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Artigo em Lista

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"Deixem eles lutarem!": as grandes rivalidades e os inimigos forçados do cinema

26/3/2021

Ao longo da história do cinema, um bom jeito de se atrair público para um filme é anunciar a luta colossal entre dois personagens extremamente queridos. Algumas dessas rivalidades parecem extremamente naturais, enquanto outras soam forçadas demais. Confira!

escrito por
Luis Henrique Franco

Ao longo da história do cinema, um bom jeito de se atrair público para um filme é anunciar a luta colossal entre dois personagens extremamente queridos. Algumas dessas rivalidades parecem extremamente naturais, enquanto outras soam forçadas demais. Confira!

escrito por
Luis Henrique Franco
26/3/2021

O conceito da união de personagens em um mesmo "universo" pode ter ganhando popularidade nos últimos anos, mas é uma ideia presente já há muito tempo no cinema, em especial quando dois grandes personagens acabam dividindo as pessoas em dois grandes grupos de apoio. Quando isso acontece, é comum que os produtores coloquem esses dois personagens para se enfrentarem em um filme cujo principal foco será, quase sempre, a grande luta entre os dois.

Rivalidades são um dos pilares sobre os quais o cinema se apoiou, visto que as narrativas mais tradicionais geralmente incluem um mocinho e um vilão que se enfrentam ao longo da trama. Contudo, várias produções exploram isso ao extremo, trazendo personagens de filmes e mundos diferentes para um mesmo cenário e forçando-os a lutar entre si para decidir quem é o melhor entre os dois. Em geral, esse tipo de narrativa busca personagens dentro de um mesmo gênero cinematográfico e, se possível, o mais próximos entre si possível, como forma de justificar a disputa entre eles. Feitas de maneira bem pensada, essas rivalidades podem gerar produções bastante divertidas, com lutas muito envolventes entre seus personagens. Do contrário, essas rivalidades muitas vezes nem fazem sentido.

No intuito de entender o que foi pensado em cada um desses casos, separamos algumas das rivalidades mais marcantes entre personagens do cinema, e a maneira como elas foram usadas e explicadas em seus filmes.

CONFLITO NOS RINGUES QUE ULTRAPASSA GERAÇÕES

Quando falamos de rivalidades no cinema, a primeira coisa que nos vêm a mente são filmes de ação e de luta. E, quando pensamos em filmes de luta, o primeiro que surge na mente de muitos é Rocky e sua gigantesca franquia. Além de ser o personagem mais icônico de Sylvester Stallone, Rocky também traz consigo um grande número de personagens marcantes, muitos dos quais se consagraram como os grandes rivais do lutador principal ao longo de sua história.

Logo de cara, o primeiro grande personagem a rivalizar com o protagonista foi Apollo Creed (Carl Weathers) grande campeão que desafia Rocky Balboa para o que deveria ser uma luta amistosa no primeiro filme. Esse convite é levado extremamente a sério pelo protagonista, que treina por dias e concede um duelo marcante contra o grande campeão, até que, por decisão do júri, a vitória fica com Apollo. Isso já foi o suficiente para consagrar uma grande rivalidade entre os dois, que se encontrariam novamente no segundo filme para mais uma luta decisiva. dessa vez, a vitória foi de Rocky, que venceu por nocaute e se consagrou com o grande título do boxe.

Curiosamente, essa grande rivalidade se transformou em amizade com o passar dos anos, e Apollo até ajudou a treinar Rocky para a sua luta contra Clubber Lang (Mr. T). Quando esses dois rivais se tornam amigos, é preciso pensar em uma nova grande rivalidade para manter a saga. Foi então que entrou Ivan Drago (Dolph Lundgren), um perigoso lutador da União Soviética que se tornou o grande rival de Rocky. Foi ele quem matou Apollo em uma luta, levando Rocky a se empenhar como nunca em seu conflito. E apesar de só terem se enfrentado em uma luta, a inimizade entre Rocky e Drago persistiu por ano, afetando inclusive os seus sucessores.

Quando Adonis Creed (Michael B. Jordan), filho do grande Apollo Creed, se consagra campeão de boxe, sendo treinado por Rocky, Ivan Drago retorna e lança um perigoso desafio ao novo campeão: uma disputa pelo título entre Adonis e Viktor Drago (Florian Munteanu), filho de Ivan e sucessor dele nos ringues. Encarando essa disputa não apenas como um desafio, mas como uma chance de vingar seu pai, Adonis reinicia seu treino com Rocky, ambos prontos para enfrentar os fantasmas do seu passado.

INIMIZADE SOBRENATURAL

Apesar de ser uma premissa bem interessante, existe algo de muito problemático com a ideia de juntar duas entidades sobrenaturais e imortais do terror para lutarem entre si. Esse problema está justamente no fato de que esses seres são imortais. Em uma batalha sangrenta entre Freddy Krueger e Jason Voorhees, por exemplo, os únicos que saem perdendo são os humanos presos no meio dos dois, pois nenhum dos dois vai se entregar e nenhum dos dois vai morrer.

Ainda assim, Freddy vs. Jason apresentou algumas coisas bastante divertidas, principalmente ao juntar dois assassinos que, apesar de sobrenaturais, têm pouco em comum. Um é o espectro dos pesadelos, senhor dos sonhos, um assassino sarcástico que adora frases irônicas e ácidas e que sente prazer em torturar suas vítimas e fazer com que suas mortes sejam extremamente lentas. Já o outro é um assassino mascarado que nunca diz uma única palavra e que persegue suas vítimas com inigualável frieza, executando-as de maneiras rápidas e brutais. Freddy se vale de sua audácia e de seus diversos poderes no mundo dos sonhos, enquanto Jason faz uso de sua força bruta e determinação implacável.

