca reviver a narrativa dos detetives que encantaram gerações com seus mistérios e suas soluções geniais. Tais detetives criaram um gênero próprio e muito rico tanto na literatura quanto no cinema. Saiba mais em nosso artigo!

escrito por
Luis Henrique Franco

Entre Facas E Segredos é um filme que busca reviver a narrativa dos detetives que encantaram gerações com seus mistérios e suas soluções geniais. Tais detetives criaram um gênero próprio e muito rico tanto na literatura quanto no cinema. Saiba mais em nosso artigo!

escrito por
Luis Henrique Franco
11/12/2019

Romances policiais são um gênero da literatura que começou a ser publicado no século XIX, com a explosão do avanço científico e tecnológico e da racionalidade como forma de explicação para o mundo. Os autores logo atenderam a essa nova demanda e criaram personagens capazes de resolver mistérios através da dedução científica e de explicações lógicas, até mesmo para as coisas que pareciam mais incoerentes e fantásticas do mundo.

Por volta da metade do século XX, esse gênero evoluiu para trazer uma nova forma de pensamento, onde se incorporaram os avanços da psicologia sobre o comportamento humano e uma forma de dedução que prestava igual atenção às explicações lógicas e à análise psicológica dos personagens. Ainda hoje, esse tipo de leitura encontra muito espaço entre fãs aficionados que adoram os clássicos e procuram entre novos autores a continuação para esse desenvolvimento.

De um jeito ou de outro, os detetives desse tipo de suspense sempre encontraram espaço na nossa cultura, e inclusive traçaram seu caminho para alguns dos maiores sucessos do cinema e da TV. Entre Facas e Segredos parece seguir na linha dessa longa tradição de suspenses de investigação, revivendo um clássico gênero que já encontrou diversas formas na nossa cultura atual.

A ORIGEM DOS DETETIVES NA LITERATURA

Segundo os estudiosos, o romance policial é um gênero iniciado em meados do século XIX, com o ilustre autor Edgar Allan Poe. É dele a obra mais antiga a se enquadrar na ideia de romance policial, Assassinatos na Rua Morgue, onde foi criado o primeiro grande detetive da literatura, C. Auguste Dupin.

Publicado originalmente em folhetins, os romances policiais apresentavam uma fórmula extremamente característica de sua composição: apresentavam um crime, ocorrido geralmente em um ambiente fechado, com um número limitado de suspeitos, geralmente todos com motivações para a realização do crime; em seguida, surgia o protagonista, o detetive da história e aquele encarregado de desvendar o mistério sobre quem cometeu o crime e porque. Existem vários caminhos pelos quais, através da análise de pistas deixadas, o detetive consegue chegar à resolução do caso. Em alguns romances, um segundo crime é cometido, o que leva o protagonista a analisar as pistas obtidas até então de uma outra maneira. O importante é que, no geral, toda a situação é exposta e explicada no final.

Dupin voltaria a aparecer em outros dois contos de Poe: O Mistério de Marie Rogêt e A Carta Roubada. Seu estilo de investigação é semelhante ao do grande detetive inglês Sherlock Holmes, o que leva muitos a considerar Dupin como o precursor do personagem de Arthur Conan Doyle.

Assassinatos na Rua Morgue já teve três adaptações para o cinema: a primeira, em 1932, foi estrelada por Bela Lugosi; a segunda, de 1954, foi protagonizada por Karl Malden e recebeu o título traduzido de Os Fantasmas da Rua Morgue; a terceira foi lançada em 1971 e contou com os atores Jason Robards, Christinne Kaufmann e Herbert Lom. Também foi realizado um filme televisivo, lançado em 1986.

OS GRANDES CLÁSSICOS DO SÉCULO XX

Os nomes mais associados ao romance policial, no entanto, são os de Arthur Conan Doyle e Agatha Christie, ambos extremamente famosos por seus icônicos detetives, que dominaram o cenário do gênero durante o século XX e continuam a fazê-lo até hoje.

Arthur Conan Doyle é talvez o mais conhecido dos autores desse tipo de romance em específico, e encantou gerações com seu grande detetive, talvez o mais famoso de toda a literatura: Sherlock Holmes. Residente da Rua Baker, 221B, Holmes e seu grande companheiro Dr. Watson se tornaram protagonistas de alguns dos romances de mistério mais famosos do final do Século XIX e começo do século XX.

