Crítica

Crítica

Super Mario Bros. faz uma homenagem decente ao icônico jogo

5/4/2023

Focando mais em um público infantil, Super Mario Bros. apresenta um entretenimento familiar simples, mas efetivo, e homenageia com certo sucesso o icônico personagem da Nintendo.

escrito por
Luis Henrique Franco

Focando mais em um público infantil, Super Mario Bros. apresenta um entretenimento familiar simples, mas efetivo, e homenageia com certo sucesso o icônico personagem da Nintendo.

escrito por
Luis Henrique Franco
5/4/2023

Desde que foi anunciado como uma parceria da Nintendo com o estúdio Illumination, Super Marios Bros.: O Filme foi alvo de inúmeras discussões. Havia uma certa apreensão se o estúdio, famoso por suas animações mais bobas e voltadas a um público infantil, conseguiria dar ao personagem uma história interessante para o público mais velho que acompanha o personagem desde o lançamento de seus jogos mais clássicos. Mesmo com a própria Nintendo prestando redobrada atenção na produção, a dúvida ainda permanecia, e agora que o lançamento ocorreu, o que se pode dizer é que o filme é decente... naquilo que se propõe.

A história acompanha Mario (dublado por Chris Pratt na versão original), um encanador do Brooklyn que, ao lado de seu irmão Luigi (Charlie Day), tenta sustentar um negócio próprio. Mas quando um serviço leva os dois a serem sugados por um encanamento para um mundo distante, Mario se vê levado para Reino Cogumelo. Ali, ele precisa fazer uma aliança com a líder do local, a Princesa Peach (Anya Taylor-Joy) para libertar seu irmão, que acabou sendo levado ao Reino das Sombras e feito prisioneiro pelo terrível Rei Koopa, Bowser (Jack Black).

Em termos de narrativa, o filme possui um roteiro típico de uma história mais infantil, o que significa uma aventura simples e bastante direta, diálogos bastante explicativos e conflitos facilmente resolvidos. Nesse último ponto, é importante dizer que isso não significa que todo o confronto com o inimigo é fácil, mas vários momentos possuem uma resolução bastante simplificada e conveniente com o intuito de mover a história sem muitas complicações. entre alguns exemplos: Peach não demora nem cinco segundos para confiar em Mario; a Princesa consegue trazer uma flor de gelo para uma ocasião que parecia perdida; o próprio Mario demonstra um domínio anormalmente rápido dos power-ups que utiliza quando a história precisa que ele os domine rapidamente.

Mario assume o power-up do gatinho em um de seus combates.

São aspectos que se mostram presentes em filmes mais voltados para um público infantil, de forma a tornar a experiência mais atrativa para crianças, mesmo que a custo dos pais. Super Marios Bros., pelo menos, não se demonstra o pior filme para um público adulto acompanhar com suas crianças. Na verdade, o uso da nostalgia é até benéfico nesse caso, pois as diversas referências, passagens e elementos trazidos dos mais diferentes jogos da franquia tornam o filme uma experiência agradável para um público adulto que cresceu com esses jogos e agora consegue reviver seus muitos elementos no filme. A trilha sonora é um bom exemplo disso, sendo recheada de temas clássicos dos jogos, desde a música principal até os temas de Bowser e do Castelo da Peach, fornecendo momentos de verdadeira homenagem aos jogos, mesmo que infelizmente ainda se entregue ao uso de músicas pop ao longo de toda a sua extensão.

Bowser coleta a super-estrela

A comédia do filme, surpreendentemente, se mostra acima do nível tosco geralmente apresentado pela Illumination. Longe de ser um humor extremamente inteligente, o filme ainda se prende em uma comédia mais física e bastante direta, mas ao menos não se entrega a piadinhas imbecis envolvendo peidos e coisinhas nojentas. Um bom sinal da intervenção da Nintendo na produção do filme: não o suficiente para se afastar de seu clamor mais infantil, mas ao menos mantendo o mínimo de um humor verdadeiro em sua produção. Uma comédia pastelão, sim, mas ao menos uma com certa qualidade.

Mario e Luigi celebram após concertarem o encanamento de uma casa.

Boa parte da comédia vem do bom desempenho dos personagens, nenhum deles extremamente complexo, mas todos bem encaixados no seu papel na história. Apesar dos enormes esforços de Chris Pratt, Mario não foi estragado nessa animação e se mostrou um bom protagonista, embora preso a uma fórmula conhecida do herói que chega a um mundo novo que ele não compreende e luta constantemente para dominar os poderes ao seu redor antes de conseguir salvar o mundo. Mesmo com esse clichê, o filme ao menos lhe dá um desenvolvimento ativo no filme, reconhecendo a necessidade de o personagem tomar suas próprias ações para a história poder avançar.

