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Análise & Opinião

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Monstros do cinema: do Terror à Ação

28/1/2021

Desde o princípio da civilização, os monstros tem nos fascinado e aterrorizado. No cinema, essas criaturas encontraram uma evolução quase natural ao longo dos anos, migrando cada vez mais do terror para a ação explosiva.

escrito por
Luis Henrique Franco

Desde o princípio da civilização, os monstros tem nos fascinado e aterrorizado. No cinema, essas criaturas encontraram uma evolução quase natural ao longo dos anos, migrando cada vez mais do terror para a ação explosiva.

escrito por
Luis Henrique Franco
28/1/2021

Monstros e criaturas sobre-humanas são uma parte comum de todas as mitologias da Terra. Por todo o mundo, os povos narraram aventuras de heróis que enfrentaram dragões, gigantes, krakens, ogros, sereias e lagartos gigantes. Em cada civilização, uma nova variedade de criaturas fantásticas aparecem, mas é certo que sempre haverá, em qualquer cultura, uma grande variedade de seres inexplicáveis para fascinar a amedrontar a nossa imaginação.

No cinema, os monstros encontraram uma nova forma de se propagar entre as civilizações. Sejam os seres das antigas mitologias, as criaturas das literaturas contemporâneas ou as criações próprias da sétima arte, todas elas conquistaram inúmeras gerações de fãs ao longo das décadas. Contudo, a maneira como vemos esses monstros sofreu inúmeras alterações ao longo dos anos, especialmente no gênero no qual costumamos vê-los. Mais comuns no terror antigamente, esses seres amedrontadores encontraram uma nova casa nos filmes de ação.

OS GIGANTES DO TERROR ANTIGO

Por anos, o terror se consagrou com um poderoso subgênero que explorava o nosso medo de alguns animais específicos para criar monstruosidades cinematográficas. King Kong se tornou o mais famoso marco desse subgênero, espantando gerações com a capacidade do cinema de utilizar cordas e guindastes para criar um gorila colossal e assustador. Mesmo sob os olhos de quase um século depois, ainda é impressionante a forma como tal criatura foi trazida à vida naquela época. O sucesso de King Kong trouxe à tona uma grande quantidade de monstros colossais.

A ideia dos animais gigantes do cinema já foi debatida no nosso texto sobre Megatubarão, onde analisamos essa necessidade de fazer com que os animais sejam grandes para serem assustadores. Mais é importante ressaltar que, nas primeiras décadas do século XX, o cinema ainda era algo novo e cujo potencial ainda estava sendo descoberto e explorado.

A ideia de animais gigantes como uma forma de assustar o público era legítima por explorar algo que as pessoas reconheciam e distorcê-la e aumentá-la até torná-la horrenda. Seja com grandes predadores, como leões, lobos e tubarões, ou com animais pequenos e que se tornaram pesadelos vivos quando aumentados, como formigas, aranhas, insetos ou polvos. Todos esses usos criaram uma nova mitologia, uma que explora algo já familiar e estabelece um exagero, de tamanho, malícia e de crueldade, para nos assustar.

Ao mesmo tempo, os primeiros anos de Hollywood viram uma outra exploração dos monstros do terror. Enquanto os animais gigantes, herdeiros de Kong, ocupavam um subgênero, as criaturas mitológicas e personagens literários assombravam o outro. Com grandes atores como Bela Lugosi, Boris Karloff e Lon Chaney Jr., criaturas como o Monstro de Frankenstein, o Monstro da Lagoa Negra, o Lobisomem e a Múmia saíram das páginas dos livros e da História e ingressaram com sucesso nas telas do cinema.

Independente do subgênero e da criatura, no entanto, uma coisa era certa: o terror das primeiras décadas do cinema explorava ao máximo a presença de suas criaturas. Era uma época em que o público ainda era inocente sobre o que esperar, o que tornava muito mais fácil o assombro diante de seres tão magnificamente aterrorizantes.

OS NOVOS MONSTROS DO HORROR: QUANDO O OCULTO SUPERA A MEGALOMANIA

Apesar de monstros gigantes ainda serem muito comuns nos filmes de hoje em dia, é sabido que o seu efeito para assustar a audiência já não é mais o mesmo. Muitos anos já se passaram, e a simples presença de algo colossal na tela já não assusta mais tanto. Por causa disso, grandes diretores começaram a se valer da falta de presença de suas criaturas para provocar o terror.

Para se perceber o sucesso dessa nova estratégia, podemos tomar como exemplo Tubarão, de Steven Spielberg, um filme que ainda faz uso de um animal gigantesco e amedrontador mas que, seja por uma decisão inteligente do diretor ou algo realizado devido a uma necessidade do projeto (o animatrônico do tubarão era pouco realista e convincente), optou por manter seu monstro escondido durante boa parte do filme. Uma decisão que se provou inteligente, visto que o horror da trama se dá justamente por desconhecermos a criatura. Seus movimentos são realizados pela câmera, os ataques não revelam nada do animal e tudo o que vemos são banhistas sendo atacados e dilacerados sem sabermos exatamente o que está fazendo aquilo.