A premissa seria de fato muito boa, se os diretores tivessem permitido aos dois assassinos se enfrentarem. Contudo, o filme fica dando voltas em uma trama paralela, com Freddy tentando usar Jason para reviver o medo das pessoas de Elm Street e assim se tornar relevante em seus pesadelos novamente. Mas ele é incapaz de assassinar as pessoas que precisa para ficar forte, pois Jason executa todos em seu caminho, inclusive as vítimas que deveriam ser de Freddy. Isso leva o mestre dos sonhos a tentar adentrar a mente do seu rival e dominá-lo por dentro, levando assim a uma luta feroz entre os dois no clímax do filme.

Teria sido mais interessante ver mais conflitos entre os dois ao longo da trama.

UMA BRIGA QUE VEM DO ESPAÇO

Apesar de pertencerem a filmes e franquias diferentes, existe alguma lógica em se criar uma rivalidade entre os Yautja da franquia Predador e os Xenomorfos da franquia Alien. Como duas das raças alienígenas mais presentes na história do cinema, elas também são duas das mais perigosas, apresentando ambas características de grandes caçadores, cada um à sua maneira específica. Um conflito entre os dois, dessa forma, não só faz sentido, como também explora muito bem as diferenças na forma de caçar de cada uma das raças.

Na trama de Alien vs. Predador, é confirmado que as duas raças são rivais antigas, com os Yautja encubando ovos de Xenomorfo e usando humanos das civilizações antigas como hóspedes que criavam a presa perfeita, contra quem os predadores batalhavam até vencerem ou até a sua derrota, levando à detonação de uma bomba que aniquilaria toda a civilização onde se encontravam. Tal caçada era um rito de passagem para os predadores, e ser capaz de eliminar um xenomorfo provava que o Yautja estava pronto para começar suas próprias caçadas.

O ponto forte dessa disputa é justamente ver as diferenças de estilo entre as duas raças, com os Yautja sendo mais voltados à força física e ao uso de seus vastos arsenais, enquanto os xenomorfos se voltam mais para estratégias sorrateiras e ataques surpresa. Seria um conflito mais do que fantástico de se ver ao longo do filme, só que mais uma vez a produção do filme demorou para entregar aquilo que o público desejava assistir e perdeu tempo com algumas tramas que não precisavam estar no filme. Quando as duas raças alienígenas se chocam em combate, porém, o resultado é satisfatório.

UM ENCONTRO ENTRE CLÁSSICOS DO TERROR

Mais um grande encontro do terror, mas dessa vez relativo a dois grandes filmes clássicos do cinema. Em um dos primeiros grandes encontros entre rivais, o lobisomem Larry Talbot (Lon Chaney Jr.) encontra o tenebroso Monstro de Frankenstein (Bela Lugosi), em um conflito assustador entre duas das criaturas mais clássicas do cinema.

Desejando encontrar uma cura para a sua maldição, Larry Talbot descobre que o único capaz de lhe dar a salvação que busca é o famoso Dr. Viktor Frankenstein. Escapando do asilo em que se encontra preso, ele viaja até o castelo do velho doutor, mas o encontra morto. Sua filha, Elsa Frankenstein (Ilona Massey), ajuda Talbot a encontrar as velhas anotações do doutor e prepara um experimento para livrá-lo da Licantropia. Contudo, a experiência acaba despertando o Monstro de sua tumba de gelo, e o liberta novamente no mundo para causar destruição.

Com ambas as criaturas soltas, Frankenstein Encontra o Lobisomem foi uma aposta arriscada do Estúdio Universal. Com efeitos e maquiagens antigas, a disputa entre os dois monstros pode não animar tanto os fãs de cinema nos dias de hoje, mas certamente foi uma ideia inspiradora no seu tempo. Dois dos maiores sucessos de terror dos anos 30 se unindo em uma única obra, cada um aterrorizando o público à sua maneira e promovendo um combate entre si, enquanto pessoas comuns são pegas desavisadas no meio do confronto.

OS DUELISTAS DE RIDLEY SCOTT

Talvez não uma luta tão consagrada no cinema quanto outras na nossa lista, a disputa estabelecida no filme Os Duelistas, de Ridley Scott, marca talvez o ápice de até onde uma rivalidade pode chegar. Tudo começa quando o tenente d'Hubert (Keith Carradine) insulta o também tenente Feraud (Harvey Keitel). O que era para ser apenas um pequeno incidente acaba evoluindo para algo a ser resolvido em um duelo. Mas não contente com o resultado da primeira luta, Feraud constantemente retorna para desafiar d'Hubert por várias vezes ao longo dos anos.

O filme se passa entre esses desafios e duelos, mostrando como d'Hubert tenta a todo o momento seguir com sua vida, enquanto Feraud parece preso àquele pequeno insulto e é incapaz de seguir em frente até que seu adversário esteja morto e, assim, tenha devidamente pago pelo seu insulto. De disputas com pistola e duelos com espada até caçadas em labirintos, os dois se embrenham nos mais diferentes tipos de luta, nunca conseguindo, de fato, terminar com sua rivalidade.

É uma história que mostra o maior extremo possível para a ideia de lutar em defesa de sua honra. Um temperamento tão forte entre homens que leva um pequeno incidente a se tornar uma disputa por toda a vida, impedindo os dois de realmente conseguirem estabelecer uma vida para si, pois estão sempre muito ocupados perseguindo um ao outro e planejando como a próxima disputa irá acontecer.

QUANDO HERÓIS SE TORNAM RIVAIS

Nos últimos anos, com a explosão dos filmes de super-heróis, as rivalidades que alguns personagens possuíam nos quadrinhos acabou por ser transportada para o cinema. Com ideias diferentes, esses heróis entram em conflito por diferenças nas formas que cada um encontra para lidar com uma situação, e seu conflito acaba se tornando bastante explosivo em razão dos poderes que são mostrados e colocados em meio à luta, com cada um dos lados atraindo para si aliados que pensam de maneira semelhante, aumentando ainda mais o seu poder de destruição.