Mario se prepara para enfrentar um adversário.

Outra personagem bastante ativa é Peach, que substitui a indefesa princesa sem personalidade por um líder carismática e efetiva na luta para proteger seu povo, mas que continua a ser gentil e calorosa para com todos ao seu redor. Uma mudança bem-vinda e que lida com um dos aspectos dos jogos clássicos que poderia ser danoso ao filme. Infelizmente, esse aspecto não é totalmente varrido do filme, sendo transferido para o pobre Luigi, que acaba perdendo muito de sua personalidade carismática do jogo para se tornar o alvo do resgate dos protagonistas. Já Bowser oferece um antagonista que anda em uma linha tênue entre ameaçador o suficiente para ser uma ameaça no filme e engraçado o bastante para divertir o público sem parecer um vilão fraco.

Peach usa seus poderes após coletar o power-up da flor de fogo.

A verdade é que, se esse filme for analisado por algum padrão de grande cinema, vai ser taxado como algo tosco. Os conflitos não são complexos e revolvem em torno de problemas superficiais dos personagens que servem apenas para impulsioná-los na história sem provocar grandes reflexões. Mas isso se deve ao fato de que o filme não se propõe a ser isso. É uma aventura básica e simples, com o intuito de fornecer uma diversão familiar, especialmente para as crianças. Dentro dessa proposta, a realização do filme é boa e sua homenagem é decente, sem dar ao personagem um engrandecimento notório, mas sem comprometê-lo também.

Por esse ponto de vista, os maiores problemas do filme são a resolução fácil de alguns conflitos, de uma forma que se mostra fácil demais até para um filme infantil, e a introdução de elementos demais que não precisariam estar ali. É difícil condensar todos os elementos da franquia dos jogos em um só filme, mas mesmo com essa desculpa existem elementos e cenas que poderiam ter sido cortados, visto que não fornecem nada além de um sentimento nostálgico que, convenhamos, não deve atingir o público alvo desse filme. Outro problema é a insistência da produção em colocar músicas pop e clássicas dos anos 80, que destoam do restante da trilha sonora composta de releituras bonitas das músicas originais dos jogos. E se tratando de uma franquia como Mario, o que não faltam são temas musicais icônicos que fariam muito mais sentido e deixariam o filme muito mais rico do que esse abuso de canções de rock e pop (que, convenhamos, também não serão reconhecidas pelo público alvo desse filme).

Mario, Peach e Toad encaram o horizonte.

Na soma de todos os seus fatores, Super Mario Bros. ainda é um filme infantil, e, incapaz de deixar essa sua natureza de lado, cede a alguns clichês muitas vezes desnecessários no intuito de atrair mais o seu público-alvo. Mas, uma vez que essa proposta é entendida, o filme se mostra bastante eficaz em cumprir o papel que lhe cabe e se mostra uma adaptação decente e uma boa diversão para a família.

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Super Mario Bros.: O Filme

Super Mario Bros.: O Filme

Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
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Focando mais em um público infantil, Super Mario Bros. apresenta um entretenimento familiar simples, mas efetivo, e homenageia com certo sucesso o icônico personagem da Nintendo.

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Luis Henrique Franco
5/4/2023

Desde que foi anunciado como uma parceria da Nintendo com o estúdio Illumination, Super Marios Bros.: O Filme foi alvo de inúmeras discussões. Havia uma certa apreensão se o estúdio, famoso por suas animações mais bobas e voltadas a um público infantil, conseguiria dar ao personagem uma história interessante para o público mais velho que acompanha o personagem desde o lançamento de seus jogos mais clássicos. Mesmo com a própria Nintendo prestando redobrada atenção na produção, a dúvida ainda permanecia, e agora que o lançamento ocorreu, o que se pode dizer é que o filme é decente... naquilo que se propõe.

A história acompanha Mario (dublado por Chris Pratt na versão original), um encanador do Brooklyn que, ao lado de seu irmão Luigi (Charlie Day), tenta sustentar um negócio próprio. Mas quando um serviço leva os dois a serem sugados por um encanamento para um mundo distante, Mario se vê levado para Reino Cogumelo. Ali, ele precisa fazer uma aliança com a líder do local, a Princesa Peach (Anya Taylor-Joy) para libertar seu irmão, que acabou sendo levado ao Reino das Sombras e feito prisioneiro pelo terrível Rei Koopa, Bowser (Jack Black).

