Em 1977, George Lucas lançou seu primeiro filme "em uma galáxia muito, muito distante". É improvável que ele conseguisse imaginar, naquela época, o tamanho da franquia e do universo que ele estaria começando com Uma Nova Esperança. Mais de quarenta anos depois, Star Wars é talvez a franquia mais adorada e apreciada por todos os nerds, tendo sido alvo de inúmeras homenagens, paródias e readaptações e influenciando praticamente todo o cenário da ficção científica desde então.
Ao longo de três trilogias, acompanhamos as lutas, vitórias e derrotas da família Skywalker e toda a sua importância na galáxia. E enfim, após todo esse tempo, chegamos ao tributo final a essa memorável família. A Ascensão Skywalker chega aos cinemas como o nono e último episódio dessa saga e, apesar de tal universo ainda poder ser muito explorado, o ciclo se fecha para a família de Luke, Leia, Anakin e Kylo Ren.
Como formadores dessa vasta história, todos os membros dessa família viveram aventuras marcantes para todos os fãs. Em preparação para esse evento final, trazemos abaixo alguns dos episódios mais significativos de toda a saga de Star Wars.
Um último aviso: esse texto focará prioritariamente nos eventos dos filmes. Acontecimentos passados nas séries The Clone Wars, Rebels e The Mandalorian não serão mostrados aqui (desculpas antecipadas aos fãs do Baby Yoda. Também é bom informar que esses eventos estão colocados na ordem cronológica da saga, não dos lançamentos.
O DUELO DE DESTINOS
A trilogia dirigida por George Lucas e que narra os episódios I, II e III, anteriores à saga original, são alvo de discussão até hoje pelos fãs, e a grande maioria olha com decepção para os filmes sobre a origem de Darth Vader, especialmente os episódios I e II. Ainda assim, em meio a tramas fracas e alguns personagens esquecíveis, alguns momentos marcantes acabaram por surgir. Um desses momentos foi justamente o duelo de Qui-Gon e Obi-Wan contra Darth Maul no planeta Naboo.

Darth Maul é um vilão que promete muito ao ser introduzido e oferece pouco nos filmes, sendo muito melhor explorado na série The Clone Wars. Contudo, o duelo final, em que ele mostra pela primeira vez nos filmes um sabre duplo, é talvez um dos poucos momentos memoráveis de A Ameaça Fantasma. O vilão surge como um obstáculo para as forças que tentam tomar Naboo da Federação de Comércio e, enquanto as tropas locais lideradas por Padmé Amidala seguem com sua missão, os dois jedis ficam para traz e dão duelo ao aprendiz sith.
Extremamente bem coreografada, a luta tem um valor emocional extremamente significativo para o público e para o personagem de Obi-Wan, visto que seria ali que nasceria a sua rivalidade com Maul, que se tornariam arqui-inimigos em The Clone Wars. Maul é o primeiro grande desafio para aquele que viria a treinar Anakin e, anos depois, Luke Skywalker. A cena também é marcante pela trilha sonora composta por John Williams, e "Duel of Fates" ainda hoje é um dos temas mais lembrados de toda a saga.
O PRIMEIRO PASSO RUMO AO LADO NEGRO
Ainda mais que A Ameaça Fantasma, O Ataque de Clones é quase que completamente esquecível, um filme com uma trama extremamente lenta e que busca desenvolver um clima de mistério ao mesmo tempo em que quer alavancar o relacionamento entre Anakin e Padmé, sem muito sucesso em ambas.
Na realidade, o relacionamento entre os pais de Luke e Leia é tão sem sal que praticamente não compensa o tempo gasto, e Hayden Christensen, que interpreta Anakin, não consegue dar ao seu personagem todo o peso que mais tarde o converteriam em Darth Vader. Ou pelo menos, quase nunca consegue, mas há uma única cena em Ataque dos Clones que mostra o caminho trilhado rumo ao lado negro: o massacre do povo da areia.