Essa nova forma de terror fez com que os monstros gigantes deixassem de ser o grande centro das atenções do gênero. Por serem difíceis de manter ocultos ao longo da narrativa, esses colossos foram sendo substituídos por novas entidades, mais fáceis de serem omitidas. Filmes como O Enigma de Outro Mundo, e mesmo alguns Slashers como A Hora do Pesadelo, se baseiam nessa ideia de que nada é mais assustador para os humanos do que o medo do desconhecido. John Carpenter trabalha a sua criatura para assustar não com a sua forma real, mas através da paranoia que causa nos personagens, enquanto Wes Craven, apesar de deixar bem claro como Freddy Krueger parece, raramente o expõe por períodos de tempo excessivos, deixando o medo por parte da imaginação do público sobre o que o assassino faria em nossos sonhos.

Mais recentemente, ficou clara essa preferência por criaturas que assustam não pelo tamanho, mas por serem desconhecidas e imprevisíveis. Longas como Abismo do Medo, Corrente do Mal e, talvez o mais bem sucedido de todos, Invocação do Mal, trabalham a ideia de uma presença desconhecida, capaz de realizar um grande mal com sua força avassaladora. Uma entidade que, às vezes, se mostra ao público, mas que nunca é totalmente compreendida por ele. Em filmes mais recentes, a própria presença dessa entidade é colocada em dúvida, forçando-nos a questionar o que é de fato obra de um ser desconhecido e o que é apenas fruto da paranoia e do isolamento das personagens. Robert Eggers é especialmente talentoso nesses tipos de filme, como já demonstrou em A Bruxa e O Farol.

No geral, essa mudança se dá pelo entendimento dos diretores e produtores sobre as mudanças ocorridas no gênero. Em especial na forma como o público recebe as ideias dentro desse gênero. Já se foram os dias em que apenas o enorme tamanho das criaturas servia para nos assombrar. Considerando a era dos Efeitos Especiais em que vivemos, as criaturas colossais são até esperadas, e não assustam mais o público pois este já está familiarizado com a sua presença e consegue ver nesses gigantes algo palpável e compreensível. O desconhecido, no entanto, é algo que nunca iremos compreender, e é por isso que ele nos aterroriza tanto. Ironicamente, é a partir do abandono da megalomania e pelo emprego de algo mais sutil e que não se exibe tanto ao público que o terror consegue ainda extrair emoções e pavor da audiência.

A ERA DOS COLOSSOS DA AÇÃO

Isso não significa, no entanto, que os monstros gigantes deixaram de existir no cinema. Muito pelo contrário, sua existência, em especial nos dias de hoje, encontra-se completamente assegurada nos filmes de ação. Ironicamente, o terror que eles causam agora é reservado apenas aos personagens dos filmes, enquanto a audiência é tomada por um fascínio e um desejo de ver um conflito em escala titânica explodindo nas telas.

O pavor deu lugar ao desejo pela luta, pelo choque destrutivo entre gigantes, pela devastação absurda causada pelo duelo entre titãs. Já em 2013, Guillermo del Toro nos deu uma amostra do que esse novo emprego de criaturas gigantes poderia alcançar com Círculo de Fogo, um filme que reintroduz os mitológicos Kaijus japoneses, monstros colossais que vivem no fundo do mar, e os coloca para duelar contra grandes máquinas de batalha construídas pelos humanos, os Jaegers. Com grandes sequências de ação e duelos devastadores entre monstros e máquinas, o filme atingiu uma grande bilheteria e conseguiu apreço suficiente do público para começar a sua própria franquia.

Em 2014, um titã do passado renasceu. Com enorme sucesso como uma catástrofe aterradora no Japão, Godzilla já havia tido a sua experiência em combates com outros seres colossais durante os anos 60. Com sua nova franquia lançada, o rei dos monstros vem se digladiando com outros titãs em cada filme que aparece. Em Godzilla, enfrentou o poderoso casal dos MUTOs. Em Rei dos Monstros, combateu o seu arquiinimigo, o Rei Ghidorah. Agora, em 2021, ele se prepara para enfrentar a nova versão de Kong, lançada em 2017 no filme Ilha da Caveira.

A mudança de tom entre os filmes clássicos e os atuais é notável, fruto de inúmeras décadas de transformações no cinema. King Kong e Godzilla foram pensados com o intuito de aterrorizarem civilizações com seu potencial destrutivo. Agora, essa destruição é desejada, sendo um dos poucos motivos para que filmes dessas criaturas ainda sejam feitos. Antigamente, tremíamos de medo diante da possibilidade de seres como estes causarem tamanha devastação. Hoje em dia, acolhemos essa devastação, desde que seja bem realizada e com efeitos especiais e práticos bem trabalhados. Os horrores do passado se tornaram lutadores cujo objetivo é suprir nosso desejo por adrenalina e combate.