Em termos de narrativa, o filme possui um roteiro típico de uma história mais infantil, o que significa uma aventura simples e bastante direta, diálogos bastante explicativos e conflitos facilmente resolvidos. Nesse último ponto, é importante dizer que isso não significa que todo o confronto com o inimigo é fácil, mas vários momentos possuem uma resolução bastante simplificada e conveniente com o intuito de mover a história sem muitas complicações. entre alguns exemplos: Peach não demora nem cinco segundos para confiar em Mario; a Princesa consegue trazer uma flor de gelo para uma ocasião que parecia perdida; o próprio Mario demonstra um domínio anormalmente rápido dos power-ups que utiliza quando a história precisa que ele os domine rapidamente.

Mario assume o power-up do gatinho em um de seus combates.

São aspectos que se mostram presentes em filmes mais voltados para um público infantil, de forma a tornar a experiência mais atrativa para crianças, mesmo que a custo dos pais. Super Marios Bros., pelo menos, não se demonstra o pior filme para um público adulto acompanhar com suas crianças. Na verdade, o uso da nostalgia é até benéfico nesse caso, pois as diversas referências, passagens e elementos trazidos dos mais diferentes jogos da franquia tornam o filme uma experiência agradável para um público adulto que cresceu com esses jogos e agora consegue reviver seus muitos elementos no filme. A trilha sonora é um bom exemplo disso, sendo recheada de temas clássicos dos jogos, desde a música principal até os temas de Bowser e do Castelo da Peach, fornecendo momentos de verdadeira homenagem aos jogos, mesmo que infelizmente ainda se entregue ao uso de músicas pop ao longo de toda a sua extensão.

Bowser coleta a super-estrela

A comédia do filme, surpreendentemente, se mostra acima do nível tosco geralmente apresentado pela Illumination. Longe de ser um humor extremamente inteligente, o filme ainda se prende em uma comédia mais física e bastante direta, mas ao menos não se entrega a piadinhas imbecis envolvendo peidos e coisinhas nojentas. Um bom sinal da intervenção da Nintendo na produção do filme: não o suficiente para se afastar de seu clamor mais infantil, mas ao menos mantendo o mínimo de um humor verdadeiro em sua produção. Uma comédia pastelão, sim, mas ao menos uma com certa qualidade.

Mario e Luigi celebram após concertarem o encanamento de uma casa.

Boa parte da comédia vem do bom desempenho dos personagens, nenhum deles extremamente complexo, mas todos bem encaixados no seu papel na história. Apesar dos enormes esforços de Chris Pratt, Mario não foi estragado nessa animação e se mostrou um bom protagonista, embora preso a uma fórmula conhecida do herói que chega a um mundo novo que ele não compreende e luta constantemente para dominar os poderes ao seu redor antes de conseguir salvar o mundo. Mesmo com esse clichê, o filme ao menos lhe dá um desenvolvimento ativo no filme, reconhecendo a necessidade de o personagem tomar suas próprias ações para a história poder avançar.

Mario se prepara para enfrentar um adversário.

Outra personagem bastante ativa é Peach, que substitui a indefesa princesa sem personalidade por um líder carismática e efetiva na luta para proteger seu povo, mas que continua a ser gentil e calorosa para com todos ao seu redor. Uma mudança bem-vinda e que lida com um dos aspectos dos jogos clássicos que poderia ser danoso ao filme. Infelizmente, esse aspecto não é totalmente varrido do filme, sendo transferido para o pobre Luigi, que acaba perdendo muito de sua personalidade carismática do jogo para se tornar o alvo do resgate dos protagonistas. Já Bowser oferece um antagonista que anda em uma linha tênue entre ameaçador o suficiente para ser uma ameaça no filme e engraçado o bastante para divertir o público sem parecer um vilão fraco.

Peach usa seus poderes após coletar o power-up da flor de fogo.

A verdade é que, se esse filme for analisado por algum padrão de grande cinema, vai ser taxado como algo tosco. Os conflitos não são complexos e revolvem em torno de problemas superficiais dos personagens que servem apenas para impulsioná-los na história sem provocar grandes reflexões. Mas isso se deve ao fato de que o filme não se propõe a ser isso. É uma aventura básica e simples, com o intuito de fornecer uma diversão familiar, especialmente para as crianças. Dentro dessa proposta, a realização do filme é boa e sua homenagem é decente, sem dar ao personagem um engrandecimento notório, mas sem comprometê-lo também.