No primeiro caso, temos o confronto entre Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill), ocasionado pela revelação de que o Superman é um alienígena, o que leva o Batman a temer a sua presença na Terra e considerá-lo como uma ameaça que em breve pode controlar todo o planeta. Completamente paranoico, ele começa a se preparar para um conflito, reunindo todas as fraquezas conhecidas do Superman para enfrentá-lo. Enquanto isso, Clark Kent continua a atuar como um grande defensor da humanidade e a tentar estabelecer seu lugar entre os humanos. Consciente de seu poder, ele evita a todo o custo lutar contra o Batman e mantém seu poder sob controle até ser forçado à luta.

No segundo exemplo, temos uma equipe liderada pelo Capitão América (Chris Evans), contrário aos Acordos de Sokovia e tentando desesperadamente proteger seu amigo Buck Barnes (Sebastian Stan), contra a equipe do Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), que acredita que os heróis devem ser controlados pelo Acordo de Sokovia e faz de tudo para que o criminoso Soldado Invernal seja colocado atrás das grades. Apesar de rivais e com ideias opostas, os dois heróis sempre conseguiram resolver suas diferenças sem uma luta... até então. O marco da Guerra Civil é o que divide os Vingadores e coloca os heróis um contra o outro, facilitando a chegada de Thanos ao planeta um pouco depois.

No primeiro caso, temos uma disputa mais particular, reduzida apenas a Batman e Superman, sem que tal conflito afete demais o universo em que se encontram (as consequências desse conflito são importantes, mas a disputa em si e suas causas, nem tanto). Do outro lado, já temos um conflito mais abrangente, que diz respeito a todos os heróis do MCU e que consegue introduzir um aspecto mais subjetivo entre o Homem de Ferro, o Capitão América e o Soldado Invernal. Em ambos os casos, porém, o conflito entre os dois lados acaba sendo catastrófico, provocando intensa destruição conforme os poderes e os recursos de cada lado são liberados.

DUELO DE TITÃS

Desde que se tornaram populares no cinema, os Kaijus têm estado em conflito entre si. Batalhas entre monstros colossais que deixam cidades inteiras demolidas ocupam um espaço de destaque entre as grandes rivalidades do cinema, visto que, ao que parece, nenhum deles se entende muito bem com o outro. Godzilla é o maior exemplo desses monstros gigantes e, como o rei dessa espécie colossal, é um dos mais poderosos de sua raça. Isso não significa, porém, que ele não possa ser desafiado. Em várias situações, Godzilla enfrentou outros seres colossais, como Rei Ghidorah, Mothra e Rodan. Contudo, o seu maior rival de todos os tempos é Kong, o grande macaco da Ilha da Caveira.

Com uma rivalidade que vem desde os Anos 60-70, os primeiros duelos entre Kong e Godzilla eram feitos com grandes bonecos e fantasias pouco realistas, que se adequavam à forma como esse gênero específico era reproduzido na época. Em anos mais recentes, porém, esse combate monstruoso foi revivido com novos efeitos especiais mais convincentes, que deram uma proporção titânica aos dois monstros e tornaram seu poder de devastação muito maior. Como as figuras principais do novo Monstroverso, Kong e Godzilla se preparam para o seu mais novo duelo.

Nesse novo encontro entre as duas criaturas, ambos fazem parte de uma história antiga, sendo cada um parte de uma raça e facção diferente de titãs que, em eras antigas, lutaram e se despedaçaram, até que apenas os dois restaram. Tendo finalmente se reencontrado, Kong e Godzilla estão prontos para reavivar a sua grande rivalidade novamente e decidir, de uma vez por todas, quem é o rei dos monstros de fato.

Em todas essas rivalidades, o ingrediente mais importante é dar aos oponentes um motivo para lutarem entre si. Pode ser por alguma questão política, por uma desconfiança mútua entre os dois, por algum insulto ou simplesmente pelo fato de que eles são duas criaturas monstruosas lutando para ver quem vai ser a maior de todas. De qualquer forma, esse motivo precisa existir, e é exatamente esse motivo que dita se o seu filme será bem aceito ou não. Boas razões geram bons conflitos e fazem o público se envolver com a disputa em questão. Mesmo que a maioria das pessoas só se importe em ver lutas colossais e destrutivas, é muito melhor quando essas lutas possuem um bom motivo por trás.

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Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
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Ao longo da história do cinema, um bom jeito de se atrair público para um filme é anunciar a luta colossal entre dois personagens extremamente queridos. Algumas dessas rivalidades parecem extremamente naturais, enquanto outras soam forçadas demais. Confira!

crítica por
Luis Henrique Franco
26/3/2021

O conceito da união de personagens em um mesmo "universo" pode ter ganhando popularidade nos últimos anos, mas é uma ideia presente já há muito tempo no cinema, em especial quando dois grandes personagens acabam dividindo as pessoas em dois grandes grupos de apoio. Quando isso acontece, é comum que os produtores coloquem esses dois personagens para se enfrentarem em um filme cujo principal foco será, quase sempre, a grande luta entre os dois.

Rivalidades são um dos pilares sobre os quais o cinema se apoiou, visto que as narrativas mais tradicionais geralmente incluem um mocinho e um vilão que se enfrentam ao longo da trama. Contudo, várias produções exploram isso ao extremo, trazendo personagens de filmes e mundos diferentes para um mesmo cenário e forçando-os a lutar entre si para decidir quem é o melhor entre os dois. Em geral, esse tipo de narrativa busca personagens dentro de um mesmo gênero cinematográfico e, se possível, o mais próximos entre si possível, como forma de justificar a disputa entre eles. Feitas de maneira bem pensada, essas rivalidades podem gerar produções bastante divertidas, com lutas muito envolventes entre seus personagens. Do contrário, essas rivalidades muitas vezes nem fazem sentido.

No intuito de entender o que foi pensado em cada um desses casos, separamos algumas das rivalidades mais marcantes entre personagens do cinema, e a maneira como elas foram usadas e explicadas em seus filmes.