Entre os principais aspectos que caracterizam o grande detetive, está o seu grande potencial dedutivo, capaz de tirar grandes conclusões através da análise de provas com o uso do método científico. Holmes também é caracterizado como um excêntrico e um boêmio, tendo em alguns casos quebrado a lei e mentido para a polícia para benefício de um cliente. Entre outros aspectos, Holmes é visto como alguém frio, exceto nos seus momentos de investigação, onde dedica toda a sua paixão e atenção ao caso.

Sherlock Holmes é o exemplo perfeito de um personagem vindo de uma época de positivismo e uso do método científico. Seu método dedutivo e capaz de extrair tudo o que precisa das pistas deixadas corroboram com uma ideia de que tudo pode ser extraído do mundo natural. Uma ideia desse tipo se tornaria um pouco antiquada conforme áreas como a psicologia avançavam ao longo do Século XX.

Agatha Christie é talvez uma escritora mais voltada para essa mudança na forma de analisar as críticas. Até hoje uma das escritoras mais lidas de todos os tempos, ela também é a criadora de uma legião de detetives, sendo o mais conhecido deles o belga Hercule Poirot. Diferentemente de Holmes, Poirot não se prende apenas à análise das pistas deixadas pelo culpado, usando de seu conhecimento para criar uma relação mais profunda com os suspeitos e desvendar aspectos da história a partir de conversas onde mensagens e hábitos que não parecem ter nada de importante tornam-se aspectos extremamente acusatórios aos olhos do detetive. (Se quiser saber mais sobre a escritora, clique aqui)

Com Poirot, o gênero de detetives na literatura abraçou uma nova ideia: a de que nem tudo o que é necessário para a resolução de um crime é simplesmente deixado para trás ou possível de ser encontrado através da dedução. Algumas pistas e motivações estão bem escondidas na mente do culpado e é preciso cavar um pouco mais fundo para encontrá-los. O uso da psicologia demonstra-se efetivo nesse tipo de romance para revelar pistas que nem sempre seriam tão claras ao leitor, tornando os casos muito mais interessantes de serem analisados.

OS GRANDES DETETIVES NO CINEMA

Na TV e no cinema, Sherlock Holmes é um dos personagens mais adaptados da literatura em todos os tempos. Suas inúmeras aventuras foram retratadas nas mais diferentes produções pelos mais diferentes atores. Durante o período de 1939 a 1946, o detetive foi interpretado pelo ator britânico Basil Rathbone.

Em anos mais recentes, o personagem foi vivido por Robert Downey Jr. em dois longas, o primeiro de 2009 e sua sequência de 2011. E em 2015, foi a vez do ator Ian McKellen viver uma versão bem mais velha e aposentada do detetive no filme Mr. Holmes.

Na televisão, a primeira versão do personagem foi vivida por Jeremy Brett, entre 1984 e 1994. Em 2010, o detetive foi revitalizado e teve suas aventuras adaptadas para os dias atuais na série Sherlock, de 2010, protagonizada por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman. E em 2012, foi a vez da dupla Johnny Lee Miller e Lucy Liu viverem a famosa dupla na série Elementary.

Já Hercule Poirot foi primeiramente vivido no cinema por Albert Finney no filme de 1973, Assassinato no Expresso do Oriente, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Ingrid Bergman. Depois dele, o personagem foi interpretado em filmes por Peter Ustinov e, mais recentemente, por Kenneth Branagh, em uma nova adaptação de Assassinato no Expresso do Oriente.

Contudo, a interpretação mais famosa do detetive de Agatha Christie ocorreu na icônica série de televisão Agatha Christie's Poirot, onde ele foi vivido pelo ator David Suchet. A série foi ao ar pela primeira vez em 1989 e continuou a ser exibida até 2013. Em 2018, foi lançada uma minissérie de televisão sobre o romance Os Crimes do ABC, onde Poirot foi vivido pelo ator John Malkovich.