Por esse ponto de vista, os maiores problemas do filme são a resolução fácil de alguns conflitos, de uma forma que se mostra fácil demais até para um filme infantil, e a introdução de elementos demais que não precisariam estar ali. É difícil condensar todos os elementos da franquia dos jogos em um só filme, mas mesmo com essa desculpa existem elementos e cenas que poderiam ter sido cortados, visto que não fornecem nada além de um sentimento nostálgico que, convenhamos, não deve atingir o público alvo desse filme. Outro problema é a insistência da produção em colocar músicas pop e clássicas dos anos 80, que destoam do restante da trilha sonora composta de releituras bonitas das músicas originais dos jogos. E se tratando de uma franquia como Mario, o que não faltam são temas musicais icônicos que fariam muito mais sentido e deixariam o filme muito mais rico do que esse abuso de canções de rock e pop (que, convenhamos, também não serão reconhecidas pelo público alvo desse filme).

Mario, Peach e Toad encaram o horizonte.

Na soma de todos os seus fatores, Super Mario Bros. ainda é um filme infantil, e, incapaz de deixar essa sua natureza de lado, cede a alguns clichês muitas vezes desnecessários no intuito de atrair mais o seu público-alvo. Mas, uma vez que essa proposta é entendida, o filme se mostra bastante eficaz em cumprir o papel que lhe cabe e se mostra uma adaptação decente e uma boa diversão para a família.

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Crítica

Focando mais em um público infantil, Super Mario Bros. apresenta um entretenimento familiar simples, mas efetivo, e homenageia com certo sucesso o icônico personagem da Nintendo.

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Luis Henrique Franco
5/4/2023
nascimento

Focando mais em um público infantil, Super Mario Bros. apresenta um entretenimento familiar simples, mas efetivo, e homenageia com certo sucesso o icônico personagem da Nintendo.

escrito por
Luis Henrique Franco
5/4/2023

Desde que foi anunciado como uma parceria da Nintendo com o estúdio Illumination, Super Marios Bros.: O Filme foi alvo de inúmeras discussões. Havia uma certa apreensão se o estúdio, famoso por suas animações mais bobas e voltadas a um público infantil, conseguiria dar ao personagem uma história interessante para o público mais velho que acompanha o personagem desde o lançamento de seus jogos mais clássicos. Mesmo com a própria Nintendo prestando redobrada atenção na produção, a dúvida ainda permanecia, e agora que o lançamento ocorreu, o que se pode dizer é que o filme é decente... naquilo que se propõe.

A história acompanha Mario (dublado por Chris Pratt na versão original), um encanador do Brooklyn que, ao lado de seu irmão Luigi (Charlie Day), tenta sustentar um negócio próprio. Mas quando um serviço leva os dois a serem sugados por um encanamento para um mundo distante, Mario se vê levado para Reino Cogumelo. Ali, ele precisa fazer uma aliança com a líder do local, a Princesa Peach (Anya Taylor-Joy) para libertar seu irmão, que acabou sendo levado ao Reino das Sombras e feito prisioneiro pelo terrível Rei Koopa, Bowser (Jack Black).

Em termos de narrativa, o filme possui um roteiro típico de uma história mais infantil, o que significa uma aventura simples e bastante direta, diálogos bastante explicativos e conflitos facilmente resolvidos. Nesse último ponto, é importante dizer que isso não significa que todo o confronto com o inimigo é fácil, mas vários momentos possuem uma resolução bastante simplificada e conveniente com o intuito de mover a história sem muitas complicações. entre alguns exemplos: Peach não demora nem cinco segundos para confiar em Mario; a Princesa consegue trazer uma flor de gelo para uma ocasião que parecia perdida; o próprio Mario demonstra um domínio anormalmente rápido dos power-ups que utiliza quando a história precisa que ele os domine rapidamente.

Mario assume o power-up do gatinho em um de seus combates.

São aspectos que se mostram presentes em filmes mais voltados para um público infantil, de forma a tornar a experiência mais atrativa para crianças, mesmo que a custo dos pais. Super Marios Bros., pelo menos, não se demonstra o pior filme para um público adulto acompanhar com suas crianças. Na verdade, o uso da nostalgia é até benéfico nesse caso, pois as diversas referências, passagens e elementos trazidos dos mais diferentes jogos da franquia tornam o filme uma experiência agradável para um público adulto que cresceu com esses jogos e agora consegue reviver seus muitos elementos no filme. A trilha sonora é um bom exemplo disso, sendo recheada de temas clássicos dos jogos, desde a música principal até os temas de Bowser e do Castelo da Peach, fornecendo momentos de verdadeira homenagem aos jogos, mesmo que infelizmente ainda se entregue ao uso de músicas pop ao longo de toda a sua extensão.