Essa nova tendência para as criaturas gigantescas também foi extremamente impulsionada pela indústria dos jogos. Filmes como Rampage e o novo Monster Hunter exploram as criaturas pensadas para o universo dos games e as introduzem em produções cinematográficas, atraindo dessa forma dois tipos de público: aqueles que amam ver uma boa destruição, e aqueles aficionados pelos jogos e querendo ver como a adaptação irá conduzir a história.

Em qualquer caso, o principal e mais notável aspecto é essa mudança de tom e de tratamento com os monstros. Deixamos de ver essas criaturas como assustadoras, nosso assombro foi substituído pelo fascínio. Por causa disso, cria-se também um grande problema para os filmes de monstros. Para manter seu público fascinado, eles precisam dar para essas criaturas algum grande diferencial que as torne únicas, ao mesmo tempo que garanta algum grau de ameaça para tornar qualquer conflito envolvendo o monstro em um momento de adrenalina e satisfação para a audiência.

Com o tempo, porém, esse fascínio pelos gigantes vai se esgotando, seja pelo uso cada vez maior de efeitos especiais ou pelo esgotamento rápido da temática. Por não conseguirem desenvolver nesse gênero uma grande variedade de temas além do duelo entre monstros ou entre monstro e seres humanos, esses filmes em geral optam por dar ao fascínio uma sobrevida, criando seres maiores, mais ameaçadores, com mais dentes, mas que no fundo não são mais interessantes do que a centena de outros seres já criados pelo cinema.

O FASCINANTE MUNDO DOS MONSTROS

Esse ponto está se tornando uma constante nesses tipos de análise, mas diante de uma indústria que insiste em constantemente reciclar as mesmas ideias até que ninguém mais as suporte, é necessário pensar em como o público está perdendo o fascínio pelos grandes monstros. Ainda nos surpreendemos com o que os efeitos especiais em constante evolução podem alcançar, mas em um mundo onde esses monstros servem apenas como participantes em "Brigas de Galo" colossais, é comum que tentativas de introduzir criaturas novas acabem não recebendo tanta atenção quanto as histórias dos monstros já conhecidos.

Da mesma forma como fomos perdendo o assombro por esses seres no passado, parece que agora estamos perdendo o nosso fascínio por entidades titânicas cada vez maiores e mais destrutivas. E não há dúvida que, enquanto houver cinema, esses monstros irão continuar a evoluir e, muito provavelmente, encontrarão uma nova forma de nos entusiasmar. Mas, por hora, é preciso pensar: para que novos monstros consigam ocupar espaço nessa indústria, eles precisam ser mais do que criaturas aleatórias contra as quais os protagonistas precisam lutar.

Talvez o grande erro da maioria dos filmes desse tipo seja não considerar seus monstros como personagens, mas sim obstáculos, se não para os protagonistas humanos, então para algum outro ser gigantesco contra o qual eles devem lutar. Não se trata, é óbvio, de humanizar as criaturas, mas sim de mostrar que, assim como os humanos, eles também possuem histórias próprias que precisam ser exploradas. Caso se consiga fazer isso, é provável que o público consiga se conectar com esses seres magníficos e, assim, conseguir se fascinar novamente por eles.

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Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
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Desde o princípio da civilização, os monstros tem nos fascinado e aterrorizado. No cinema, essas criaturas encontraram uma evolução quase natural ao longo dos anos, migrando cada vez mais do terror para a ação explosiva.

crítica por
Luis Henrique Franco
28/1/2021

Monstros e criaturas sobre-humanas são uma parte comum de todas as mitologias da Terra. Por todo o mundo, os povos narraram aventuras de heróis que enfrentaram dragões, gigantes, krakens, ogros, sereias e lagartos gigantes. Em cada civilização, uma nova variedade de criaturas fantásticas aparecem, mas é certo que sempre haverá, em qualquer cultura, uma grande variedade de seres inexplicáveis para fascinar a amedrontar a nossa imaginação.

No cinema, os monstros encontraram uma nova forma de se propagar entre as civilizações. Sejam os seres das antigas mitologias, as criaturas das literaturas contemporâneas ou as criações próprias da sétima arte, todas elas conquistaram inúmeras gerações de fãs ao longo das décadas. Contudo, a maneira como vemos esses monstros sofreu inúmeras alterações ao longo dos anos, especialmente no gênero no qual costumamos vê-los. Mais comuns no terror antigamente, esses seres amedrontadores encontraram uma nova casa nos filmes de ação.