A ATRAÇÃO PELO MISTÉRIO

O gênero de romances policiais e detetivescos atraem público a mais de um século porque são histórias que trazem muito da expectativa para os seus leitores. Todos aqueles que se aventuram a ler um livro de Poe, Doyle ou Christie são levados para um mundo onde um crime misterioso aconteceu e, a partir do primeiro momento em que ele ocorre, são "forçados" a tecer ideias e teorias sobre como crime foi realizado, alterando-a sempre que uma nova pista é adicionada.

Por causa disso, ficamos entretidos com a leitura, ansiosos para sabermos o final: acertamos nossas teorias ou fomos pegos de surpresa porque não prestamos atenção em algo muito mais sutil do que pensávamos? No fim, queremos saber como as pistas se desenrolam até o desmascaramento do suspeito, queremos ouvir a explicação final para o ato, somos ansioso por encontrar resolução para essas questões.

No cinema não é diferente. Assistimos pacientemente o desenrolar do suspense e do mistério, tremendo de alegria quando adivinhamos alguma parte do mesmo ou de frustração quando ele nos pega desprevenidos. No fim, somos sempre atraídos por essa necessidade de ver a história retornar ao seu ponto de equilíbrio do qual saiu, e gostamos de fazer isso enquanto estamos mergulhados no desenrolar das narrativas.

Entre Facas e Segredos busca trazer tudo isso em uma trama de grande mistério onde um famoso escritor é assassinado e toda a sua família torna-se suspeita. Não deixe de conferir esse novo lançamento nos cinemas!

botão de dar play no vídeo

Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
saiba mais sobre o filme
saiba mais sobre a série

Entre Facas E Segredos é um filme que busca reviver a narrativa dos detetives que encantaram gerações com seus mistérios e suas soluções geniais. Tais detetives criaram um gênero próprio e muito rico tanto na literatura quanto no cinema. Saiba mais em nosso artigo!

crítica por
Luis Henrique Franco
11/12/2019

Romances policiais são um gênero da literatura que começou a ser publicado no século XIX, com a explosão do avanço científico e tecnológico e da racionalidade como forma de explicação para o mundo. Os autores logo atenderam a essa nova demanda e criaram personagens capazes de resolver mistérios através da dedução científica e de explicações lógicas, até mesmo para as coisas que pareciam mais incoerentes e fantásticas do mundo.

Por volta da metade do século XX, esse gênero evoluiu para trazer uma nova forma de pensamento, onde se incorporaram os avanços da psicologia sobre o comportamento humano e uma forma de dedução que prestava igual atenção às explicações lógicas e à análise psicológica dos personagens. Ainda hoje, esse tipo de leitura encontra muito espaço entre fãs aficionados que adoram os clássicos e procuram entre novos autores a continuação para esse desenvolvimento.

De um jeito ou de outro, os detetives desse tipo de suspense sempre encontraram espaço na nossa cultura, e inclusive traçaram seu caminho para alguns dos maiores sucessos do cinema e da TV. Entre Facas e Segredos parece seguir na linha dessa longa tradição de suspenses de investigação, revivendo um clássico gênero que já encontrou diversas formas na nossa cultura atual.

A ORIGEM DOS DETETIVES NA LITERATURA

Segundo os estudiosos, o romance policial é um gênero iniciado em meados do século XIX, com o ilustre autor Edgar Allan Poe. É dele a obra mais antiga a se enquadrar na ideia de romance policial, Assassinatos na Rua Morgue, onde foi criado o primeiro grande detetive da literatura, C. Auguste Dupin.

Publicado originalmente em folhetins, os romances policiais apresentavam uma fórmula extremamente característica de sua composição: apresentavam um crime, ocorrido geralmente em um ambiente fechado, com um número limitado de suspeitos, geralmente todos com motivações para a realização do crime; em seguida, surgia o protagonista, o detetive da história e aquele encarregado de desvendar o mistério sobre quem cometeu o crime e porque. Existem vários caminhos pelos quais, através da análise de pistas deixadas, o detetive consegue chegar à resolução do caso. Em alguns romances, um segundo crime é cometido, o que leva o protagonista a analisar as pistas obtidas até então de uma outra maneira. O importante é que, no geral, toda a situação é exposta e explicada no final.