CONFLITO NOS RINGUES QUE ULTRAPASSA GERAÇÕES

Quando falamos de rivalidades no cinema, a primeira coisa que nos vêm a mente são filmes de ação e de luta. E, quando pensamos em filmes de luta, o primeiro que surge na mente de muitos é Rocky e sua gigantesca franquia. Além de ser o personagem mais icônico de Sylvester Stallone, Rocky também traz consigo um grande número de personagens marcantes, muitos dos quais se consagraram como os grandes rivais do lutador principal ao longo de sua história.

Logo de cara, o primeiro grande personagem a rivalizar com o protagonista foi Apollo Creed (Carl Weathers) grande campeão que desafia Rocky Balboa para o que deveria ser uma luta amistosa no primeiro filme. Esse convite é levado extremamente a sério pelo protagonista, que treina por dias e concede um duelo marcante contra o grande campeão, até que, por decisão do júri, a vitória fica com Apollo. Isso já foi o suficiente para consagrar uma grande rivalidade entre os dois, que se encontrariam novamente no segundo filme para mais uma luta decisiva. dessa vez, a vitória foi de Rocky, que venceu por nocaute e se consagrou com o grande título do boxe.

Curiosamente, essa grande rivalidade se transformou em amizade com o passar dos anos, e Apollo até ajudou a treinar Rocky para a sua luta contra Clubber Lang (Mr. T). Quando esses dois rivais se tornam amigos, é preciso pensar em uma nova grande rivalidade para manter a saga. Foi então que entrou Ivan Drago (Dolph Lundgren), um perigoso lutador da União Soviética que se tornou o grande rival de Rocky. Foi ele quem matou Apollo em uma luta, levando Rocky a se empenhar como nunca em seu conflito. E apesar de só terem se enfrentado em uma luta, a inimizade entre Rocky e Drago persistiu por ano, afetando inclusive os seus sucessores.

Quando Adonis Creed (Michael B. Jordan), filho do grande Apollo Creed, se consagra campeão de boxe, sendo treinado por Rocky, Ivan Drago retorna e lança um perigoso desafio ao novo campeão: uma disputa pelo título entre Adonis e Viktor Drago (Florian Munteanu), filho de Ivan e sucessor dele nos ringues. Encarando essa disputa não apenas como um desafio, mas como uma chance de vingar seu pai, Adonis reinicia seu treino com Rocky, ambos prontos para enfrentar os fantasmas do seu passado.

INIMIZADE SOBRENATURAL

Apesar de ser uma premissa bem interessante, existe algo de muito problemático com a ideia de juntar duas entidades sobrenaturais e imortais do terror para lutarem entre si. Esse problema está justamente no fato de que esses seres são imortais. Em uma batalha sangrenta entre Freddy Krueger e Jason Voorhees, por exemplo, os únicos que saem perdendo são os humanos presos no meio dos dois, pois nenhum dos dois vai se entregar e nenhum dos dois vai morrer.

Ainda assim, Freddy vs. Jason apresentou algumas coisas bastante divertidas, principalmente ao juntar dois assassinos que, apesar de sobrenaturais, têm pouco em comum. Um é o espectro dos pesadelos, senhor dos sonhos, um assassino sarcástico que adora frases irônicas e ácidas e que sente prazer em torturar suas vítimas e fazer com que suas mortes sejam extremamente lentas. Já o outro é um assassino mascarado que nunca diz uma única palavra e que persegue suas vítimas com inigualável frieza, executando-as de maneiras rápidas e brutais. Freddy se vale de sua audácia e de seus diversos poderes no mundo dos sonhos, enquanto Jason faz uso de sua força bruta e determinação implacável.

A premissa seria de fato muito boa, se os diretores tivessem permitido aos dois assassinos se enfrentarem. Contudo, o filme fica dando voltas em uma trama paralela, com Freddy tentando usar Jason para reviver o medo das pessoas de Elm Street e assim se tornar relevante em seus pesadelos novamente. Mas ele é incapaz de assassinar as pessoas que precisa para ficar forte, pois Jason executa todos em seu caminho, inclusive as vítimas que deveriam ser de Freddy. Isso leva o mestre dos sonhos a tentar adentrar a mente do seu rival e dominá-lo por dentro, levando assim a uma luta feroz entre os dois no clímax do filme.

Teria sido mais interessante ver mais conflitos entre os dois ao longo da trama.

UMA BRIGA QUE VEM DO ESPAÇO

Apesar de pertencerem a filmes e franquias diferentes, existe alguma lógica em se criar uma rivalidade entre os Yautja da franquia Predador e os Xenomorfos da franquia Alien. Como duas das raças alienígenas mais presentes na história do cinema, elas também são duas das mais perigosas, apresentando ambas características de grandes caçadores, cada um à sua maneira específica. Um conflito entre os dois, dessa forma, não só faz sentido, como também explora muito bem as diferenças na forma de caçar de cada uma das raças.

Na trama de Alien vs. Predador, é confirmado que as duas raças são rivais antigas, com os Yautja encubando ovos de Xenomorfo e usando humanos das civilizações antigas como hóspedes que criavam a presa perfeita, contra quem os predadores batalhavam até vencerem ou até a sua derrota, levando à detonação de uma bomba que aniquilaria toda a civilização onde se encontravam. Tal caçada era um rito de passagem para os predadores, e ser capaz de eliminar um xenomorfo provava que o Yautja estava pronto para começar suas próprias caçadas.

O ponto forte dessa disputa é justamente ver as diferenças de estilo entre as duas raças, com os Yautja sendo mais voltados à força física e ao uso de seus vastos arsenais, enquanto os xenomorfos se voltam mais para estratégias sorrateiras e ataques surpresa. Seria um conflito mais do que fantástico de se ver ao longo do filme, só que mais uma vez a produção do filme demorou para entregar aquilo que o público desejava assistir e perdeu tempo com algumas tramas que não precisavam estar no filme. Quando as duas raças alienígenas se chocam em combate, porém, o resultado é satisfatório.

