Crítica

Crítica

Tentando ser um Drácula, Morbius consegue ser pior do que Crepúsculo

31/3/2022

Com um roteiro confuso que deixa todos os seus personagens inúteis e não aproveita o aspecto mais sombrio de seu protagonista, Morbius decepciona no que poderia ter sido uma tomada diferente para um filme da Marvel.

escrito por
Luis Henrique Franco

Com um roteiro confuso que deixa todos os seus personagens inúteis e não aproveita o aspecto mais sombrio de seu protagonista, Morbius decepciona no que poderia ter sido uma tomada diferente para um filme da Marvel.

escrito por
Luis Henrique Franco
31/3/2022

Não é difícil entender porque os filmes de super-heróis estão se tornando tão cansativos e frustrantes nos últimos anos. Após uma era de ouro ao longo da última década, muitas das últimas produções desse gênero empacaram em uma fórmula extremamente repetitiva e cansativa, que os torna previsíveis e tira muito do clamor popular que tais filmes poderiam ter. Mais frustrante ainda, no entanto, são os filmes do gênero que têm a possibilidade de introduzir algo novo, mas continuam a se esconder atrás dessa fórmula e não aproveitam quase nada do potencial de seus personagens e histórias. Morbius é um dos piores exemplos desse tipo de filme.

O filme narra a história de origem de um dos personagens mais sombrios do universo Marvel, dr. Michael Morbius. Logo no início, é revelada a doença que afeta o personagem principal, vivido por Jared Leto. Buscando uma cura para essa condição terrível em seu sangue, Morbius inicia uma pesquisa tentando misturar o DNA humano com o de um morcego vampiro. Ao testar o ocorrido em si mesmo, no entanto, ele se transforma em um ser sombrio, um vampiro vivo que necessita consumir sangue para sobreviver.

Jared Leto como o vampiro Morbius

Pode-se entender porque esse filme poderia ser um ponto inovador para os filmes de super-heróis da Marvel. Não só a sua premissa traz uma mistura interessante de fantasia e ficção científica, como também introduz um personagem mais sombrio, violento e perigoso, um anti-herói que poderia colocar a Marvel dentro do gênero do terror e abrir as portas para novos personagens e novas explorações mais sérias, adultas e sombrias do universo dos heróis. Por isso, é decepcionante ver que os produtores do filme optaram por seguir uma fórmula entediante e conhecida.

O começo do filme segue os conceitos básicos de um filme de origem de heróis, apresentando o protagonista, seus problemas e a maneira como ele pretende lidar com ele. Ao longo dessa introdução, no entanto, temos a sensação de que o filme ainda pode seguir para um caminho mais assustador e interessante, o que se desfaz na primeira transformação de Morbius, uma cena que não apresenta nada além de efeitos especiais excessivos e confusos, uma maquiagem esquisita para o personagem e um ataque extremamente censurado à tripulação de um navio. Ao longo do filme, vários ataques como esse acontecem, um mais fraco do que o outro e nenhum com qualquer toque de aterrorizante, mostrando uma enorme covardia do estúdio, que evita a todo o custo perder seu público mais jovem.

Morbius (Jared Leto) usa seus poderes para fugir da prisão.

Mas a falta de violência e a censura a cenas mais pesadas não seria um problema tão sério se o filme fosse bem estruturado. Mas Morbius consegue ser uma bagunça em questão de atuações, roteiro e efeitos, sem nada de sólido para oferecer como contrapeso. As motivações do protagonista para realizar a experiência e sua luta para conter o vampiro são compreensíveis, mas nunca assumem a forma de um embate moral sério, pois o filme não explora esse aspecto colocando o personagem em cenas realmente sérias onde tais convicções podem ser testadas. Existe um conflito entre a moral de Morbius e a do vilão do filme, Milo (Matt Smith), mas não uma que crie nada além do motivo mais simples e banal para ambos serem inimigos.

E por falar em vilão, Milo é sem dúvida um dos piores da história da Marvel e da Sony. Suas motivações são fracas, seu aprofundamento é nulo e sua própria transição para vilão acontece do nada e sem nenhum motivo realmente satisfatório, o que torna o conflito dele com Morbius ainda menos entusiasmante. O que poderia se tornar um dilema moral entre os dois personagens se torna apenas uma série de lutas mal coreografadas e cheias de efeitos especiais que explodem por toda a parte, tornando as cenas confusas e indigestas.

Matt Smith como Milo no filme Morbius.