OS GIGANTES DO TERROR ANTIGO

Por anos, o terror se consagrou com um poderoso subgênero que explorava o nosso medo de alguns animais específicos para criar monstruosidades cinematográficas. King Kong se tornou o mais famoso marco desse subgênero, espantando gerações com a capacidade do cinema de utilizar cordas e guindastes para criar um gorila colossal e assustador. Mesmo sob os olhos de quase um século depois, ainda é impressionante a forma como tal criatura foi trazida à vida naquela época. O sucesso de King Kong trouxe à tona uma grande quantidade de monstros colossais.

A ideia dos animais gigantes do cinema já foi debatida no nosso texto sobre Megatubarão, onde analisamos essa necessidade de fazer com que os animais sejam grandes para serem assustadores. Mais é importante ressaltar que, nas primeiras décadas do século XX, o cinema ainda era algo novo e cujo potencial ainda estava sendo descoberto e explorado.

A ideia de animais gigantes como uma forma de assustar o público era legítima por explorar algo que as pessoas reconheciam e distorcê-la e aumentá-la até torná-la horrenda. Seja com grandes predadores, como leões, lobos e tubarões, ou com animais pequenos e que se tornaram pesadelos vivos quando aumentados, como formigas, aranhas, insetos ou polvos. Todos esses usos criaram uma nova mitologia, uma que explora algo já familiar e estabelece um exagero, de tamanho, malícia e de crueldade, para nos assustar.

Ao mesmo tempo, os primeiros anos de Hollywood viram uma outra exploração dos monstros do terror. Enquanto os animais gigantes, herdeiros de Kong, ocupavam um subgênero, as criaturas mitológicas e personagens literários assombravam o outro. Com grandes atores como Bela Lugosi, Boris Karloff e Lon Chaney Jr., criaturas como o Monstro de Frankenstein, o Monstro da Lagoa Negra, o Lobisomem e a Múmia saíram das páginas dos livros e da História e ingressaram com sucesso nas telas do cinema.

Independente do subgênero e da criatura, no entanto, uma coisa era certa: o terror das primeiras décadas do cinema explorava ao máximo a presença de suas criaturas. Era uma época em que o público ainda era inocente sobre o que esperar, o que tornava muito mais fácil o assombro diante de seres tão magnificamente aterrorizantes.

OS NOVOS MONSTROS DO HORROR: QUANDO O OCULTO SUPERA A MEGALOMANIA

Apesar de monstros gigantes ainda serem muito comuns nos filmes de hoje em dia, é sabido que o seu efeito para assustar a audiência já não é mais o mesmo. Muitos anos já se passaram, e a simples presença de algo colossal na tela já não assusta mais tanto. Por causa disso, grandes diretores começaram a se valer da falta de presença de suas criaturas para provocar o terror.

Para se perceber o sucesso dessa nova estratégia, podemos tomar como exemplo Tubarão, de Steven Spielberg, um filme que ainda faz uso de um animal gigantesco e amedrontador mas que, seja por uma decisão inteligente do diretor ou algo realizado devido a uma necessidade do projeto (o animatrônico do tubarão era pouco realista e convincente), optou por manter seu monstro escondido durante boa parte do filme. Uma decisão que se provou inteligente, visto que o horror da trama se dá justamente por desconhecermos a criatura. Seus movimentos são realizados pela câmera, os ataques não revelam nada do animal e tudo o que vemos são banhistas sendo atacados e dilacerados sem sabermos exatamente o que está fazendo aquilo.

Essa nova forma de terror fez com que os monstros gigantes deixassem de ser o grande centro das atenções do gênero. Por serem difíceis de manter ocultos ao longo da narrativa, esses colossos foram sendo substituídos por novas entidades, mais fáceis de serem omitidas. Filmes como O Enigma de Outro Mundo, e mesmo alguns Slashers como A Hora do Pesadelo, se baseiam nessa ideia de que nada é mais assustador para os humanos do que o medo do desconhecido. John Carpenter trabalha a sua criatura para assustar não com a sua forma real, mas através da paranoia que causa nos personagens, enquanto Wes Craven, apesar de deixar bem claro como Freddy Krueger parece, raramente o expõe por períodos de tempo excessivos, deixando o medo por parte da imaginação do público sobre o que o assassino faria em nossos sonhos.

Mais recentemente, ficou clara essa preferência por criaturas que assustam não pelo tamanho, mas por serem desconhecidas e imprevisíveis. Longas como Abismo do Medo, Corrente do Mal e, talvez o mais bem sucedido de todos, Invocação do Mal, trabalham a ideia de uma presença desconhecida, capaz de realizar um grande mal com sua força avassaladora. Uma entidade que, às vezes, se mostra ao público, mas que nunca é totalmente compreendida por ele. Em filmes mais recentes, a própria presença dessa entidade é colocada em dúvida, forçando-nos a questionar o que é de fato obra de um ser desconhecido e o que é apenas fruto da paranoia e do isolamento das personagens. Robert Eggers é especialmente talentoso nesses tipos de filme, como já demonstrou em A Bruxa e O Farol.