Dupin voltaria a aparecer em outros dois contos de Poe: O Mistério de Marie Rogêt e A Carta Roubada. Seu estilo de investigação é semelhante ao do grande detetive inglês Sherlock Holmes, o que leva muitos a considerar Dupin como o precursor do personagem de Arthur Conan Doyle.

Assassinatos na Rua Morgue já teve três adaptações para o cinema: a primeira, em 1932, foi estrelada por Bela Lugosi; a segunda, de 1954, foi protagonizada por Karl Malden e recebeu o título traduzido de Os Fantasmas da Rua Morgue; a terceira foi lançada em 1971 e contou com os atores Jason Robards, Christinne Kaufmann e Herbert Lom. Também foi realizado um filme televisivo, lançado em 1986.

OS GRANDES CLÁSSICOS DO SÉCULO XX

Os nomes mais associados ao romance policial, no entanto, são os de Arthur Conan Doyle e Agatha Christie, ambos extremamente famosos por seus icônicos detetives, que dominaram o cenário do gênero durante o século XX e continuam a fazê-lo até hoje.

Arthur Conan Doyle é talvez o mais conhecido dos autores desse tipo de romance em específico, e encantou gerações com seu grande detetive, talvez o mais famoso de toda a literatura: Sherlock Holmes. Residente da Rua Baker, 221B, Holmes e seu grande companheiro Dr. Watson se tornaram protagonistas de alguns dos romances de mistério mais famosos do final do Século XIX e começo do século XX.

Entre os principais aspectos que caracterizam o grande detetive, está o seu grande potencial dedutivo, capaz de tirar grandes conclusões através da análise de provas com o uso do método científico. Holmes também é caracterizado como um excêntrico e um boêmio, tendo em alguns casos quebrado a lei e mentido para a polícia para benefício de um cliente. Entre outros aspectos, Holmes é visto como alguém frio, exceto nos seus momentos de investigação, onde dedica toda a sua paixão e atenção ao caso.

Sherlock Holmes é o exemplo perfeito de um personagem vindo de uma época de positivismo e uso do método científico. Seu método dedutivo e capaz de extrair tudo o que precisa das pistas deixadas corroboram com uma ideia de que tudo pode ser extraído do mundo natural. Uma ideia desse tipo se tornaria um pouco antiquada conforme áreas como a psicologia avançavam ao longo do Século XX.

Agatha Christie é talvez uma escritora mais voltada para essa mudança na forma de analisar as críticas. Até hoje uma das escritoras mais lidas de todos os tempos, ela também é a criadora de uma legião de detetives, sendo o mais conhecido deles o belga Hercule Poirot. Diferentemente de Holmes, Poirot não se prende apenas à análise das pistas deixadas pelo culpado, usando de seu conhecimento para criar uma relação mais profunda com os suspeitos e desvendar aspectos da história a partir de conversas onde mensagens e hábitos que não parecem ter nada de importante tornam-se aspectos extremamente acusatórios aos olhos do detetive. (Se quiser saber mais sobre a escritora, clique aqui)

Com Poirot, o gênero de detetives na literatura abraçou uma nova ideia: a de que nem tudo o que é necessário para a resolução de um crime é simplesmente deixado para trás ou possível de ser encontrado através da dedução. Algumas pistas e motivações estão bem escondidas na mente do culpado e é preciso cavar um pouco mais fundo para encontrá-los. O uso da psicologia demonstra-se efetivo nesse tipo de romance para revelar pistas que nem sempre seriam tão claras ao leitor, tornando os casos muito mais interessantes de serem analisados.

OS GRANDES DETETIVES NO CINEMA

Na TV e no cinema, Sherlock Holmes é um dos personagens mais adaptados da literatura em todos os tempos. Suas inúmeras aventuras foram retratadas nas mais diferentes produções pelos mais diferentes atores. Durante o período de 1939 a 1946, o detetive foi interpretado pelo ator britânico Basil Rathbone.

Em anos mais recentes, o personagem foi vivido por Robert Downey Jr. em dois longas, o primeiro de 2009 e sua sequência de 2011. E em 2015, foi a vez do ator Ian McKellen viver uma versão bem mais velha e aposentada do detetive no filme Mr. Holmes.