UM ENCONTRO ENTRE CLÁSSICOS DO TERROR

Mais um grande encontro do terror, mas dessa vez relativo a dois grandes filmes clássicos do cinema. Em um dos primeiros grandes encontros entre rivais, o lobisomem Larry Talbot (Lon Chaney Jr.) encontra o tenebroso Monstro de Frankenstein (Bela Lugosi), em um conflito assustador entre duas das criaturas mais clássicas do cinema.

Desejando encontrar uma cura para a sua maldição, Larry Talbot descobre que o único capaz de lhe dar a salvação que busca é o famoso Dr. Viktor Frankenstein. Escapando do asilo em que se encontra preso, ele viaja até o castelo do velho doutor, mas o encontra morto. Sua filha, Elsa Frankenstein (Ilona Massey), ajuda Talbot a encontrar as velhas anotações do doutor e prepara um experimento para livrá-lo da Licantropia. Contudo, a experiência acaba despertando o Monstro de sua tumba de gelo, e o liberta novamente no mundo para causar destruição.

Com ambas as criaturas soltas, Frankenstein Encontra o Lobisomem foi uma aposta arriscada do Estúdio Universal. Com efeitos e maquiagens antigas, a disputa entre os dois monstros pode não animar tanto os fãs de cinema nos dias de hoje, mas certamente foi uma ideia inspiradora no seu tempo. Dois dos maiores sucessos de terror dos anos 30 se unindo em uma única obra, cada um aterrorizando o público à sua maneira e promovendo um combate entre si, enquanto pessoas comuns são pegas desavisadas no meio do confronto.

OS DUELISTAS DE RIDLEY SCOTT

Talvez não uma luta tão consagrada no cinema quanto outras na nossa lista, a disputa estabelecida no filme Os Duelistas, de Ridley Scott, marca talvez o ápice de até onde uma rivalidade pode chegar. Tudo começa quando o tenente d'Hubert (Keith Carradine) insulta o também tenente Feraud (Harvey Keitel). O que era para ser apenas um pequeno incidente acaba evoluindo para algo a ser resolvido em um duelo. Mas não contente com o resultado da primeira luta, Feraud constantemente retorna para desafiar d'Hubert por várias vezes ao longo dos anos.

O filme se passa entre esses desafios e duelos, mostrando como d'Hubert tenta a todo o momento seguir com sua vida, enquanto Feraud parece preso àquele pequeno insulto e é incapaz de seguir em frente até que seu adversário esteja morto e, assim, tenha devidamente pago pelo seu insulto. De disputas com pistola e duelos com espada até caçadas em labirintos, os dois se embrenham nos mais diferentes tipos de luta, nunca conseguindo, de fato, terminar com sua rivalidade.

É uma história que mostra o maior extremo possível para a ideia de lutar em defesa de sua honra. Um temperamento tão forte entre homens que leva um pequeno incidente a se tornar uma disputa por toda a vida, impedindo os dois de realmente conseguirem estabelecer uma vida para si, pois estão sempre muito ocupados perseguindo um ao outro e planejando como a próxima disputa irá acontecer.

QUANDO HERÓIS SE TORNAM RIVAIS

Nos últimos anos, com a explosão dos filmes de super-heróis, as rivalidades que alguns personagens possuíam nos quadrinhos acabou por ser transportada para o cinema. Com ideias diferentes, esses heróis entram em conflito por diferenças nas formas que cada um encontra para lidar com uma situação, e seu conflito acaba se tornando bastante explosivo em razão dos poderes que são mostrados e colocados em meio à luta, com cada um dos lados atraindo para si aliados que pensam de maneira semelhante, aumentando ainda mais o seu poder de destruição.

No primeiro caso, temos o confronto entre Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill), ocasionado pela revelação de que o Superman é um alienígena, o que leva o Batman a temer a sua presença na Terra e considerá-lo como uma ameaça que em breve pode controlar todo o planeta. Completamente paranoico, ele começa a se preparar para um conflito, reunindo todas as fraquezas conhecidas do Superman para enfrentá-lo. Enquanto isso, Clark Kent continua a atuar como um grande defensor da humanidade e a tentar estabelecer seu lugar entre os humanos. Consciente de seu poder, ele evita a todo o custo lutar contra o Batman e mantém seu poder sob controle até ser forçado à luta.

No segundo exemplo, temos uma equipe liderada pelo Capitão América (Chris Evans), contrário aos Acordos de Sokovia e tentando desesperadamente proteger seu amigo Buck Barnes (Sebastian Stan), contra a equipe do Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), que acredita que os heróis devem ser controlados pelo Acordo de Sokovia e faz de tudo para que o criminoso Soldado Invernal seja colocado atrás das grades. Apesar de rivais e com ideias opostas, os dois heróis sempre conseguiram resolver suas diferenças sem uma luta... até então. O marco da Guerra Civil é o que divide os Vingadores e coloca os heróis um contra o outro, facilitando a chegada de Thanos ao planeta um pouco depois.

No primeiro caso, temos uma disputa mais particular, reduzida apenas a Batman e Superman, sem que tal conflito afete demais o universo em que se encontram (as consequências desse conflito são importantes, mas a disputa em si e suas causas, nem tanto). Do outro lado, já temos um conflito mais abrangente, que diz respeito a todos os heróis do MCU e que consegue introduzir um aspecto mais subjetivo entre o Homem de Ferro, o Capitão América e o Soldado Invernal. Em ambos os casos, porém, o conflito entre os dois lados acaba sendo catastrófico, provocando intensa destruição conforme os poderes e os recursos de cada lado são liberados.

DUELO DE TITÃS

Desde que se tornaram populares no cinema, os Kaijus têm estado em conflito entre si. Batalhas entre monstros colossais que deixam cidades inteiras demolidas ocupam um espaço de destaque entre as grandes rivalidades do cinema, visto que, ao que parece, nenhum deles se entende muito bem com o outro. Godzilla é o maior exemplo desses monstros gigantes e, como o rei dessa espécie colossal, é um dos mais poderosos de sua raça. Isso não significa, porém, que ele não possa ser desafiado. Em várias situações, Godzilla enfrentou outros seres colossais, como Rei Ghidorah, Mothra e Rodan. Contudo, o seu maior rival de todos os tempos é Kong, o grande macaco da Ilha da Caveira.