No geral, essa mudança se dá pelo entendimento dos diretores e produtores sobre as mudanças ocorridas no gênero. Em especial na forma como o público recebe as ideias dentro desse gênero. Já se foram os dias em que apenas o enorme tamanho das criaturas servia para nos assombrar. Considerando a era dos Efeitos Especiais em que vivemos, as criaturas colossais são até esperadas, e não assustam mais o público pois este já está familiarizado com a sua presença e consegue ver nesses gigantes algo palpável e compreensível. O desconhecido, no entanto, é algo que nunca iremos compreender, e é por isso que ele nos aterroriza tanto. Ironicamente, é a partir do abandono da megalomania e pelo emprego de algo mais sutil e que não se exibe tanto ao público que o terror consegue ainda extrair emoções e pavor da audiência.

A ERA DOS COLOSSOS DA AÇÃO

Isso não significa, no entanto, que os monstros gigantes deixaram de existir no cinema. Muito pelo contrário, sua existência, em especial nos dias de hoje, encontra-se completamente assegurada nos filmes de ação. Ironicamente, o terror que eles causam agora é reservado apenas aos personagens dos filmes, enquanto a audiência é tomada por um fascínio e um desejo de ver um conflito em escala titânica explodindo nas telas.

O pavor deu lugar ao desejo pela luta, pelo choque destrutivo entre gigantes, pela devastação absurda causada pelo duelo entre titãs. Já em 2013, Guillermo del Toro nos deu uma amostra do que esse novo emprego de criaturas gigantes poderia alcançar com Círculo de Fogo, um filme que reintroduz os mitológicos Kaijus japoneses, monstros colossais que vivem no fundo do mar, e os coloca para duelar contra grandes máquinas de batalha construídas pelos humanos, os Jaegers. Com grandes sequências de ação e duelos devastadores entre monstros e máquinas, o filme atingiu uma grande bilheteria e conseguiu apreço suficiente do público para começar a sua própria franquia.

Em 2014, um titã do passado renasceu. Com enorme sucesso como uma catástrofe aterradora no Japão, Godzilla já havia tido a sua experiência em combates com outros seres colossais durante os anos 60. Com sua nova franquia lançada, o rei dos monstros vem se digladiando com outros titãs em cada filme que aparece. Em Godzilla, enfrentou o poderoso casal dos MUTOs. Em Rei dos Monstros, combateu o seu arquiinimigo, o Rei Ghidorah. Agora, em 2021, ele se prepara para enfrentar a nova versão de Kong, lançada em 2017 no filme Ilha da Caveira.

A mudança de tom entre os filmes clássicos e os atuais é notável, fruto de inúmeras décadas de transformações no cinema. King Kong e Godzilla foram pensados com o intuito de aterrorizarem civilizações com seu potencial destrutivo. Agora, essa destruição é desejada, sendo um dos poucos motivos para que filmes dessas criaturas ainda sejam feitos. Antigamente, tremíamos de medo diante da possibilidade de seres como estes causarem tamanha devastação. Hoje em dia, acolhemos essa devastação, desde que seja bem realizada e com efeitos especiais e práticos bem trabalhados. Os horrores do passado se tornaram lutadores cujo objetivo é suprir nosso desejo por adrenalina e combate.

Essa nova tendência para as criaturas gigantescas também foi extremamente impulsionada pela indústria dos jogos. Filmes como Rampage e o novo Monster Hunter exploram as criaturas pensadas para o universo dos games e as introduzem em produções cinematográficas, atraindo dessa forma dois tipos de público: aqueles que amam ver uma boa destruição, e aqueles aficionados pelos jogos e querendo ver como a adaptação irá conduzir a história.

Em qualquer caso, o principal e mais notável aspecto é essa mudança de tom e de tratamento com os monstros. Deixamos de ver essas criaturas como assustadoras, nosso assombro foi substituído pelo fascínio. Por causa disso, cria-se também um grande problema para os filmes de monstros. Para manter seu público fascinado, eles precisam dar para essas criaturas algum grande diferencial que as torne únicas, ao mesmo tempo que garanta algum grau de ameaça para tornar qualquer conflito envolvendo o monstro em um momento de adrenalina e satisfação para a audiência.

Com o tempo, porém, esse fascínio pelos gigantes vai se esgotando, seja pelo uso cada vez maior de efeitos especiais ou pelo esgotamento rápido da temática. Por não conseguirem desenvolver nesse gênero uma grande variedade de temas além do duelo entre monstros ou entre monstro e seres humanos, esses filmes em geral optam por dar ao fascínio uma sobrevida, criando seres maiores, mais ameaçadores, com mais dentes, mas que no fundo não são mais interessantes do que a centena de outros seres já criados pelo cinema.