Na televisão, a primeira versão do personagem foi vivida por Jeremy Brett, entre 1984 e 1994. Em 2010, o detetive foi revitalizado e teve suas aventuras adaptadas para os dias atuais na série Sherlock, de 2010, protagonizada por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman. E em 2012, foi a vez da dupla Johnny Lee Miller e Lucy Liu viverem a famosa dupla na série Elementary.

Já Hercule Poirot foi primeiramente vivido no cinema por Albert Finney no filme de 1973, Assassinato no Expresso do Oriente, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Ingrid Bergman. Depois dele, o personagem foi interpretado em filmes por Peter Ustinov e, mais recentemente, por Kenneth Branagh, em uma nova adaptação de Assassinato no Expresso do Oriente.

Contudo, a interpretação mais famosa do detetive de Agatha Christie ocorreu na icônica série de televisão Agatha Christie's Poirot, onde ele foi vivido pelo ator David Suchet. A série foi ao ar pela primeira vez em 1989 e continuou a ser exibida até 2013. Em 2018, foi lançada uma minissérie de televisão sobre o romance Os Crimes do ABC, onde Poirot foi vivido pelo ator John Malkovich.

A ATRAÇÃO PELO MISTÉRIO

O gênero de romances policiais e detetivescos atraem público a mais de um século porque são histórias que trazem muito da expectativa para os seus leitores. Todos aqueles que se aventuram a ler um livro de Poe, Doyle ou Christie são levados para um mundo onde um crime misterioso aconteceu e, a partir do primeiro momento em que ele ocorre, são "forçados" a tecer ideias e teorias sobre como crime foi realizado, alterando-a sempre que uma nova pista é adicionada.

Por causa disso, ficamos entretidos com a leitura, ansiosos para sabermos o final: acertamos nossas teorias ou fomos pegos de surpresa porque não prestamos atenção em algo muito mais sutil do que pensávamos? No fim, queremos saber como as pistas se desenrolam até o desmascaramento do suspeito, queremos ouvir a explicação final para o ato, somos ansioso por encontrar resolução para essas questões.

No cinema não é diferente. Assistimos pacientemente o desenrolar do suspense e do mistério, tremendo de alegria quando adivinhamos alguma parte do mesmo ou de frustração quando ele nos pega desprevenidos. No fim, somos sempre atraídos por essa necessidade de ver a história retornar ao seu ponto de equilíbrio do qual saiu, e gostamos de fazer isso enquanto estamos mergulhados no desenrolar das narrativas.

Entre Facas e Segredos busca trazer tudo isso em uma trama de grande mistério onde um famoso escritor é assassinado e toda a sua família torna-se suspeita. Não deixe de conferir esse novo lançamento nos cinemas!

confira o trailer

Análise & Opinião

Entre Facas E Segredos é um filme que busca reviver a narrativa dos detetives que encantaram gerações com seus mistérios e suas soluções geniais. Tais detetives criaram um gênero próprio e muito rico tanto na literatura quanto no cinema. Saiba mais em nosso artigo!

escrito por
Luis Henrique Franco
11/12/2019
nascimento

Entre Facas E Segredos é um filme que busca reviver a narrativa dos detetives que encantaram gerações com seus mistérios e suas soluções geniais. Tais detetives criaram um gênero próprio e muito rico tanto na literatura quanto no cinema. Saiba mais em nosso artigo!

escrito por
Luis Henrique Franco
11/12/2019

Romances policiais são um gênero da literatura que começou a ser publicado no século XIX, com a explosão do avanço científico e tecnológico e da racionalidade como forma de explicação para o mundo. Os autores logo atenderam a essa nova demanda e criaram personagens capazes de resolver mistérios através da dedução científica e de explicações lógicas, até mesmo para as coisas que pareciam mais incoerentes e fantásticas do mundo.

Por volta da metade do século XX, esse gênero evoluiu para trazer uma nova forma de pensamento, onde se incorporaram os avanços da psicologia sobre o comportamento humano e uma forma de dedução que prestava igual atenção às explicações lógicas e à análise psicológica dos personagens. Ainda hoje, esse tipo de leitura encontra muito espaço entre fãs aficionados que adoram os clássicos e procuram entre novos autores a continuação para esse desenvolvimento.