Bowser coleta a super-estrela

A comédia do filme, surpreendentemente, se mostra acima do nível tosco geralmente apresentado pela Illumination. Longe de ser um humor extremamente inteligente, o filme ainda se prende em uma comédia mais física e bastante direta, mas ao menos não se entrega a piadinhas imbecis envolvendo peidos e coisinhas nojentas. Um bom sinal da intervenção da Nintendo na produção do filme: não o suficiente para se afastar de seu clamor mais infantil, mas ao menos mantendo o mínimo de um humor verdadeiro em sua produção. Uma comédia pastelão, sim, mas ao menos uma com certa qualidade.

Mario e Luigi celebram após concertarem o encanamento de uma casa.

Boa parte da comédia vem do bom desempenho dos personagens, nenhum deles extremamente complexo, mas todos bem encaixados no seu papel na história. Apesar dos enormes esforços de Chris Pratt, Mario não foi estragado nessa animação e se mostrou um bom protagonista, embora preso a uma fórmula conhecida do herói que chega a um mundo novo que ele não compreende e luta constantemente para dominar os poderes ao seu redor antes de conseguir salvar o mundo. Mesmo com esse clichê, o filme ao menos lhe dá um desenvolvimento ativo no filme, reconhecendo a necessidade de o personagem tomar suas próprias ações para a história poder avançar.

Mario se prepara para enfrentar um adversário.

Outra personagem bastante ativa é Peach, que substitui a indefesa princesa sem personalidade por um líder carismática e efetiva na luta para proteger seu povo, mas que continua a ser gentil e calorosa para com todos ao seu redor. Uma mudança bem-vinda e que lida com um dos aspectos dos jogos clássicos que poderia ser danoso ao filme. Infelizmente, esse aspecto não é totalmente varrido do filme, sendo transferido para o pobre Luigi, que acaba perdendo muito de sua personalidade carismática do jogo para se tornar o alvo do resgate dos protagonistas. Já Bowser oferece um antagonista que anda em uma linha tênue entre ameaçador o suficiente para ser uma ameaça no filme e engraçado o bastante para divertir o público sem parecer um vilão fraco.

Peach usa seus poderes após coletar o power-up da flor de fogo.

A verdade é que, se esse filme for analisado por algum padrão de grande cinema, vai ser taxado como algo tosco. Os conflitos não são complexos e revolvem em torno de problemas superficiais dos personagens que servem apenas para impulsioná-los na história sem provocar grandes reflexões. Mas isso se deve ao fato de que o filme não se propõe a ser isso. É uma aventura básica e simples, com o intuito de fornecer uma diversão familiar, especialmente para as crianças. Dentro dessa proposta, a realização do filme é boa e sua homenagem é decente, sem dar ao personagem um engrandecimento notório, mas sem comprometê-lo também.

Por esse ponto de vista, os maiores problemas do filme são a resolução fácil de alguns conflitos, de uma forma que se mostra fácil demais até para um filme infantil, e a introdução de elementos demais que não precisariam estar ali. É difícil condensar todos os elementos da franquia dos jogos em um só filme, mas mesmo com essa desculpa existem elementos e cenas que poderiam ter sido cortados, visto que não fornecem nada além de um sentimento nostálgico que, convenhamos, não deve atingir o público alvo desse filme. Outro problema é a insistência da produção em colocar músicas pop e clássicas dos anos 80, que destoam do restante da trilha sonora composta de releituras bonitas das músicas originais dos jogos. E se tratando de uma franquia como Mario, o que não faltam são temas musicais icônicos que fariam muito mais sentido e deixariam o filme muito mais rico do que esse abuso de canções de rock e pop (que, convenhamos, também não serão reconhecidas pelo público alvo desse filme).

Mario, Peach e Toad encaram o horizonte.

Na soma de todos os seus fatores, Super Mario Bros. ainda é um filme infantil, e, incapaz de deixar essa sua natureza de lado, cede a alguns clichês muitas vezes desnecessários no intuito de atrair mais o seu público-alvo. Mas, uma vez que essa proposta é entendida, o filme se mostra bastante eficaz em cumprir o papel que lhe cabe e se mostra uma adaptação decente e uma boa diversão para a família.

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