O FASCINANTE MUNDO DOS MONSTROS

Esse ponto está se tornando uma constante nesses tipos de análise, mas diante de uma indústria que insiste em constantemente reciclar as mesmas ideias até que ninguém mais as suporte, é necessário pensar em como o público está perdendo o fascínio pelos grandes monstros. Ainda nos surpreendemos com o que os efeitos especiais em constante evolução podem alcançar, mas em um mundo onde esses monstros servem apenas como participantes em "Brigas de Galo" colossais, é comum que tentativas de introduzir criaturas novas acabem não recebendo tanta atenção quanto as histórias dos monstros já conhecidos.

Da mesma forma como fomos perdendo o assombro por esses seres no passado, parece que agora estamos perdendo o nosso fascínio por entidades titânicas cada vez maiores e mais destrutivas. E não há dúvida que, enquanto houver cinema, esses monstros irão continuar a evoluir e, muito provavelmente, encontrarão uma nova forma de nos entusiasmar. Mas, por hora, é preciso pensar: para que novos monstros consigam ocupar espaço nessa indústria, eles precisam ser mais do que criaturas aleatórias contra as quais os protagonistas precisam lutar.

Talvez o grande erro da maioria dos filmes desse tipo seja não considerar seus monstros como personagens, mas sim obstáculos, se não para os protagonistas humanos, então para algum outro ser gigantesco contra o qual eles devem lutar. Não se trata, é óbvio, de humanizar as criaturas, mas sim de mostrar que, assim como os humanos, eles também possuem histórias próprias que precisam ser exploradas. Caso se consiga fazer isso, é provável que o público consiga se conectar com esses seres magníficos e, assim, conseguir se fascinar novamente por eles.

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Análise & Opinião

Desde o princípio da civilização, os monstros tem nos fascinado e aterrorizado. No cinema, essas criaturas encontraram uma evolução quase natural ao longo dos anos, migrando cada vez mais do terror para a ação explosiva.

escrito por
Luis Henrique Franco
28/1/2021
nascimento

Desde o princípio da civilização, os monstros tem nos fascinado e aterrorizado. No cinema, essas criaturas encontraram uma evolução quase natural ao longo dos anos, migrando cada vez mais do terror para a ação explosiva.

escrito por
Luis Henrique Franco
28/1/2021

Monstros e criaturas sobre-humanas são uma parte comum de todas as mitologias da Terra. Por todo o mundo, os povos narraram aventuras de heróis que enfrentaram dragões, gigantes, krakens, ogros, sereias e lagartos gigantes. Em cada civilização, uma nova variedade de criaturas fantásticas aparecem, mas é certo que sempre haverá, em qualquer cultura, uma grande variedade de seres inexplicáveis para fascinar a amedrontar a nossa imaginação.

No cinema, os monstros encontraram uma nova forma de se propagar entre as civilizações. Sejam os seres das antigas mitologias, as criaturas das literaturas contemporâneas ou as criações próprias da sétima arte, todas elas conquistaram inúmeras gerações de fãs ao longo das décadas. Contudo, a maneira como vemos esses monstros sofreu inúmeras alterações ao longo dos anos, especialmente no gênero no qual costumamos vê-los. Mais comuns no terror antigamente, esses seres amedrontadores encontraram uma nova casa nos filmes de ação.

OS GIGANTES DO TERROR ANTIGO

Por anos, o terror se consagrou com um poderoso subgênero que explorava o nosso medo de alguns animais específicos para criar monstruosidades cinematográficas. King Kong se tornou o mais famoso marco desse subgênero, espantando gerações com a capacidade do cinema de utilizar cordas e guindastes para criar um gorila colossal e assustador. Mesmo sob os olhos de quase um século depois, ainda é impressionante a forma como tal criatura foi trazida à vida naquela época. O sucesso de King Kong trouxe à tona uma grande quantidade de monstros colossais.

A ideia dos animais gigantes do cinema já foi debatida no nosso texto sobre Megatubarão, onde analisamos essa necessidade de fazer com que os animais sejam grandes para serem assustadores. Mais é importante ressaltar que, nas primeiras décadas do século XX, o cinema ainda era algo novo e cujo potencial ainda estava sendo descoberto e explorado.

A ideia de animais gigantes como uma forma de assustar o público era legítima por explorar algo que as pessoas reconheciam e distorcê-la e aumentá-la até torná-la horrenda. Seja com grandes predadores, como leões, lobos e tubarões, ou com animais pequenos e que se tornaram pesadelos vivos quando aumentados, como formigas, aranhas, insetos ou polvos. Todos esses usos criaram uma nova mitologia, uma que explora algo já familiar e estabelece um exagero, de tamanho, malícia e de crueldade, para nos assustar.

Ao mesmo tempo, os primeiros anos de Hollywood viram uma outra exploração dos monstros do terror. Enquanto os animais gigantes, herdeiros de Kong, ocupavam um subgênero, as criaturas mitológicas e personagens literários assombravam o outro. Com grandes atores como Bela Lugosi, Boris Karloff e Lon Chaney Jr., criaturas como o Monstro de Frankenstein, o Monstro da Lagoa Negra, o Lobisomem e a Múmia saíram das páginas dos livros e da História e ingressaram com sucesso nas telas do cinema.