Desesperado para encontrar sua mãe, Anakin volta a Tatooine, mas chega tarde demais para salvá-la. Em desespero e sofrendo muito, ele deixa o ódio dominá-lo e massacra toda a aldeia do povo da areia onde ela era mantida cativa. Ele não poupa nem as mulheres e as crianças e, mais tarde, na culminação desse primeiro passo sombrio, ele fala sobre seus sentimentos para Padmé, parecendo ao mesmo tempo extremamente culpado e ciente de que aquilo "precisava" ser feito para acabar com seu ódio.
Novamente, isso é um sinal do futuro do personagem que dificilmente será visto de novo na trilogia prequel, sendo mais abordado em alguns episódios de The Clone Wars. Ainda assim, é uma cena que, para aqueles que sabem do destino do personagem, carrega uma mensagem muito grande sobre o quão fácil é se desviar para o lado negro.
A ORDEM 66
Em anos mais recentes, o Episódio III, A Vingança dos Sith, parece ter escapado um pouco das duras críticas dos fãs da saga à trilogia prequel. Alguns até o apontam como um dos melhores episódios da saga. Independente da sua opinião sobre o assunto, é inegável que o episódio trouxe alguns dos momentos mais importantes e emblemáticos da saga de Anakin Skywalker até se tornar o temido Darth Vader. E um desses momentos é justamente A Ordem 66, decretada pelo Chanceller Palpatine (futuro imperador).

Tendo sido a mente por trás do exército de clones, Palpatine fez com que os soldados criados em Kamino fossem bem aceitos pela República e então, quando a guerra estava praticamente ganha, ordenou aos clones que executassem um programa contido em seus cérebros. O comando "Execute a Ordem 66" foi criado para que, quando chegasse o momento, os clones traíssem e assassinassem os jedis que os comandavam, e assim foi feito. De uma hora para a outra, os leais clones da República se voltaram contra seus generais, e praticamente todos os jedis foram assassinados sem piedade.
A Ordem 66 é o momento sombrio de solidificação do plano de Palpatine e o primeiro passo na criação do Império. É também um momento de grande peso emocional. Desde o começo da saga sabíamos que os jedis seriam aniquilados, e quando a trilogia prequel começou, sabíamos que esse momento muito provavelmente chegaria. Mas dificilmente imaginaríamos tal evento vindo de uma traição tão terrível a partir dos soldados que seguiam os cavaleiros. The Clone Wars tenta inocentar os clones, alegando que não havia nada que eles pudessem fazer, que estavam programados para isso, mas nada do que poderia ser dito transforma essa cena em algo mais aceitável, nem tira dela toda a dor que compartilhamos com os jedi sobreviventes depois disso.
"VOCÊ ERA O ESCOLHIDO"
Hayden Christensen entregou uma atuação menor que mediana na trilogia prequel, e mesmo assim a história teve que manter o foco em cima dele e na transformação de Anakin em Darth Vader. Contudo, o momento final, quando o novo lorde sith e seu mestre, Obi-Wan, se encontram em Mustafar e se confrontam, ainda é um dos grandes desfechos entre os filmes da saga, seja pelos memes criados com essa cena ou pelo peso emocional que se confere à partida daquele que deveria ser quem traria equilíbrio à Força.
No duelo final da trilogia prequel, Anakin toma a pouco recomendável decisão de tentar vencer Obi-Wan quando esse se encontra em terreno elevado. Saltando por cima dele, o jedi traidor tem suas duas pernas e seu braço cortados pelo mestre e rola ladeira abaixo, parando às margens de um riacho de lava. Quase como um prenúncio da dor que o lado sombrio traz, em poucos instantes Anakin é queimado vivo, tornando-se a aberração de respiração difícil que é o Lorde Vader que conhecemos. Enquanto isso, Obi-Wan mostra toda a sua frustração, sua dor, sua agonia e tristeza ao olhar para seu antigo aprendiz e ver no que ele se tornou.
Seja pelos memes ou pela seriedade da situação, o momento em que Obi-Wan tenta lembrar aquilo que Anakin deveria ter sido (O Escolhido, aquele que traria paz para a República, aquele que destruiria os Sith e trazer equilíbrio para a Força), e então ele lhe responde, cheio de raiva: "Eu te odeio!". Além de uma dolorosa despedida, esse é um dos momentos terríveis da saga onde, mais do que nunca, a esperança parece estar morta na galáxia.