De um jeito ou de outro, os detetives desse tipo de suspense sempre encontraram espaço na nossa cultura, e inclusive traçaram seu caminho para alguns dos maiores sucessos do cinema e da TV. Entre Facas e Segredos parece seguir na linha dessa longa tradição de suspenses de investigação, revivendo um clássico gênero que já encontrou diversas formas na nossa cultura atual.

A ORIGEM DOS DETETIVES NA LITERATURA

Segundo os estudiosos, o romance policial é um gênero iniciado em meados do século XIX, com o ilustre autor Edgar Allan Poe. É dele a obra mais antiga a se enquadrar na ideia de romance policial, Assassinatos na Rua Morgue, onde foi criado o primeiro grande detetive da literatura, C. Auguste Dupin.

Publicado originalmente em folhetins, os romances policiais apresentavam uma fórmula extremamente característica de sua composição: apresentavam um crime, ocorrido geralmente em um ambiente fechado, com um número limitado de suspeitos, geralmente todos com motivações para a realização do crime; em seguida, surgia o protagonista, o detetive da história e aquele encarregado de desvendar o mistério sobre quem cometeu o crime e porque. Existem vários caminhos pelos quais, através da análise de pistas deixadas, o detetive consegue chegar à resolução do caso. Em alguns romances, um segundo crime é cometido, o que leva o protagonista a analisar as pistas obtidas até então de uma outra maneira. O importante é que, no geral, toda a situação é exposta e explicada no final.

Dupin voltaria a aparecer em outros dois contos de Poe: O Mistério de Marie Rogêt e A Carta Roubada. Seu estilo de investigação é semelhante ao do grande detetive inglês Sherlock Holmes, o que leva muitos a considerar Dupin como o precursor do personagem de Arthur Conan Doyle.

Assassinatos na Rua Morgue já teve três adaptações para o cinema: a primeira, em 1932, foi estrelada por Bela Lugosi; a segunda, de 1954, foi protagonizada por Karl Malden e recebeu o título traduzido de Os Fantasmas da Rua Morgue; a terceira foi lançada em 1971 e contou com os atores Jason Robards, Christinne Kaufmann e Herbert Lom. Também foi realizado um filme televisivo, lançado em 1986.

OS GRANDES CLÁSSICOS DO SÉCULO XX

Os nomes mais associados ao romance policial, no entanto, são os de Arthur Conan Doyle e Agatha Christie, ambos extremamente famosos por seus icônicos detetives, que dominaram o cenário do gênero durante o século XX e continuam a fazê-lo até hoje.

Arthur Conan Doyle é talvez o mais conhecido dos autores desse tipo de romance em específico, e encantou gerações com seu grande detetive, talvez o mais famoso de toda a literatura: Sherlock Holmes. Residente da Rua Baker, 221B, Holmes e seu grande companheiro Dr. Watson se tornaram protagonistas de alguns dos romances de mistério mais famosos do final do Século XIX e começo do século XX.

Entre os principais aspectos que caracterizam o grande detetive, está o seu grande potencial dedutivo, capaz de tirar grandes conclusões através da análise de provas com o uso do método científico. Holmes também é caracterizado como um excêntrico e um boêmio, tendo em alguns casos quebrado a lei e mentido para a polícia para benefício de um cliente. Entre outros aspectos, Holmes é visto como alguém frio, exceto nos seus momentos de investigação, onde dedica toda a sua paixão e atenção ao caso.

Sherlock Holmes é o exemplo perfeito de um personagem vindo de uma época de positivismo e uso do método científico. Seu método dedutivo e capaz de extrair tudo o que precisa das pistas deixadas corroboram com uma ideia de que tudo pode ser extraído do mundo natural. Uma ideia desse tipo se tornaria um pouco antiquada conforme áreas como a psicologia avançavam ao longo do Século XX.