Independente do subgênero e da criatura, no entanto, uma coisa era certa: o terror das primeiras décadas do cinema explorava ao máximo a presença de suas criaturas. Era uma época em que o público ainda era inocente sobre o que esperar, o que tornava muito mais fácil o assombro diante de seres tão magnificamente aterrorizantes.

OS NOVOS MONSTROS DO HORROR: QUANDO O OCULTO SUPERA A MEGALOMANIA

Apesar de monstros gigantes ainda serem muito comuns nos filmes de hoje em dia, é sabido que o seu efeito para assustar a audiência já não é mais o mesmo. Muitos anos já se passaram, e a simples presença de algo colossal na tela já não assusta mais tanto. Por causa disso, grandes diretores começaram a se valer da falta de presença de suas criaturas para provocar o terror.

Para se perceber o sucesso dessa nova estratégia, podemos tomar como exemplo Tubarão, de Steven Spielberg, um filme que ainda faz uso de um animal gigantesco e amedrontador mas que, seja por uma decisão inteligente do diretor ou algo realizado devido a uma necessidade do projeto (o animatrônico do tubarão era pouco realista e convincente), optou por manter seu monstro escondido durante boa parte do filme. Uma decisão que se provou inteligente, visto que o horror da trama se dá justamente por desconhecermos a criatura. Seus movimentos são realizados pela câmera, os ataques não revelam nada do animal e tudo o que vemos são banhistas sendo atacados e dilacerados sem sabermos exatamente o que está fazendo aquilo.

Essa nova forma de terror fez com que os monstros gigantes deixassem de ser o grande centro das atenções do gênero. Por serem difíceis de manter ocultos ao longo da narrativa, esses colossos foram sendo substituídos por novas entidades, mais fáceis de serem omitidas. Filmes como O Enigma de Outro Mundo, e mesmo alguns Slashers como A Hora do Pesadelo, se baseiam nessa ideia de que nada é mais assustador para os humanos do que o medo do desconhecido. John Carpenter trabalha a sua criatura para assustar não com a sua forma real, mas através da paranoia que causa nos personagens, enquanto Wes Craven, apesar de deixar bem claro como Freddy Krueger parece, raramente o expõe por períodos de tempo excessivos, deixando o medo por parte da imaginação do público sobre o que o assassino faria em nossos sonhos.

Mais recentemente, ficou clara essa preferência por criaturas que assustam não pelo tamanho, mas por serem desconhecidas e imprevisíveis. Longas como Abismo do Medo, Corrente do Mal e, talvez o mais bem sucedido de todos, Invocação do Mal, trabalham a ideia de uma presença desconhecida, capaz de realizar um grande mal com sua força avassaladora. Uma entidade que, às vezes, se mostra ao público, mas que nunca é totalmente compreendida por ele. Em filmes mais recentes, a própria presença dessa entidade é colocada em dúvida, forçando-nos a questionar o que é de fato obra de um ser desconhecido e o que é apenas fruto da paranoia e do isolamento das personagens. Robert Eggers é especialmente talentoso nesses tipos de filme, como já demonstrou em A Bruxa e O Farol.

No geral, essa mudança se dá pelo entendimento dos diretores e produtores sobre as mudanças ocorridas no gênero. Em especial na forma como o público recebe as ideias dentro desse gênero. Já se foram os dias em que apenas o enorme tamanho das criaturas servia para nos assombrar. Considerando a era dos Efeitos Especiais em que vivemos, as criaturas colossais são até esperadas, e não assustam mais o público pois este já está familiarizado com a sua presença e consegue ver nesses gigantes algo palpável e compreensível. O desconhecido, no entanto, é algo que nunca iremos compreender, e é por isso que ele nos aterroriza tanto. Ironicamente, é a partir do abandono da megalomania e pelo emprego de algo mais sutil e que não se exibe tanto ao público que o terror consegue ainda extrair emoções e pavor da audiência.

A ERA DOS COLOSSOS DA AÇÃO

Isso não significa, no entanto, que os monstros gigantes deixaram de existir no cinema. Muito pelo contrário, sua existência, em especial nos dias de hoje, encontra-se completamente assegurada nos filmes de ação. Ironicamente, o terror que eles causam agora é reservado apenas aos personagens dos filmes, enquanto a audiência é tomada por um fascínio e um desejo de ver um conflito em escala titânica explodindo nas telas.