A PASSAGEM DE KESSEL
Solo: Uma Aventura Star Wars é tudo o que a saga não precisava. Entrando na linha de produções que saem da saga original e contam histórias paralelas de outros personagens desse universo além dos Skywalker, Solo busca traçar a origem do lendário contrabandista Han Solo em seus anos de juventude, algo que não só era extremamente desnecessário, visto que o personagem já tinha uma origem interessante na saga (como o cara que supostamente atira primeiro em Mos Esley) como também não foi nada do que os fãs pediram para ser realizado.
Por conta disso, o filme é facilmente esquecível e não possui muitos momentos que realmente seriam marcantes na saga como um todo. Se fosse para determinar um momento que poderia ser lembrado, seria o da famosa "Kessel Run". Algo que Han sempre se gabou em sua vida foi de ter feito o famoso Caminho de Kessel em menos de 12 parsecs, um recorde pessoal que ele não deixa ninguém esquecer. É óbvio então que um evento tão memorável na vida do personagem estraria na sua história de origem.
O Caminho de Kessel é uma tempestade terrível e intransponível, a não ser por um trajeto demarcado. Poucos conseguiram viver seguindo por caminhos alternativos, mas quando Han e sua equipe, a bordo da Millenium Falcon de Lando Calrissian, são encurralados tentando fugir das minas do planeta, Han toma a ousada atitude de seguir pela tempestade, deixando as naves imperiais para trás e sendo capaz de manobrar muito habilmente pelos asteroides, detritos e criaturas do local. A manobra custa caro para a nave, mas o grupo é bem sucedido em escapar, e em tempo recorde.
Apesar de ser uma cena bem montada, ainda assim seria melhor deixar essa parte lendária do passado de Han Solo um mistério, algo para os fãs imaginarem como foi feito.
A BATALHA DE SCARIFF

Se por um lado Solo foi mal-visto pelo público, por outro Rogue One é extremamente apreciado como uma forte história da galáxia de Star Wars e uma capaz de fornecer inúmeras explicações sobre os acontecimentos anteriores ao Episódio IV que mudaram para sempre a maneira como olhamos a série. Para começar, a abertura da Estrela da Morte que resultou na sua destruição não foi um erro do Império, mas um ponto fraco habilmente colocado na estação pelo homem que a planejou, um traidor do Império e amigo dos rebeldes.
Diante dessa informação, é lançada uma missão suicida ao planeta Scariff, onde os planos da Estrela da Morte são guardados. Liderados por Jyn Erso e Cassian Andor, os rebeldes se infiltram na base e desesperadamente lutam para ter os planos em suas mãos, em uma batalha que pesa sempre contra eles, à medida que mais e mais naves imperiais se voltam para o sistema para impedir sua escapatória.
A Batalha de Scariff é um ponto culminante de um filme que eleva sua tensão a cada momento e cria um sentimento de urgência que é habilmente retratado nas ações dos rebeldes. Todos eles se arriscam além do esperado e toma ações praticamente suicidas, porque o tempo está contra eles e tudo está há alguns segundos de ser perdido. Eles se sacrificam para preservar essa esperança para a galáxia.
Talvez o momento mais icônico dessa urgência seja o final da galáxia, quando, já com os planos em mãos, a nave rebelde é impedida de partir por um destroyer imperial e, enquanto todos eles tentam manter os planos a salvo, Darth Vader entra na nave e trucida os soldados rebeldes, sempre a apenas alguns centímetros de recuperar os planos.
A DESTRUIÇÃO DE ALDERAAN
Em 1977, George Lucas lançou Uma Nova Esperança, que viria a se tornar o episódio IV de Star Wars. Nele, já somos lançados sob a ameaça do grande Império Galáctico, que praticamente parece não reconhecer a pequena e escassa resistência que se forma contra ele e rapidamente destrói seus pequenos grupos sempre que os enfrenta. Com a criação da Estrela da Morte, a grande estação de batalha destruidora, esse poderio parece se estender a limites inimagináveis, e logo somos presenteados com uma demonstração desse poder.