Com uma rivalidade que vem desde os Anos 60-70, os primeiros duelos entre Kong e Godzilla eram feitos com grandes bonecos e fantasias pouco realistas, que se adequavam à forma como esse gênero específico era reproduzido na época. Em anos mais recentes, porém, esse combate monstruoso foi revivido com novos efeitos especiais mais convincentes, que deram uma proporção titânica aos dois monstros e tornaram seu poder de devastação muito maior. Como as figuras principais do novo Monstroverso, Kong e Godzilla se preparam para o seu mais novo duelo.

Nesse novo encontro entre as duas criaturas, ambos fazem parte de uma história antiga, sendo cada um parte de uma raça e facção diferente de titãs que, em eras antigas, lutaram e se despedaçaram, até que apenas os dois restaram. Tendo finalmente se reencontrado, Kong e Godzilla estão prontos para reavivar a sua grande rivalidade novamente e decidir, de uma vez por todas, quem é o rei dos monstros de fato.

Em todas essas rivalidades, o ingrediente mais importante é dar aos oponentes um motivo para lutarem entre si. Pode ser por alguma questão política, por uma desconfiança mútua entre os dois, por algum insulto ou simplesmente pelo fato de que eles são duas criaturas monstruosas lutando para ver quem vai ser a maior de todas. De qualquer forma, esse motivo precisa existir, e é exatamente esse motivo que dita se o seu filme será bem aceito ou não. Boas razões geram bons conflitos e fazem o público se envolver com a disputa em questão. Mesmo que a maioria das pessoas só se importe em ver lutas colossais e destrutivas, é muito melhor quando essas lutas possuem um bom motivo por trás.

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Ao longo da história do cinema, um bom jeito de se atrair público para um filme é anunciar a luta colossal entre dois personagens extremamente queridos. Algumas dessas rivalidades parecem extremamente naturais, enquanto outras soam forçadas demais. Confira!

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Luis Henrique Franco
26/3/2021
nascimento

Ao longo da história do cinema, um bom jeito de se atrair público para um filme é anunciar a luta colossal entre dois personagens extremamente queridos. Algumas dessas rivalidades parecem extremamente naturais, enquanto outras soam forçadas demais. Confira!

escrito por
Luis Henrique Franco
26/3/2021

O conceito da união de personagens em um mesmo "universo" pode ter ganhando popularidade nos últimos anos, mas é uma ideia presente já há muito tempo no cinema, em especial quando dois grandes personagens acabam dividindo as pessoas em dois grandes grupos de apoio. Quando isso acontece, é comum que os produtores coloquem esses dois personagens para se enfrentarem em um filme cujo principal foco será, quase sempre, a grande luta entre os dois.

Rivalidades são um dos pilares sobre os quais o cinema se apoiou, visto que as narrativas mais tradicionais geralmente incluem um mocinho e um vilão que se enfrentam ao longo da trama. Contudo, várias produções exploram isso ao extremo, trazendo personagens de filmes e mundos diferentes para um mesmo cenário e forçando-os a lutar entre si para decidir quem é o melhor entre os dois. Em geral, esse tipo de narrativa busca personagens dentro de um mesmo gênero cinematográfico e, se possível, o mais próximos entre si possível, como forma de justificar a disputa entre eles. Feitas de maneira bem pensada, essas rivalidades podem gerar produções bastante divertidas, com lutas muito envolventes entre seus personagens. Do contrário, essas rivalidades muitas vezes nem fazem sentido.

No intuito de entender o que foi pensado em cada um desses casos, separamos algumas das rivalidades mais marcantes entre personagens do cinema, e a maneira como elas foram usadas e explicadas em seus filmes.

CONFLITO NOS RINGUES QUE ULTRAPASSA GERAÇÕES

Quando falamos de rivalidades no cinema, a primeira coisa que nos vêm a mente são filmes de ação e de luta. E, quando pensamos em filmes de luta, o primeiro que surge na mente de muitos é Rocky e sua gigantesca franquia. Além de ser o personagem mais icônico de Sylvester Stallone, Rocky também traz consigo um grande número de personagens marcantes, muitos dos quais se consagraram como os grandes rivais do lutador principal ao longo de sua história.

Logo de cara, o primeiro grande personagem a rivalizar com o protagonista foi Apollo Creed (Carl Weathers) grande campeão que desafia Rocky Balboa para o que deveria ser uma luta amistosa no primeiro filme. Esse convite é levado extremamente a sério pelo protagonista, que treina por dias e concede um duelo marcante contra o grande campeão, até que, por decisão do júri, a vitória fica com Apollo. Isso já foi o suficiente para consagrar uma grande rivalidade entre os dois, que se encontrariam novamente no segundo filme para mais uma luta decisiva. dessa vez, a vitória foi de Rocky, que venceu por nocaute e se consagrou com o grande título do boxe.

Curiosamente, essa grande rivalidade se transformou em amizade com o passar dos anos, e Apollo até ajudou a treinar Rocky para a sua luta contra Clubber Lang (Mr. T). Quando esses dois rivais se tornam amigos, é preciso pensar em uma nova grande rivalidade para manter a saga. Foi então que entrou Ivan Drago (Dolph Lundgren), um perigoso lutador da União Soviética que se tornou o grande rival de Rocky. Foi ele quem matou Apollo em uma luta, levando Rocky a se empenhar como nunca em seu conflito. E apesar de só terem se enfrentado em uma luta, a inimizade entre Rocky e Drago persistiu por ano, afetando inclusive os seus sucessores.