Agatha Christie é talvez uma escritora mais voltada para essa mudança na forma de analisar as críticas. Até hoje uma das escritoras mais lidas de todos os tempos, ela também é a criadora de uma legião de detetives, sendo o mais conhecido deles o belga Hercule Poirot. Diferentemente de Holmes, Poirot não se prende apenas à análise das pistas deixadas pelo culpado, usando de seu conhecimento para criar uma relação mais profunda com os suspeitos e desvendar aspectos da história a partir de conversas onde mensagens e hábitos que não parecem ter nada de importante tornam-se aspectos extremamente acusatórios aos olhos do detetive. (Se quiser saber mais sobre a escritora, clique aqui)

Com Poirot, o gênero de detetives na literatura abraçou uma nova ideia: a de que nem tudo o que é necessário para a resolução de um crime é simplesmente deixado para trás ou possível de ser encontrado através da dedução. Algumas pistas e motivações estão bem escondidas na mente do culpado e é preciso cavar um pouco mais fundo para encontrá-los. O uso da psicologia demonstra-se efetivo nesse tipo de romance para revelar pistas que nem sempre seriam tão claras ao leitor, tornando os casos muito mais interessantes de serem analisados.

OS GRANDES DETETIVES NO CINEMA

Na TV e no cinema, Sherlock Holmes é um dos personagens mais adaptados da literatura em todos os tempos. Suas inúmeras aventuras foram retratadas nas mais diferentes produções pelos mais diferentes atores. Durante o período de 1939 a 1946, o detetive foi interpretado pelo ator britânico Basil Rathbone.

Em anos mais recentes, o personagem foi vivido por Robert Downey Jr. em dois longas, o primeiro de 2009 e sua sequência de 2011. E em 2015, foi a vez do ator Ian McKellen viver uma versão bem mais velha e aposentada do detetive no filme Mr. Holmes.

Na televisão, a primeira versão do personagem foi vivida por Jeremy Brett, entre 1984 e 1994. Em 2010, o detetive foi revitalizado e teve suas aventuras adaptadas para os dias atuais na série Sherlock, de 2010, protagonizada por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman. E em 2012, foi a vez da dupla Johnny Lee Miller e Lucy Liu viverem a famosa dupla na série Elementary.

Já Hercule Poirot foi primeiramente vivido no cinema por Albert Finney no filme de 1973, Assassinato no Expresso do Oriente, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Ingrid Bergman. Depois dele, o personagem foi interpretado em filmes por Peter Ustinov e, mais recentemente, por Kenneth Branagh, em uma nova adaptação de Assassinato no Expresso do Oriente.

Contudo, a interpretação mais famosa do detetive de Agatha Christie ocorreu na icônica série de televisão Agatha Christie's Poirot, onde ele foi vivido pelo ator David Suchet. A série foi ao ar pela primeira vez em 1989 e continuou a ser exibida até 2013. Em 2018, foi lançada uma minissérie de televisão sobre o romance Os Crimes do ABC, onde Poirot foi vivido pelo ator John Malkovich.

A ATRAÇÃO PELO MISTÉRIO

O gênero de romances policiais e detetivescos atraem público a mais de um século porque são histórias que trazem muito da expectativa para os seus leitores. Todos aqueles que se aventuram a ler um livro de Poe, Doyle ou Christie são levados para um mundo onde um crime misterioso aconteceu e, a partir do primeiro momento em que ele ocorre, são "forçados" a tecer ideias e teorias sobre como crime foi realizado, alterando-a sempre que uma nova pista é adicionada.

Por causa disso, ficamos entretidos com a leitura, ansiosos para sabermos o final: acertamos nossas teorias ou fomos pegos de surpresa porque não prestamos atenção em algo muito mais sutil do que pensávamos? No fim, queremos saber como as pistas se desenrolam até o desmascaramento do suspeito, queremos ouvir a explicação final para o ato, somos ansioso por encontrar resolução para essas questões.

No cinema não é diferente. Assistimos pacientemente o desenrolar do suspense e do mistério, tremendo de alegria quando adivinhamos alguma parte do mesmo ou de frustração quando ele nos pega desprevenidos. No fim, somos sempre atraídos por essa necessidade de ver a história retornar ao seu ponto de equilíbrio do qual saiu, e gostamos de fazer isso enquanto estamos mergulhados no desenrolar das narrativas.

Entre Facas e Segredos busca trazer tudo isso em uma trama de grande mistério onde um famoso escritor é assassinado e toda a sua família torna-se suspeita. Não deixe de conferir esse novo lançamento nos cinemas!

ARTIGOS relacionados

deixe seu comentário