Os demais personagens são dispensáveis. O filme gasta atores como Jared Harris e Tyrese Gibson colocando um em um papel vazio e sem importância e o outro no corpo de um agente inútil do FBI, que nada faz além de chegar atrasado nos locais. Adria Arjona ainda possui mais destaque e possui alguma relevância para a cena, mas não sustenta nem seu papel de doutora que ajuda o protagonista e nem o de interesse romântico do herói, criando um dos casais mais sem graça dos filmes de super-heróis.

Adria Arjona como a doutora Bancroft em Morbius.

Já Jared Leto deveria se aposentar de filmes baseados em quadrinhos. Seu Morbius é apático, inexpressivo e entediante. Quando transformado, ele é apenas um animal de maquiagem e efeitos especiais sem qualquer personalidade. Quando humano, ele não possui nenhuma presença de cena e é incapaz de transmitir as dores e os conflitos do personagem. O pior é que o filme tenta dar a Morbius uma história trágica e séria, mas tanto o roteiro quanto a atuação de Leto o transformam em um vampiro mais embaraçoso do que qualquer coisa saída de Crepúsculo.

Michael Morbius transformado em vampiro.

A verdade é que Morbius é fruto do medo do estúdio, que viu no personagem uma possibilidade para atrair público, mas ignorou o que o torna tão atrativo, ou até reconheceu esses fatores, mas não se dispôs a explorá-los no filme. O resultado é um filme que só não vai ser esquecido em meio ao grande acúmulo de filmes de heróis de nossa época por ser tão ruim a ponto de traumatizar o espectador. Ao menos, sob esse ponto de vista, Morbius consegue ser assustador.

O filme é mais um capítulo do universo de heróis da Sony e estreou dia 31 de março nos cinemas.

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Morbius

Morbius

Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
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Com um roteiro confuso que deixa todos os seus personagens inúteis e não aproveita o aspecto mais sombrio de seu protagonista, Morbius decepciona no que poderia ter sido uma tomada diferente para um filme da Marvel.

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Luis Henrique Franco
31/3/2022

Não é difícil entender porque os filmes de super-heróis estão se tornando tão cansativos e frustrantes nos últimos anos. Após uma era de ouro ao longo da última década, muitas das últimas produções desse gênero empacaram em uma fórmula extremamente repetitiva e cansativa, que os torna previsíveis e tira muito do clamor popular que tais filmes poderiam ter. Mais frustrante ainda, no entanto, são os filmes do gênero que têm a possibilidade de introduzir algo novo, mas continuam a se esconder atrás dessa fórmula e não aproveitam quase nada do potencial de seus personagens e histórias. Morbius é um dos piores exemplos desse tipo de filme.

O filme narra a história de origem de um dos personagens mais sombrios do universo Marvel, dr. Michael Morbius. Logo no início, é revelada a doença que afeta o personagem principal, vivido por Jared Leto. Buscando uma cura para essa condição terrível em seu sangue, Morbius inicia uma pesquisa tentando misturar o DNA humano com o de um morcego vampiro. Ao testar o ocorrido em si mesmo, no entanto, ele se transforma em um ser sombrio, um vampiro vivo que necessita consumir sangue para sobreviver.

Jared Leto como o vampiro Morbius

Pode-se entender porque esse filme poderia ser um ponto inovador para os filmes de super-heróis da Marvel. Não só a sua premissa traz uma mistura interessante de fantasia e ficção científica, como também introduz um personagem mais sombrio, violento e perigoso, um anti-herói que poderia colocar a Marvel dentro do gênero do terror e abrir as portas para novos personagens e novas explorações mais sérias, adultas e sombrias do universo dos heróis. Por isso, é decepcionante ver que os produtores do filme optaram por seguir uma fórmula entediante e conhecida.

O começo do filme segue os conceitos básicos de um filme de origem de heróis, apresentando o protagonista, seus problemas e a maneira como ele pretende lidar com ele. Ao longo dessa introdução, no entanto, temos a sensação de que o filme ainda pode seguir para um caminho mais assustador e interessante, o que se desfaz na primeira transformação de Morbius, uma cena que não apresenta nada além de efeitos especiais excessivos e confusos, uma maquiagem esquisita para o personagem e um ataque extremamente censurado à tripulação de um navio. Ao longo do filme, vários ataques como esse acontecem, um mais fraco do que o outro e nenhum com qualquer toque de aterrorizante, mostrando uma enorme covardia do estúdio, que evita a todo o custo perder seu público mais jovem.

Morbius (Jared Leto) usa seus poderes para fugir da prisão.