O pavor deu lugar ao desejo pela luta, pelo choque destrutivo entre gigantes, pela devastação absurda causada pelo duelo entre titãs. Já em 2013, Guillermo del Toro nos deu uma amostra do que esse novo emprego de criaturas gigantes poderia alcançar com Círculo de Fogo, um filme que reintroduz os mitológicos Kaijus japoneses, monstros colossais que vivem no fundo do mar, e os coloca para duelar contra grandes máquinas de batalha construídas pelos humanos, os Jaegers. Com grandes sequências de ação e duelos devastadores entre monstros e máquinas, o filme atingiu uma grande bilheteria e conseguiu apreço suficiente do público para começar a sua própria franquia.

Em 2014, um titã do passado renasceu. Com enorme sucesso como uma catástrofe aterradora no Japão, Godzilla já havia tido a sua experiência em combates com outros seres colossais durante os anos 60. Com sua nova franquia lançada, o rei dos monstros vem se digladiando com outros titãs em cada filme que aparece. Em Godzilla, enfrentou o poderoso casal dos MUTOs. Em Rei dos Monstros, combateu o seu arquiinimigo, o Rei Ghidorah. Agora, em 2021, ele se prepara para enfrentar a nova versão de Kong, lançada em 2017 no filme Ilha da Caveira.

A mudança de tom entre os filmes clássicos e os atuais é notável, fruto de inúmeras décadas de transformações no cinema. King Kong e Godzilla foram pensados com o intuito de aterrorizarem civilizações com seu potencial destrutivo. Agora, essa destruição é desejada, sendo um dos poucos motivos para que filmes dessas criaturas ainda sejam feitos. Antigamente, tremíamos de medo diante da possibilidade de seres como estes causarem tamanha devastação. Hoje em dia, acolhemos essa devastação, desde que seja bem realizada e com efeitos especiais e práticos bem trabalhados. Os horrores do passado se tornaram lutadores cujo objetivo é suprir nosso desejo por adrenalina e combate.

Essa nova tendência para as criaturas gigantescas também foi extremamente impulsionada pela indústria dos jogos. Filmes como Rampage e o novo Monster Hunter exploram as criaturas pensadas para o universo dos games e as introduzem em produções cinematográficas, atraindo dessa forma dois tipos de público: aqueles que amam ver uma boa destruição, e aqueles aficionados pelos jogos e querendo ver como a adaptação irá conduzir a história.

Em qualquer caso, o principal e mais notável aspecto é essa mudança de tom e de tratamento com os monstros. Deixamos de ver essas criaturas como assustadoras, nosso assombro foi substituído pelo fascínio. Por causa disso, cria-se também um grande problema para os filmes de monstros. Para manter seu público fascinado, eles precisam dar para essas criaturas algum grande diferencial que as torne únicas, ao mesmo tempo que garanta algum grau de ameaça para tornar qualquer conflito envolvendo o monstro em um momento de adrenalina e satisfação para a audiência.

Com o tempo, porém, esse fascínio pelos gigantes vai se esgotando, seja pelo uso cada vez maior de efeitos especiais ou pelo esgotamento rápido da temática. Por não conseguirem desenvolver nesse gênero uma grande variedade de temas além do duelo entre monstros ou entre monstro e seres humanos, esses filmes em geral optam por dar ao fascínio uma sobrevida, criando seres maiores, mais ameaçadores, com mais dentes, mas que no fundo não são mais interessantes do que a centena de outros seres já criados pelo cinema.

O FASCINANTE MUNDO DOS MONSTROS

Esse ponto está se tornando uma constante nesses tipos de análise, mas diante de uma indústria que insiste em constantemente reciclar as mesmas ideias até que ninguém mais as suporte, é necessário pensar em como o público está perdendo o fascínio pelos grandes monstros. Ainda nos surpreendemos com o que os efeitos especiais em constante evolução podem alcançar, mas em um mundo onde esses monstros servem apenas como participantes em "Brigas de Galo" colossais, é comum que tentativas de introduzir criaturas novas acabem não recebendo tanta atenção quanto as histórias dos monstros já conhecidos.

Da mesma forma como fomos perdendo o assombro por esses seres no passado, parece que agora estamos perdendo o nosso fascínio por entidades titânicas cada vez maiores e mais destrutivas. E não há dúvida que, enquanto houver cinema, esses monstros irão continuar a evoluir e, muito provavelmente, encontrarão uma nova forma de nos entusiasmar. Mas, por hora, é preciso pensar: para que novos monstros consigam ocupar espaço nessa indústria, eles precisam ser mais do que criaturas aleatórias contra as quais os protagonistas precisam lutar.

Talvez o grande erro da maioria dos filmes desse tipo seja não considerar seus monstros como personagens, mas sim obstáculos, se não para os protagonistas humanos, então para algum outro ser gigantesco contra o qual eles devem lutar. Não se trata, é óbvio, de humanizar as criaturas, mas sim de mostrar que, assim como os humanos, eles também possuem histórias próprias que precisam ser exploradas. Caso se consiga fazer isso, é provável que o público consiga se conectar com esses seres magníficos e, assim, conseguir se fascinar novamente por eles.

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