Quando Adonis Creed (Michael B. Jordan), filho do grande Apollo Creed, se consagra campeão de boxe, sendo treinado por Rocky, Ivan Drago retorna e lança um perigoso desafio ao novo campeão: uma disputa pelo título entre Adonis e Viktor Drago (Florian Munteanu), filho de Ivan e sucessor dele nos ringues. Encarando essa disputa não apenas como um desafio, mas como uma chance de vingar seu pai, Adonis reinicia seu treino com Rocky, ambos prontos para enfrentar os fantasmas do seu passado.

INIMIZADE SOBRENATURAL

Apesar de ser uma premissa bem interessante, existe algo de muito problemático com a ideia de juntar duas entidades sobrenaturais e imortais do terror para lutarem entre si. Esse problema está justamente no fato de que esses seres são imortais. Em uma batalha sangrenta entre Freddy Krueger e Jason Voorhees, por exemplo, os únicos que saem perdendo são os humanos presos no meio dos dois, pois nenhum dos dois vai se entregar e nenhum dos dois vai morrer.

Ainda assim, Freddy vs. Jason apresentou algumas coisas bastante divertidas, principalmente ao juntar dois assassinos que, apesar de sobrenaturais, têm pouco em comum. Um é o espectro dos pesadelos, senhor dos sonhos, um assassino sarcástico que adora frases irônicas e ácidas e que sente prazer em torturar suas vítimas e fazer com que suas mortes sejam extremamente lentas. Já o outro é um assassino mascarado que nunca diz uma única palavra e que persegue suas vítimas com inigualável frieza, executando-as de maneiras rápidas e brutais. Freddy se vale de sua audácia e de seus diversos poderes no mundo dos sonhos, enquanto Jason faz uso de sua força bruta e determinação implacável.

A premissa seria de fato muito boa, se os diretores tivessem permitido aos dois assassinos se enfrentarem. Contudo, o filme fica dando voltas em uma trama paralela, com Freddy tentando usar Jason para reviver o medo das pessoas de Elm Street e assim se tornar relevante em seus pesadelos novamente. Mas ele é incapaz de assassinar as pessoas que precisa para ficar forte, pois Jason executa todos em seu caminho, inclusive as vítimas que deveriam ser de Freddy. Isso leva o mestre dos sonhos a tentar adentrar a mente do seu rival e dominá-lo por dentro, levando assim a uma luta feroz entre os dois no clímax do filme.

Teria sido mais interessante ver mais conflitos entre os dois ao longo da trama.

UMA BRIGA QUE VEM DO ESPAÇO

Apesar de pertencerem a filmes e franquias diferentes, existe alguma lógica em se criar uma rivalidade entre os Yautja da franquia Predador e os Xenomorfos da franquia Alien. Como duas das raças alienígenas mais presentes na história do cinema, elas também são duas das mais perigosas, apresentando ambas características de grandes caçadores, cada um à sua maneira específica. Um conflito entre os dois, dessa forma, não só faz sentido, como também explora muito bem as diferenças na forma de caçar de cada uma das raças.

Na trama de Alien vs. Predador, é confirmado que as duas raças são rivais antigas, com os Yautja encubando ovos de Xenomorfo e usando humanos das civilizações antigas como hóspedes que criavam a presa perfeita, contra quem os predadores batalhavam até vencerem ou até a sua derrota, levando à detonação de uma bomba que aniquilaria toda a civilização onde se encontravam. Tal caçada era um rito de passagem para os predadores, e ser capaz de eliminar um xenomorfo provava que o Yautja estava pronto para começar suas próprias caçadas.

O ponto forte dessa disputa é justamente ver as diferenças de estilo entre as duas raças, com os Yautja sendo mais voltados à força física e ao uso de seus vastos arsenais, enquanto os xenomorfos se voltam mais para estratégias sorrateiras e ataques surpresa. Seria um conflito mais do que fantástico de se ver ao longo do filme, só que mais uma vez a produção do filme demorou para entregar aquilo que o público desejava assistir e perdeu tempo com algumas tramas que não precisavam estar no filme. Quando as duas raças alienígenas se chocam em combate, porém, o resultado é satisfatório.

UM ENCONTRO ENTRE CLÁSSICOS DO TERROR

Mais um grande encontro do terror, mas dessa vez relativo a dois grandes filmes clássicos do cinema. Em um dos primeiros grandes encontros entre rivais, o lobisomem Larry Talbot (Lon Chaney Jr.) encontra o tenebroso Monstro de Frankenstein (Bela Lugosi), em um conflito assustador entre duas das criaturas mais clássicas do cinema.

Desejando encontrar uma cura para a sua maldição, Larry Talbot descobre que o único capaz de lhe dar a salvação que busca é o famoso Dr. Viktor Frankenstein. Escapando do asilo em que se encontra preso, ele viaja até o castelo do velho doutor, mas o encontra morto. Sua filha, Elsa Frankenstein (Ilona Massey), ajuda Talbot a encontrar as velhas anotações do doutor e prepara um experimento para livrá-lo da Licantropia. Contudo, a experiência acaba despertando o Monstro de sua tumba de gelo, e o liberta novamente no mundo para causar destruição.

Com ambas as criaturas soltas, Frankenstein Encontra o Lobisomem foi uma aposta arriscada do Estúdio Universal. Com efeitos e maquiagens antigas, a disputa entre os dois monstros pode não animar tanto os fãs de cinema nos dias de hoje, mas certamente foi uma ideia inspiradora no seu tempo. Dois dos maiores sucessos de terror dos anos 30 se unindo em uma única obra, cada um aterrorizando o público à sua maneira e promovendo um combate entre si, enquanto pessoas comuns são pegas desavisadas no meio do confronto.

OS DUELISTAS DE RIDLEY SCOTT

Talvez não uma luta tão consagrada no cinema quanto outras na nossa lista, a disputa estabelecida no filme Os Duelistas, de Ridley Scott, marca talvez o ápice de até onde uma rivalidade pode chegar. Tudo começa quando o tenente d'Hubert (Keith Carradine) insulta o também tenente Feraud (Harvey Keitel). O que era para ser apenas um pequeno incidente acaba evoluindo para algo a ser resolvido em um duelo. Mas não contente com o resultado da primeira luta, Feraud constantemente retorna para desafiar d'Hubert por várias vezes ao longo dos anos.