Cativa dentro da Estrela, a Princesa Léia, uma das líderes da resistência, é interrogada pelo impiedoso Moff Tarkin, mas parece fazer frente a ele, evitando suas perguntas e nunca fornecendo uma resposta definitiva. Até que chega um ponto em que Tarkin a intimida, prometendo usar o poder da estação contra o planeta natal da princesa, Alderaan, se ela não fornecer o local da base rebelde. Por um momento, Léia parece ceder (depois sabemos que a informação por ela passada é falsa), mas mesmo com a resposta dela, Tarkin se mostra inclemente e ordena a destruição do planeta. Com um simples laser da Estrela da Morte, Alderaan é completamente erradicada.
Até aquele momento, a única ligação emocional que o público tem com o planeta é o fato de ele ser a casa de Léia. Mesmo assim, o impacto fulminante de um único tiro da estação de batalha ser capaz de erradicar todo o planeta é o bastante para chocar qualquer um que assista a essa cena. Além disso, o sofrimento no rosto de Léia pela perda de seu lar e de sua família alimenta ainda mais a nossa dor e o nosso terror pelo Império.
LUKE DESTRÓI A ESTRELA DA MORTE
A trama de Uma Nova Esperança gira desde o começo em volta dos planos da Estrela da Morte, a arma de destruição em massa do Império, que foram obtidos pelos rebeldes e precisam ser levados de volta à base em Yavin 4. Quando essa parte da aventura é completada, porém, ainda sobra o grande desafio de destruir a Estrela.

Um esquadrão grande de caças é enviado para dar combate à estação de batalha, com Luke Skywalker entre os pilotos. Contudo, destruir a Estrela não é trabalho fácil e, ao longo da missão, muitos pilotos rebeldes são perdidos e, por um breve momento, a esperança parece perdida. Nenhum dos caças consegue acertar o míssil na pequena abertura que leva ao reator central e poderia explodir a estação.
No final, Luke tem a última chance e, com um pouco de ajuda de Han, que neutraliza os caças imperiais que o perseguiam, consegue usar a Força como guia e atingir a abertura com precisão. Poucos segundos depois, a Estrela da Morte explode, naquilo que sem dúvida é a maior vitória rebelde desde o início do movimento. Desde então, o evento é relembrado como o momento de triunfo de Luke e sua consolidação como herói da saga, apesar de muitos terem criticado como o poderoso Império seria capaz de deixar uma fraqueza tão exposta na sua grande estação (questão essa que foi resolvida com o filme Rogue One).
TREINAMENTO EM DAGOBAH

Luke Skywalker pode ter sido dito como o herdeiro dos jedi no começo da saga em 1977, mas a realidade é que, durante Uma Nova Esperança, Obi-Wan teve muito pouco tempo para treiná-lo nos desígnios da Força. Para corrigir essa questão, O Império Contra-Ataca colocou Luke em uma missão rumo ao sistema Dagobah, onde ele deveria receber treinamento do grande jedi Yoda.
Dagobah é um dos episódios mais importantes da primeira trilogia, onde muitos segredos da Força são revelados. E Yoda, que a princípio se revela como um personagem mais voltado para um lado cômico, logo mostra toda a sua sabedoria e poder, tornando-se um dos favoritos dos fãs. Seu treinamento é complexo, e Luke nem sempre é capaz de fazer o que lhe é pedido, dado à sua inexperiência com a Força.
A diferença de poder entre Luke e Yoda nas cenas em Dagobah é talvez o maior indicativo de que o jovem Skywalker, apesar de forte, ainda não tem nem a metade do conhecimento necessário para se tornar um jedi tão poderoso quanto os antigos mestres eram. Desde a tentativa de erguer a nave do pântano até a entrada na caverna, Luke passa por diversos desafios difíceis em seu treinamento, e não é capaz de completar todos eles, deixando claro que ainda tem muito a percorrer em sua jornada.