Mas a falta de violência e a censura a cenas mais pesadas não seria um problema tão sério se o filme fosse bem estruturado. Mas Morbius consegue ser uma bagunça em questão de atuações, roteiro e efeitos, sem nada de sólido para oferecer como contrapeso. As motivações do protagonista para realizar a experiência e sua luta para conter o vampiro são compreensíveis, mas nunca assumem a forma de um embate moral sério, pois o filme não explora esse aspecto colocando o personagem em cenas realmente sérias onde tais convicções podem ser testadas. Existe um conflito entre a moral de Morbius e a do vilão do filme, Milo (Matt Smith), mas não uma que crie nada além do motivo mais simples e banal para ambos serem inimigos.

E por falar em vilão, Milo é sem dúvida um dos piores da história da Marvel e da Sony. Suas motivações são fracas, seu aprofundamento é nulo e sua própria transição para vilão acontece do nada e sem nenhum motivo realmente satisfatório, o que torna o conflito dele com Morbius ainda menos entusiasmante. O que poderia se tornar um dilema moral entre os dois personagens se torna apenas uma série de lutas mal coreografadas e cheias de efeitos especiais que explodem por toda a parte, tornando as cenas confusas e indigestas.

Matt Smith como Milo no filme Morbius.

Os demais personagens são dispensáveis. O filme gasta atores como Jared Harris e Tyrese Gibson colocando um em um papel vazio e sem importância e o outro no corpo de um agente inútil do FBI, que nada faz além de chegar atrasado nos locais. Adria Arjona ainda possui mais destaque e possui alguma relevância para a cena, mas não sustenta nem seu papel de doutora que ajuda o protagonista e nem o de interesse romântico do herói, criando um dos casais mais sem graça dos filmes de super-heróis.

Adria Arjona como a doutora Bancroft em Morbius.

Já Jared Leto deveria se aposentar de filmes baseados em quadrinhos. Seu Morbius é apático, inexpressivo e entediante. Quando transformado, ele é apenas um animal de maquiagem e efeitos especiais sem qualquer personalidade. Quando humano, ele não possui nenhuma presença de cena e é incapaz de transmitir as dores e os conflitos do personagem. O pior é que o filme tenta dar a Morbius uma história trágica e séria, mas tanto o roteiro quanto a atuação de Leto o transformam em um vampiro mais embaraçoso do que qualquer coisa saída de Crepúsculo.

Michael Morbius transformado em vampiro.

A verdade é que Morbius é fruto do medo do estúdio, que viu no personagem uma possibilidade para atrair público, mas ignorou o que o torna tão atrativo, ou até reconheceu esses fatores, mas não se dispôs a explorá-los no filme. O resultado é um filme que só não vai ser esquecido em meio ao grande acúmulo de filmes de heróis de nossa época por ser tão ruim a ponto de traumatizar o espectador. Ao menos, sob esse ponto de vista, Morbius consegue ser assustador.

O filme é mais um capítulo do universo de heróis da Sony e estreou dia 31 de março nos cinemas.

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Crítica

Com um roteiro confuso que deixa todos os seus personagens inúteis e não aproveita o aspecto mais sombrio de seu protagonista, Morbius decepciona no que poderia ter sido uma tomada diferente para um filme da Marvel.

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Luis Henrique Franco
31/3/2022
nascimento

Com um roteiro confuso que deixa todos os seus personagens inúteis e não aproveita o aspecto mais sombrio de seu protagonista, Morbius decepciona no que poderia ter sido uma tomada diferente para um filme da Marvel.

escrito por
Luis Henrique Franco
31/3/2022

Não é difícil entender porque os filmes de super-heróis estão se tornando tão cansativos e frustrantes nos últimos anos. Após uma era de ouro ao longo da última década, muitas das últimas produções desse gênero empacaram em uma fórmula extremamente repetitiva e cansativa, que os torna previsíveis e tira muito do clamor popular que tais filmes poderiam ter. Mais frustrante ainda, no entanto, são os filmes do gênero que têm a possibilidade de introduzir algo novo, mas continuam a se esconder atrás dessa fórmula e não aproveitam quase nada do potencial de seus personagens e histórias. Morbius é um dos piores exemplos desse tipo de filme.

O filme narra a história de origem de um dos personagens mais sombrios do universo Marvel, dr. Michael Morbius. Logo no início, é revelada a doença que afeta o personagem principal, vivido por Jared Leto. Buscando uma cura para essa condição terrível em seu sangue, Morbius inicia uma pesquisa tentando misturar o DNA humano com o de um morcego vampiro. Ao testar o ocorrido em si mesmo, no entanto, ele se transforma em um ser sombrio, um vampiro vivo que necessita consumir sangue para sobreviver.