O filme se passa entre esses desafios e duelos, mostrando como d'Hubert tenta a todo o momento seguir com sua vida, enquanto Feraud parece preso àquele pequeno insulto e é incapaz de seguir em frente até que seu adversário esteja morto e, assim, tenha devidamente pago pelo seu insulto. De disputas com pistola e duelos com espada até caçadas em labirintos, os dois se embrenham nos mais diferentes tipos de luta, nunca conseguindo, de fato, terminar com sua rivalidade.

É uma história que mostra o maior extremo possível para a ideia de lutar em defesa de sua honra. Um temperamento tão forte entre homens que leva um pequeno incidente a se tornar uma disputa por toda a vida, impedindo os dois de realmente conseguirem estabelecer uma vida para si, pois estão sempre muito ocupados perseguindo um ao outro e planejando como a próxima disputa irá acontecer.

QUANDO HERÓIS SE TORNAM RIVAIS

Nos últimos anos, com a explosão dos filmes de super-heróis, as rivalidades que alguns personagens possuíam nos quadrinhos acabou por ser transportada para o cinema. Com ideias diferentes, esses heróis entram em conflito por diferenças nas formas que cada um encontra para lidar com uma situação, e seu conflito acaba se tornando bastante explosivo em razão dos poderes que são mostrados e colocados em meio à luta, com cada um dos lados atraindo para si aliados que pensam de maneira semelhante, aumentando ainda mais o seu poder de destruição.

No primeiro caso, temos o confronto entre Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill), ocasionado pela revelação de que o Superman é um alienígena, o que leva o Batman a temer a sua presença na Terra e considerá-lo como uma ameaça que em breve pode controlar todo o planeta. Completamente paranoico, ele começa a se preparar para um conflito, reunindo todas as fraquezas conhecidas do Superman para enfrentá-lo. Enquanto isso, Clark Kent continua a atuar como um grande defensor da humanidade e a tentar estabelecer seu lugar entre os humanos. Consciente de seu poder, ele evita a todo o custo lutar contra o Batman e mantém seu poder sob controle até ser forçado à luta.

No segundo exemplo, temos uma equipe liderada pelo Capitão América (Chris Evans), contrário aos Acordos de Sokovia e tentando desesperadamente proteger seu amigo Buck Barnes (Sebastian Stan), contra a equipe do Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), que acredita que os heróis devem ser controlados pelo Acordo de Sokovia e faz de tudo para que o criminoso Soldado Invernal seja colocado atrás das grades. Apesar de rivais e com ideias opostas, os dois heróis sempre conseguiram resolver suas diferenças sem uma luta... até então. O marco da Guerra Civil é o que divide os Vingadores e coloca os heróis um contra o outro, facilitando a chegada de Thanos ao planeta um pouco depois.

No primeiro caso, temos uma disputa mais particular, reduzida apenas a Batman e Superman, sem que tal conflito afete demais o universo em que se encontram (as consequências desse conflito são importantes, mas a disputa em si e suas causas, nem tanto). Do outro lado, já temos um conflito mais abrangente, que diz respeito a todos os heróis do MCU e que consegue introduzir um aspecto mais subjetivo entre o Homem de Ferro, o Capitão América e o Soldado Invernal. Em ambos os casos, porém, o conflito entre os dois lados acaba sendo catastrófico, provocando intensa destruição conforme os poderes e os recursos de cada lado são liberados.

DUELO DE TITÃS

Desde que se tornaram populares no cinema, os Kaijus têm estado em conflito entre si. Batalhas entre monstros colossais que deixam cidades inteiras demolidas ocupam um espaço de destaque entre as grandes rivalidades do cinema, visto que, ao que parece, nenhum deles se entende muito bem com o outro. Godzilla é o maior exemplo desses monstros gigantes e, como o rei dessa espécie colossal, é um dos mais poderosos de sua raça. Isso não significa, porém, que ele não possa ser desafiado. Em várias situações, Godzilla enfrentou outros seres colossais, como Rei Ghidorah, Mothra e Rodan. Contudo, o seu maior rival de todos os tempos é Kong, o grande macaco da Ilha da Caveira.

Com uma rivalidade que vem desde os Anos 60-70, os primeiros duelos entre Kong e Godzilla eram feitos com grandes bonecos e fantasias pouco realistas, que se adequavam à forma como esse gênero específico era reproduzido na época. Em anos mais recentes, porém, esse combate monstruoso foi revivido com novos efeitos especiais mais convincentes, que deram uma proporção titânica aos dois monstros e tornaram seu poder de devastação muito maior. Como as figuras principais do novo Monstroverso, Kong e Godzilla se preparam para o seu mais novo duelo.

Nesse novo encontro entre as duas criaturas, ambos fazem parte de uma história antiga, sendo cada um parte de uma raça e facção diferente de titãs que, em eras antigas, lutaram e se despedaçaram, até que apenas os dois restaram. Tendo finalmente se reencontrado, Kong e Godzilla estão prontos para reavivar a sua grande rivalidade novamente e decidir, de uma vez por todas, quem é o rei dos monstros de fato.

Em todas essas rivalidades, o ingrediente mais importante é dar aos oponentes um motivo para lutarem entre si. Pode ser por alguma questão política, por uma desconfiança mútua entre os dois, por algum insulto ou simplesmente pelo fato de que eles são duas criaturas monstruosas lutando para ver quem vai ser a maior de todas. De qualquer forma, esse motivo precisa existir, e é exatamente esse motivo que dita se o seu filme será bem aceito ou não. Boas razões geram bons conflitos e fazem o público se envolver com a disputa em questão. Mesmo que a maioria das pessoas só se importe em ver lutas colossais e destrutivas, é muito melhor quando essas lutas possuem um bom motivo por trás.

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