"EU SOU O SEU PAI"
Provavelmente o plot twist que originou todos os grandes plot twists da história, esse é o momento mais lembrado de toda a saga e um ponto de referência até mesmo para aqueles que não são familiarizados com o universo de Star Wars.
Durante O Império Contra-Ataca, Luke vai à cidade das nuvens para resgatar Han e Léia e acaba confrontando o grande Darth Vader. Ainda inexperiente nas artes jedi, ele sofre para se equiparar ao perigoso lorde sith e, no final, tem sua mão cortada por ele. Nesse momento, Vader o chama para abraçar o lado sombrio e alega que muito do que Obi-Wan contara para Luke era mentira. O jovem jedi o contesta, alegando que ele sabe que Vader matara seu pai, e então o lorde sombrio revela a verdade: Darth Vader é o verdadeiro pai de Luke.
O choque dessa cena vem do fato de que ela é completamente inesperada para alguém que nunca tenha visto e não saiba nada sobre Star Wars. Ela também carrega uma importância vital pelo fato de que é a partir desse momento, a missão de Luke para derrotar Vader se torna muito mais difícil em um nível emocional, pelo fato de ele agora estar enfrentando seu próprio pai e tendo ciência disso. Não à toa, é ainda hoje um dos momentos mais marcantes de todo o cinema.
O POÇO DE SARLAC
O Retorno de Jedi é sempre visto como o ponto fraco da primeira trilogia, e isso se deve, em parte, à maneira como algumas de suas cenas mais icônicas foram tratadas. Logo em sua primeira parte, o filme nos leva de volta a Tatooine, com Luke, Léia e Lando tentando resgatar Han de sua prisão de carbonita no palácio de Jabba, o Hutt. Mas o plano falha e o senhor do crime captura todo o grupo.

Para pagar por suas transgressões, Luke e Han são levados ao Poço de Sarlac para serem devorados pela besta. Mas Luke arma todo um plano e, com a ajuda de R2-D2, é capaz de se livrar de suas correntes e salva Han e Chewbacca. Enquanto a luta prossegue, o vilão Boba Fett é acidentalmente lançado no Poço de Sarlac, no que seria uma das mortes mais ridículas de toda a saga (pelo menos, até novas histórias colocarem que Boba não morreu, mas conseguiu se livrar da criatura).
A cena também marca o fim de Jabba, que, tendo tomado Léia como uma de suas escravas, é enforcado por ela e logo depois tem seu palácio flutuante explodido. Até aquele momento, Jabba não era um vilão tão notável, e sua importância se resumia à possível ameaça que ele poderia ter caso Han não cumprisse seu acordo. Ainda assim, a morte do Hutt é, de alguma forma, incrivelmente satisfatória de assistir.
A REDENÇÃO DE VADER
Com a descoberta de que Vader é seu pai, Luke não sente mais a vontade urgente de derrotá-lo e destruí-lo. Seu desejo passa a ser o de redimi-lo e, para isso, ele precisa confrontar a mente por trás da corrupção de seu pai, o Imperador Palpatine, no que seria o grande fechamento da trilogia original.
A todo momento, Vader parece estar longe de qualquer redenção, com a influência do Imperador sobre ele se mostrando incrivelmente forte e já começando a afetar Luke. Este, contudo, não se rende ao ódio do lado sombrio e desafia Palpatine. Diante da tortura do imperador sobre seu filho, Vader se torna capaz de realizar um último ato heroico e lançar o imperador em um grande poço na segunda Estrela da Morte, salvando seu filho e abandonando o lado sombrio.
O sacrifício final de Vader e a sua "redenção" (ele mantou umas cem crianças no templo jedi, nada te redime disso) marcam o final de um grande arco para o mais icônico personagem da saga. É também uma forma de cumprir a antiga profecia, de que seria Anakin, não Luke, quem destruiria os Sith e traria equilíbrio para a Força (pelo menos até o lançamento da trilogia sequel).
A MORTE DE HAN
Han Solo é um dos personagens mais icônicos da carreira de Harrison Ford e um dos maiores protagonistas da trilogia original. Por causa disso, seu retorno em O despertar da Força foi incrivelmente saudado pelos fãs. Contudo, a sua morte no mesmo filme foi um dos momentos mais dolorosos que qualquer fã já teve de suportar.