Jared Leto como o vampiro Morbius

Pode-se entender porque esse filme poderia ser um ponto inovador para os filmes de super-heróis da Marvel. Não só a sua premissa traz uma mistura interessante de fantasia e ficção científica, como também introduz um personagem mais sombrio, violento e perigoso, um anti-herói que poderia colocar a Marvel dentro do gênero do terror e abrir as portas para novos personagens e novas explorações mais sérias, adultas e sombrias do universo dos heróis. Por isso, é decepcionante ver que os produtores do filme optaram por seguir uma fórmula entediante e conhecida.

O começo do filme segue os conceitos básicos de um filme de origem de heróis, apresentando o protagonista, seus problemas e a maneira como ele pretende lidar com ele. Ao longo dessa introdução, no entanto, temos a sensação de que o filme ainda pode seguir para um caminho mais assustador e interessante, o que se desfaz na primeira transformação de Morbius, uma cena que não apresenta nada além de efeitos especiais excessivos e confusos, uma maquiagem esquisita para o personagem e um ataque extremamente censurado à tripulação de um navio. Ao longo do filme, vários ataques como esse acontecem, um mais fraco do que o outro e nenhum com qualquer toque de aterrorizante, mostrando uma enorme covardia do estúdio, que evita a todo o custo perder seu público mais jovem.

Morbius (Jared Leto) usa seus poderes para fugir da prisão.

Mas a falta de violência e a censura a cenas mais pesadas não seria um problema tão sério se o filme fosse bem estruturado. Mas Morbius consegue ser uma bagunça em questão de atuações, roteiro e efeitos, sem nada de sólido para oferecer como contrapeso. As motivações do protagonista para realizar a experiência e sua luta para conter o vampiro são compreensíveis, mas nunca assumem a forma de um embate moral sério, pois o filme não explora esse aspecto colocando o personagem em cenas realmente sérias onde tais convicções podem ser testadas. Existe um conflito entre a moral de Morbius e a do vilão do filme, Milo (Matt Smith), mas não uma que crie nada além do motivo mais simples e banal para ambos serem inimigos.

E por falar em vilão, Milo é sem dúvida um dos piores da história da Marvel e da Sony. Suas motivações são fracas, seu aprofundamento é nulo e sua própria transição para vilão acontece do nada e sem nenhum motivo realmente satisfatório, o que torna o conflito dele com Morbius ainda menos entusiasmante. O que poderia se tornar um dilema moral entre os dois personagens se torna apenas uma série de lutas mal coreografadas e cheias de efeitos especiais que explodem por toda a parte, tornando as cenas confusas e indigestas.

Matt Smith como Milo no filme Morbius.

Os demais personagens são dispensáveis. O filme gasta atores como Jared Harris e Tyrese Gibson colocando um em um papel vazio e sem importância e o outro no corpo de um agente inútil do FBI, que nada faz além de chegar atrasado nos locais. Adria Arjona ainda possui mais destaque e possui alguma relevância para a cena, mas não sustenta nem seu papel de doutora que ajuda o protagonista e nem o de interesse romântico do herói, criando um dos casais mais sem graça dos filmes de super-heróis.

Adria Arjona como a doutora Bancroft em Morbius.

Já Jared Leto deveria se aposentar de filmes baseados em quadrinhos. Seu Morbius é apático, inexpressivo e entediante. Quando transformado, ele é apenas um animal de maquiagem e efeitos especiais sem qualquer personalidade. Quando humano, ele não possui nenhuma presença de cena e é incapaz de transmitir as dores e os conflitos do personagem. O pior é que o filme tenta dar a Morbius uma história trágica e séria, mas tanto o roteiro quanto a atuação de Leto o transformam em um vampiro mais embaraçoso do que qualquer coisa saída de Crepúsculo.

Michael Morbius transformado em vampiro.

A verdade é que Morbius é fruto do medo do estúdio, que viu no personagem uma possibilidade para atrair público, mas ignorou o que o torna tão atrativo, ou até reconheceu esses fatores, mas não se dispôs a explorá-los no filme. O resultado é um filme que só não vai ser esquecido em meio ao grande acúmulo de filmes de heróis de nossa época por ser tão ruim a ponto de traumatizar o espectador. Ao menos, sob esse ponto de vista, Morbius consegue ser assustador.

O filme é mais um capítulo do universo de heróis da Sony e estreou dia 31 de março nos cinemas.

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