Passados quarenta anos desde O Retorno de Jedi, descobrimos que Han e Léia foram casados por um tempo e que tiveram um filho, Ben Solo, que foi treinado por Luke mas acabou se voltando para o lado negro e se tornou o vilão Kylo Ren. No último encontro entre pai e filho, Han tenta desesperadamente trazer seu filho de volta à luz, mas este, ainda possuído pelo ódio e pela raiva do lado negro, vira seu sabre contra seu próprio pai e o mata.
Com inúmeras referências e inspirações de Uma Nova Esperança, O Despertar da Força traz nessa cena uma homenagem triste à morte de Obi-Wan no primeiro filme pelas mãos de Darth Vader. Nessa nova versão, contudo, o peso do sofrimento é muito maior, pois Han era um personagem antigo, que conhecíamos há muito mais tempo e que foi um dos grandes responsáveis pelo amor à trilogia original de muitos fãs.
O SACRIFÍCIO DE HOLDO
Talvez uma das cenas mais comentadas do polêmico Os Últimos Jedi, esse é um momento que traz um uso completamente novo para a viagem de hiperespaço. Ao invés de um valor de fuga, um uso para ataque (e um bem eficaz, devo dizer).
Encurralados pela Primeira Ordem, a Resistência vê suas naves de transporte serem destruídas uma a uma antes que possam chegar ao planeta para onde estão fugindo. Parece que nada será capaz de deter os canhões do Supremo Líder Snoke, até que a Almirante Holdo, em uma tentativa de salvar os rebeldes da morte certa, sacrifica a si mesmo, lançando sua nave na velocidade da luz contra a frota da Primeira Ordem.
Entre discussões sobre como seria possível a manobra realizada, mesmo no universo de Star Wars, uma coisa é certa: O feito de Holdo é extremamente épico e, em uma rara cena da saga onde, por um longo tempo, não há som nenhum, podemos ver a frota inimiga ser completamente despedaçada em câmera lenta, para logo depois vermos as explosões trazerem uma pequena esperança para os rebeldes.
"EU NÃO SEREI O ÚLTIMO JEDI"
Desde o lançamento de O Despertar da Força, todos queríamos ver o retorno heroico de Luke Skywalker contra as tropas de Snoke e Kylo Ren. Por conta disso, quando Os Últimos Jedi chegou e mostrou um Luke que havia desistido de lutar, praticamente todos ficaram completamente decepcionados, e mesmo a aceitação dele em treinar Rey não pareceu redimir o velho herói.

Luke precisava, acima de tudo, de um último momento como herói da saga, momento este que foi negado a ele até o último instante, quando finalmente tivemos a oportunidade de ver o personagem pelo qual nos apaixonamos novamente, um homem que, sozinho, enfrenta as forças da Primeira Ordem e Kylo Ren para possibilitar a fuga dos rebeldes.
Acima de tudo, testemunhamos a última grande lição que ele passa a Kylo: de que a resistência não morrera, de que os jedi não morreram e nem iriam morrer naquele dia. Pode não ter sido algo que agradou a todos os gostos, mas a cena em si é belíssima e um grande momento no qual o herói original da saga passa o bastão para Rey e para a nova geração completarem o ciclo que ele iniciou.
Star Wars é uma saga antiga, com um grupo de fãs extremamente antigo e enorme, tendo, por isso, gostos extremamente variados. É exatamente por isso que alguns de seus momentos mais icônicos são motivos de tanta discussão e polêmica. Ame-a ou a odeie, é impossível negar o valor e a força que essa saga possui, mesmo nos dias de hoje, passados mais de 40 anos da estreia de Uma Nova Esperança. Talvez essa saga demonstre sinais de cansaço, o que é bastante comum, mas seus maiores momentos nunca irão se perder. E seja A Ascensão Skywalker um grande marco na história desses filmes, um completo fracasso ou um divisor de águas, é inegável o longo caminho percorrido até aqui.